Como o Dream Theater quase foi para o buraco no final da década de 90
Por Mateus Ribeiro
Postado em 01 de novembro de 2024
Nome mais emblemático da história do Prog Metal, o Dream Theater permanece firme na ativa e está se aproximando dos 40 anos de existência. Porém, a respeitável trajetória do virtuoso quinteto poderia ter acabado no final da década de 1990, como aponta matéria especial publicada pela revista Prog.
Os problemas que quase levaram ao fim do Dream Theater apareceram durante o processo de gravação de "Falling Into Infinity" (1997), quarto álbum da banda. A gravadora Elektra gostaria que o grupo escrevesse músicas mais curtas, que pudessem ser tocadas em estações de rádio.
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Mike Portnoy, baterista e membro fundador do Dream Theater, não ficou famoso com a interferência da Elektra. Ele afirmou: "Oh, eu diria muito, muito mais do que 'intromissão'. A Elektra controlava completamente a banda naquela época - eles quase a destruíram."
Uma das razões que deixou Mike Portnoy enfurecido é a colaboração entre o guitarrista John Petrucci e o hitmaker Desmond Child. A dupla escreveu "You Not Me", que ao contrário do que aconteceu com outras músicas assinadas por Desmond, "flopou".
"Houve muita frustração - para todos nós, embora eu não diria que o Dream Theater esteve perto de se separar naquele momento. Mas, você sabe, a perspectiva de cada um é diferente. Por exemplo, Mike odiava fazer alterações nas músicas quando trabalhamos com [o produtor] Kevin Shirley em ‘Falling Into Infinity’, e também a maneira como o disco foi produzido.
Ele se ressentia do fato de eu ter passado um dia trabalhando nas músicas com Desmond Child. Não quero tirar nada do ponto de vista do Mike, mas eu não via as coisas dessa forma. Eu adorava Kevin Shirley. E, independentemente de trabalhar ou não com um compositor como Desmond ter sido a coisa certa a fazer, eu me diverti muito e foi uma experiência útil."
Apesar de John afirmar que o Dream Theater não flertou com a separação, Mike Portnoy pensa de forma diferente. O baterista chegou a abandonar o barco.
"Para mim, o Dream Theater havia chegado ao ponto de fazer ou morrer. Durante a turnê de ‘Falling Into Infinity’, decidi deixar a banda - e o fiz por alguns dias. Estávamos na Finlândia e, basicamente… Não vou falar sobre tudo isso novamente, mas estávamos passando por momentos incrivelmente difíceis. Resumindo a história, a única maneira de colocar o Dream Theater de volta nos trilhos era recuperar o controle de quase todas as facetas da banda."
Segundo a matéria da Prog, Mike decidiu abandonar a banda após uma briga que rolou em uma filial do McDonalds. Felizmente, os ânimos se acalmaram, e o baterista voltou a fazer parte do Dream Theater.
O retorno de Mike Portnoy "salvou" a continuidade da banda. Ao menos é o que indica a fala do baterista que aparece na biografia "Lifting Shadows".
"John deixou claro para mim que não continuaria sem mim e que, se eu saísse, seria o fim da banda."
Mike Portnoy e John Petrucci tomaram as rédeas e assumiram o controle do grupo. Na opinião do baterista, a liderança compartilhada foi importante para amenizar os conflitos.
"Estabelecer que alguém estava no comando ajudou a suavizar as brigas. Até então, tínhamos perdido muito tempo com as pessoas fazendo campanha com suas ideias para os outros. John e eu tínhamos uma visão muito clara do que deveria ser nosso próximo disco, e todos ficaram felizes em respeitar isso."
No fim das contas, o Dream Theater voltou aos trilhos, e após o turbulento ciclo de "Falling Into Infinity", lançou aquele que é um dos seus álbuns mais aclamados: "Metropolis, Pt.2: Scenes From a Memory" (1999). Onze anos depois do lançamento deste último, a banda passou por outro momento complicado: a saída de Mike Portnoy. Mas isso é história para outra matéria.
Portnoy voltou ao Dream Theater no segundo semestre de 2023. Ele fez sua reestreia com a banda no último dia 20 de outubro, em show que marcou o início da "40th Anniversary Tour". A turnê passará pelo Brasil em dezembro.
O próximo disco de estúdio do Dream Theater será lançado no dia 7 de fevereiro de 2025. Intitulado "Parasomnia", o álbum é o sucessor de "A View From the Top of the World", de 2021.
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