Em que medida vício de Renato Russo em álcool afetava Legião Urbana, segundo Bonfá
Por Gustavo Maiato
Postado em 16 de setembro de 2024
Em uma recente entrevista ao canal MPB Bossa, Marcelo Bonfá, eterno baterista da icônica banda Legião Urbana, abriu o jogo sobre o impacto do vício em álcool de Renato Russo na trajetória da banda.
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Em 1993, Renato Russo passou um período internado na Clínica Vila Serena, no Rio de Janeiro, para tratar de uma desintoxicação. Bonfá revelou que, apesar dos esforços para lidar com o problema, o vício de Russo afetou a banda, especialmente durante a parte mais delicada de sua agenda: os shows e viagens. Ele deixou claro, porém, que não "afetava muito" e sim que eram mais casos isolados.
"O Renato tinha momentos em que o álcool realmente influenciava suas performances e o andamento da banda," disse Bonfá. "A parte de shows era a mais complicada, principalmente por causa de sair e viajar. Às vezes, ele bebia muito e isso não era bom para o trabalho. Apesar de ter causado problemas em pouquíssimas ocasiões, houve um show que precisou ser cancelado devido a uma intoxicação alimentar, o que foi uma ironia."
Bonfá também esclareceu que, embora Russo fosse conhecido por seu temperamento intenso, ele não era bravo com a banda. "Ele era bastante bravo, mas não com a gente. Com a banda, ele era muito engraçado e amigo. Apesar de sua intensidade, ele era uma pessoa que sabíamos tratar com carinho."
Renato Russo e o álcool
Renato Russo, vocalista da Legião Urbana, enfrentou problemas com álcool e tranquilizantes, que afetaram sua vida e a banda. Em entrevista ao programa "Onze e Meia" em 1994, Russo falou sobre sua dependência.
Ele revelou que seu vício em tranquilizantes e álcool impactou a banda, levando-o a buscar ajuda em Alcoólicos Anônimos. "Minha dependência era com tranquilizantes, mas qualquer droga pode criar vício. Hoje, recorro a meditação e chá de camomila para me acalmar," disse Russo.
Russo também criticou a ideia de que o abuso de substâncias é necessário para a criatividade. "Cazuza dizia que 'meus heróis morreram de overdose'. Esse romantismo é um erro," afirmou. Ele descreveu o efeito do álcool como uma ilusão de espiritualidade que, na verdade, leva a um vazio profundo e à sensação de que a vida não tem valor.
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