Jake E.Lee relembra o seu último (e triste) encontro com Ray Gillen
Por Mateus Ribeiro
Postado em 23 de fevereiro de 2024
O guitarrista Jake E. Lee fez parte da banda de Ozzy Osbourne durante a década de 1980. Jake encarou a difícil missão de substituir Randy Rhoads (que faleceu em março de 1982) e mandou muito bem, como pode ser ouvido nos discos "Bark At The Moon" e "The Ultimate Sin", lançados respectivamente em 1983 e 1986.
"Randy foi o melhor guitarrista desde Eddie Van Halen. Mas eu era um bom guitarrista. Acabei ficando melhor porque tive que seguir Randy", afirmou Lee, durante entrevista concedida à Classic Rock.
A demissão e a formação do Badlands
Embora tenha feito um bom trabalho ao lado de Ozzy Osbourne, Jake foi demitido em 1987, de forma bastante estranha. O guitarrista jantou com Sharon (empresária e esposa de Ozzy) e então, voltou ao apartamento onde morava. O técnico de guitarra de Jake, que estava no bar Rainbow e morava com o músico, parecia preocupado, pois de acordo com a conversa que estava rolando no famoso bar, Jake estava fora da banda do Madman.

Ao ficar sabendo da história, Jake ligou para Sharon, que confirmou o boato. Obviamente, ele não ficou feliz com a notícia.
"Isso é ridículo. Tinha jantado com Sharon e ela nunca disse nada parecido", relatou Jake, que tempos depois, fundou o Badlands, grupo que curiosamente, também contava com um ex-vocalista do Black Sabbath, o talentoso Ray Gillen.
Sucesso, turnê interrompida e a triste notícia
O Badlands teve um início promissor, e o debut autointitulado do grupo vendeu quase meio milhão de cópias. As coisas estavam indo muito bem, porém, a turnê de divulgação do álbum foi interrompida por conta da saúde de Gillen, que foi hospitalizado com pneumonia. Lee não deu muita atenção, pois achou que o jovem cantor ficaria bem logo.
No entanto, o relacionamento entre Lee e Gillen começou a ficar ruim durante as gravações do segundo disco do Badlands, "Voodoo Highway". O vocalista queria que a banda fosse maior e começasse a investir em músicas mais radiofônicas.
"Eu não estava interessado em fazer música para ninguém além de mim mesmo. Isso é algo ganancioso e egoísta, mas para mim essa é a única maneira de fazer música. Então foi aí que as coisas começaram a se desintegrar entre Ray e eu."
O tempo passou e atualmente Jake entende os planos de Gillen, que infelizmente morreu em 1993, vítima de uma doença que o acompanhava há um tempo, a AIDS.
"Ray nunca disse que tinha AIDS, mas acho que foi aí que isso ficou aparente. E foi aí que ele começou a se esforçar para escrever músicas que nos levariam a outro nível de popularidade. Talvez seja porque ele sabia que provavelmente não tinha muito tempo e queria deixar uma grande marca. Não estou dizendo nada disso como um fato, estou apenas teorizando."
O último encontro, tentativa de reconciliação e morte de Ray Gillen
No fim das contas, Lee, que havia demitido Gillen em 1992, tentou se reconciliar com o vocalista no ano seguinte.
"Ele era como meu irmão – meu irmão musical, pelo menos. Então, liguei para a mãe dele em Nova Jersey e ela me disse que ele estava em um hospital. Foi ruim. Ele não conseguia falar. Mas a prima dele estava na sala e, através dela, eu disse tudo o que tinha a dizer – que sentia falta dele e que esperava que pudéssemos trabalhar juntos novamente. Ela disse que Ray ficou muito feliz por eu ter dito isso. Mas ele nunca melhorou."
Em janeiro de 2019, durante participação no podcast "Let There Be Talk", Jake contou que Ray nunca havia dito que tinha AIDS.
"Ele nunca me disse. Mas entre o primeiro e o segundo disco [do Badlands], ele começou a ficar muito magro e não parecia tão saudável. E eu nunca perguntei a ele sobre isso."
Ray Gillen morreu no dia 1 de dezembro de 1993, aos 34 anos de idade. A matéria abaixo, redigida por Igor Miranda, dá mais detalhes sobre a história do Badlands e o triste fim de Gillen.
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