B.B. King sobre Stevie Ray Vaughan: "Nossa comunicação era tipo pai e filho"
Por André Garcia
Postado em 14 de outubro de 2023
O blues surgiu no lamento dos escravos nas plantações de algodão às margens do rio Mississippi. Nos anos 20 e 30 do século passado, suas características foram reunidas como um novo gênero musical, que se consolidou nas décadas seguintes, chegando ao auge nos anos 60 e 70.
Na década de 80, com o domínio da new wave e dos sintetizadores, o blues entrou em baixa. Um dos nomes que surgiu na época mantendo a tocha acesa e introduzido ao gênero toda uma nova geração foi Stevie Ray Vaughan.
Conforme publicado pelo Rock and Roll Garage, em entrevista publicada no YouTube pelo canal SRV Archive, B.B. King relembrou sua relação paternal com Vaughan.
"Quando conheci Stevie, o conheci com seu irmão. Depois de nos conhecermos, nossa comunicação começou a ser mais como uma relação pai e filho. Então, ficamos muito próximos, muito, muito próximos. Ele costumava vir até mim quando estava com problemas. Ele costumava ligar para mim, e a gente conversava. Eu adorava aquele cara."
Em entrevista para o especial de TV A Tribute to Stevie Ray Vaughan, de 1996, King o exaltou e apontou um aspecto em que ele o superava.
"Stevie tinha muitas maneiras de mostrar que não tinha apenas talento, mas que também sentia o blues. Suas mãos pareciam impecáveis na forma como ele se movia com elas. Quando eu toco, toco como se estivesse falando, sabe: sílabas, você diz uma frase aqui, uma frase ali... Então, eu tenho que parar e pensar em algo mais para continuar a conversa. Mas com ele não parecia ser assim. Ele jorrava. Ele fluía quando tocava. Quando ele começava algo, era como uma música que continuava e continuava. As ideias fluíam constantemente. Eu não tenho isso. Não ouço muitos que tenham isso, mas Stevie tinha."
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