A fase do Pink Floyd que foi um "pesadelo" que David Gilmour queria "apagar da memória"
Por André Garcia
Postado em 16 de outubro de 2024
Quem nunca viveu uma realização de um sonho que depois acabou virando um pesadelo? Quem nunca se apaixonou por alguém, por uma cidade, por uma profissão… apenas para anos depois você querer se livrar daquilo mais do que qualquer outra coisa?
O ser humano tem o mau hábito de sofrer no ciclo vicioso entre a ânsia de desejar algo e o tédio de possuir. A grama do vizinho é sempre mais verde.
No caso de David Gilmour, ao longo dos anos 70 com o Pink Floyd ele realizou tudo que poderia sonhar como músico e muito mais. Nos anos 80, por outro lado, as tensões entre ele e Roger Waters — que aquela altura do campeonato era praticamente um ditador.
Durante aquele período turbulento a dupla trabalhou no filme The Wall e no flopado "The Final Cut" (1983). Só que divergências criativas e incompatibilidade de gênios culminaram na saída de Waters em 1985. A partir dali a treta virou uma batalha judicial pelo nome e controle da banda que se estendeu por anos, eventualmente vencida pelo guitarrista.
Conforme publicado pela Far Out Magazine, em 1993 David Gilmour definiu aquele período da história do Pink Floyd como um "pesadelo" e disse que apagaria de sua memória se pudesse:
"Toda a fase depois do 'The Wall' e a fase 'The Final Cut' são um pesadelo em minha mente que eu gostaria de apagar da minha memória. Seria uma boa ideia."
Apesar de todo o ressentimento, Gilmour confessou sua admiração pela música "When The Tigers Broke Free" — lançada em 1982 como single e incluída na trilha sonora do The Wall:
"É uma música muito boa. Talvez Roger devesse botar na coletânea solo dele."
Comprovando que o guitarrista não estava sendo irônico, anos depois ele fez questão de incluir a faixa da coletânea "Echoes": CD duplo abrangendo todas as fases.
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