O hit dos Engenheiros do Hawaii que disputou primeiro lugar com "Faroeste Caboclo"
Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de dezembro de 2024
A música "Infinita Highway", dos Engenheiros do Hawaii, tornou-se um marco da música brasileira nos anos 1980, mas seu caminho até o topo das paradas não foi simples ou imediato. Parte do álbum "A Revolta dos Dândis" (1987), a faixa enfrentou dificuldades iniciais devido à escolha da gravadora para o single de trabalho.
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Em vez de apostar em "Infinita Highway" ou "Terra de Gigantes", a RCA optou por "A Revolta dos Dândis Parte Um". Embora não fosse uma música ruim, a escolha revelou-se equivocada, e o disco teve um desempenho discreto no segundo semestre de 1987.
O contexto foi detalhado pelo pesquisador e youtuber Julio Ettore, que destacou o papel das rádios e da televisão na popularização de "Infinita Highway". Ele relembra que as críticas começaram a enaltecer a faixa como sensacional, e as rádios passaram a incluí-la em suas programações.
A entrada da música na trilha sonora da série Armação Ilimitada, exibida pela Rede Globo nas noites de sexta-feira, também foi decisiva. "Aí as coisas começaram a ficar sérias: ao longo de 1988, a música subiu nas paradas e, por muito tempo, disputou o primeiro lugar com 'Faroeste Caboclo', da Legião Urbana", explicou Ettore.
O sucesso, entretanto, trouxe conflitos internos com a gravadora. Na tentativa de ampliar o apelo comercial de "Infinita Highway", a RCA decidiu produzir um remix com metais e percussão, alterando a essência original da faixa. Segundo Julio Ettore, o episódio gerou indignação na banda. O baterista Carlos Maltz chegou a ironizar publicamente a iniciativa, apelidando o remix de "Infinita Picaretagem". Apesar de algumas rádios receberem a versão modificada, o grupo rejeitou a reinterpretação, reafirmando sua identidade artística.
Humberto Gessinger, vocalista e líder dos Engenheiros do Hawaii, revelou mais detalhes sobre a época em uma entrevista ao canal Corredor 5. Ele destacou como a Legião Urbana teve um papel indireto no sucesso de "Infinita Highway". O músico explicou que canções longas, como "Eduardo e Mônica" e "Faroeste Caboclo", abriram espaço para que faixas fora do padrão de duração fossem tocadas nas rádios. "Músicas longas eram uma exceção. A fita tinha um tempo máximo, e 'Infinita Highway' era longa mesmo", explicou.
O impacto de "Infinita Highway" transcendeu as limitações da época, consolidando-se como um hino de questionamento e reflexão. A faixa, segundo Gessinger, dialoga com a essência de A Revolta dos Dândis, um álbum pautado por dúvidas e inquietações existenciais. "A dúvida é o preço da pureza", resume o músico, que viu sua trajetória profissional e pessoal se entrelaçar com o sucesso dessa canção.
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