Como o Pink Floyd usou ideia diferentona de Alice Cooper para criar uma canção inesquecível
Por Bruce William
Postado em 07 de janeiro de 2025
"Another Brick in the Wall (Part II)" é uma das canções mais conhecidas do Pink Floyd, mas o caminho para transformá-la em um clássico passou por decisões criativas ousadas e inspirações surpreendentes. Roger Waters a concebeu inicialmente como uma peça simples: apenas voz e violão. No entanto, a contribuição do produtor Bob Ezrin, conhecido por seu trabalho com Alice Cooper, foi fundamental para levar a faixa a outro nível.
Ezrin identificou o potencial comercial da canção, mas achou que sua duração original, com apenas um verso e um refrão, não faria jus ao impacto que ela poderia alcançar. "Disse a eles que precisávamos de duas estrofes e dois refrões, mas a resposta foi: 'Nós não fazemos singles, então vá se ferrar'", contou Ezrin em 2009 para a Guitar World. Aproveitando-se da configuração do estúdio, ele estendeu a música copiando partes da gravação e adicionando um novo trecho.
Inspirado por sua experiência em "School's Out", de Alice Cooper, Ezrin teve a ideia de incluir um coro de crianças, alinhando-se ao tema da letra. Enquanto o Pink Floyd estava nos Estados Unidos, o engenheiro Nick Griffiths foi enviado a uma escola próxima aos estúdios da banda em Islington, Londres. "Eu disse para ele: 'Quero 24 faixas de crianças cantando isso. Quero vozes rasgadas, vozes refinadas, de tudo'", relembra Ezrin. Quando Roger Waters ouviu o resultado, sua reação revelou que ele sabia que estavam diante de algo grandioso. "Era exatamente o que eu esperava de um colaborador", disse Waters, sem saber que, anos mais tarde, a banda ganharia um processo das crianças que participaram das gravações.
Outra mudança significativa veio da adição de elementos de música disco, algo que inicialmente gerou resistência. Bob Ezrin pediu a David Gilmour que visitasse clubes para entender a sonoridade da época, o que não foi uma tarefa fácil para o guitarrista. "Me forcei a ir e ouvir aquela batida forte de bumbo e pensei: 'Meu Deus, que horror!'", confessou Gilmour. No entanto, a banda incorporou a batida ao arranjo, tornando a música mais cativante e dançante, sem perder a essência do Pink Floyd.
A combinação dessas decisões - a duração ampliada, o coro infantil e a influência disco - transformou "Another Brick in the Wall (Part II)" em um marco na história da banda e um dos grandes clássicos do Rock. Ela não apenas se tornou um sucesso comercial, mas também consolidou sua mensagem poderosa contra a opressão no sistema educacional. Como Gilmour refletiu mais tarde: "No final das contas, ainda soa como Pink Floyd."
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