O dia em que membros do The Clash foram presos na Inglaterra acusados de terrorismo
Por André Garcia
Postado em 19 de fevereiro de 2024
Em meados da década de 70, o punk surgiu em Nova Iorque como um subversivo niilismo cultural contra o establishment, representado por bandas como Ramones e Television. Pouco depois, Malcolm McLaren levou a filosofia punk para Londres ao abrir a butique Sex — e, para promovê-la, formar os Sex Pistols.
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Na Inglaterra, aquela rebeldia foi canalizada por um viés mais cínico, anárquico e confrontador. Como se vivessem o posfácio da história, os punks de lá adotaram o lema NO FUTURE (sem futuro). A cena acabou sendo a ruptura que marcou a transição da falência dos ideais hippies para a distopia das tensões da guerra fria, a alienação da mídia de massa, crise econômica, escalada do autoritarismo e o desemprego sufocando a população com a pobreza, o crime e as drogas.
Maior representante do punk inglês, o Sex Pistols levou a coisa para seu lado mais poser, de se valer de rótulos temidos pela sociedade (como anarquista e anti-cristo) para chocar. O segundo maior representante foi o The Clash, que levou a coisa para um engajamento político de classe trabalhadora contra a opressão do estado e ao lado das minorias e das vítimas da ganância dos ricos e dos poderosos.
Conforme publicado pela Far Out Magazine, em 1978 metade da banda (o baixista Paul Simonon e o baterista Topper Headon foram) presos por terrorismo. Curiosamente, não foi por ter jogado um coquetel molotov na polícia ou algo assim, mas por ter atirado em pombos com armas de airsoft.
Em 30 de março de 1978, a dupla estava com um grupo de amigos no telhado do Chalk Farm Studios, em Londres, atirando em pombos com um rifle de ar comprimido.
O que eles não sabiam era que aqueles eram pombos de corrida premiados. O dono dos pombos fez um tumulto os ameaçando com uma chave de fenda, o que chamou atenção de um guarda da Polícia Britânica de Transportes da estação de trem que ficava ali perto. Por ter confundido os rifles de ar comprimido com armas de verdade, o policial os considerou uma ameaça iminente aos passageiros do trem que por ali passavam.
Em meia hora, unidades policiais armadas até os dentes, membros do Serviço Secreto e um helicóptero de busca chegaram ao local, prendendo Simonon e Headon por suspeita de terrorismo. Eles foram soltos pouco depois por uma fiança de apenas 30 libras cada um (com um adicional de 30 libras pelos custos processuais mais 700 libras de indenização ao proprietário dos pombos).
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