Brian May relembra como o Led Zeppelin ajudou o Queen a lidar com as críticas negativas
Por André Garcia
Postado em 10 de novembro de 2024
Já imaginou como deve ser crescer sonhando ser um músico, e ao lançar o primeiro álbum de sua primeira banda, ser detonado pela crítica? Pois Brian May não precisa imaginar — para ele basta recordar a recepção do "Queen I" (1973).
Em defesa dos críticos, é preciso dizer que o álbum apresentava um Queen ainda em desenvolvimento e muito prejudicado pela precária produção do álbum. Tanto que recentemente ele foi finalmente revisitado, remixado, remasterizado, expandido e relançado com qualidade atual e soando exatamente da forma que Freddie Mercury e companhia sonharam.
Em entrevista para a Guitar, May relembrou como o Led Zeppelin — notório por ser amado pelo público e odiado pelos críticos — ajudou o Queen a confiar neles mesmos e não darem bola para o que era escrito sobre eles.
"A gente pegava as críticas dos discos do Led Zeppelin naquela época que eram lançados, e algumas elas eram terrivelmente ruins. [Quanto o álbum de estreia do Queen foi lançado e os críticos detonaram] a gente pensou 'Bem, se eles detonam aqueles caras [do Led Zeppelin], então não vamos nem esquentar por estarem nos detonando também'."
Hoje em dia está na moda dizer que o rock morreu porque ninguém mais quer fazer banda, que tocar em banda não é coisa de adulto, que nas paradas de sucesso (fora o Coldplay) não tem mais banda… Mesmo assim, segundo Brian May, foi justamente o apoio mútuo de uma banda e o compartilhamento do fardo que tornou o fracasso suportável para eles:
"Ser uma banda ajuda muito. Acho que, se tivesse sido eu como artista solo, teria me deitado no chão e chorado. Foi ruim, mas éramos quatro [e apoiávamos uns aos outro, então acabamos] pensando 'Que se danem esses caras [os críticos], nós sabemos o que estamos fazendo'. Aquilo nos salvou".
Após ver seu álbum de estreia sair soando muito diferente (e pior) do que eles conceberam e ver os críticos detonando, o Queen aprendeu rápido e já no ano seguinte com "Queen II" (1974) deu um salto de qualidade incrível em termos de produção, sem falar da maturidade das composições.
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