A banda de Gothic Metal que arrumou dor de cabeça por usar fala de Charles Manson em faixa
Por Mateus Ribeiro
Postado em 26 de janeiro de 2025
A banda inglesa de Gothic Metal Paradise Lost é uma das atrações do Bangers Open Air, que será realizado entre os dias 2 e 4 de maio deste ano, no Memorial da América Latina (localizado em São Paulo-SP). O quinteto se apresentará no último dia do festival, ao lado de nomes como Kerry King, W.A.S.P. e Avantasia.
O Paradise Lost executava uma mistura de Death e Doom Metal no início de sua carreira. Com o passar dos anos, o grupo "tirou o pé" e passou a investir em uma sonoridade mais acessível, como pode ser ouvido em seu quarto disco, "Icon".
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Lançado em 1993, "Icon" é um álbum excelente, repleto de faixas interessantes. Porém, o trabalho seguinte, "Draconian Times", se tornou a obra-prima do Paradise Lost.
"Como não tínhamos tempo livre e estávamos escrevendo na estrada, penso em ‘Draconian Times’ como a versão elegante de ‘Icon’", disse o guitarrista Greg Mackintosh à Metal Hammer. "Adotamos esse novo estilo durante o ‘Icon’ e o aperfeiçoamos durante o ‘Draconian Times’. Estávamos nos referindo a coisas como Rush e Queensryche como influências de produção, porque queríamos que soasse... quase como [uma banda que toca em] estádio, se preferir. Estávamos pensando em coisas como The Cult, tornando o [som] mais polido e preciso possível", acrescentou Greg.
"Draconian Times" apresenta faixas marcantes do Paradise Lost. Uma dessas músicas é "Forever Failure", obra pesada e arrastada, que apresenta altas doses de melancolia e pessimismo.
"Forever Failure" traz algumas falas de Charles Manson, criminoso que comandou uma seita, conhecida como "Família Manson". O bando cometeu nove assassinatos entre julho e agosto de 1969, no estado da Califórnia (EUA).
A ideia de colocar a voz de Manson em "Forever Failure" deixou a música mais sombria, porém, trouxe dor de cabeça para o Paradise Lost. Greg Mackintosh explicou o caso à Metal Hammer.
"Tínhamos acabado de assistir a um documentário sobre Charles Manson, ‘The Man Who Killed the Sixties’, e havia uma parte realmente comovente em que ele resume todo o documentário e achamos que deveríamos usá-la. Eu não tinha ideia de que seria tão difícil conseguir, mas conseguimos e colocamos na música. O que não percebemos é que, para colocar isso lá, tínhamos que efetivamente pagar royalties da música às famílias de suas vítimas. E temos feito isso desde então.
Nosso empresário na época não ficou muito feliz com isso. Houve um pouco de discordância aqui e ali, mas, mesmo com toda a burocracia, Nick [Holmes, vocalista] realmente queria usar [as falas de Charles]. Para ser justo, não poderíamos ter usado mais nada daquele documentário porque era tudo uma loucura!"
Décima terceira música que o Paradise Lost mais tocou ao vivo, "Forever Failure" foi executada em 440 shows do grupo. A mais recente dessas apresentações foi realizada no dia 1 de dezembro de 2024, em Turku (Finlândia).
A atual formação do Paradise Lost conta com Nick Holmes (vocal), Greg Mackintosh (guitarra), Aaron Aedy (guitarra), Steve Edmonson (baixo) e Guido Zima (bateria). O último trabalho do grupo é "Obsidian", de 2020.
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