Lars Ulrich explica influência do punk no Metallica que nada tem a ver com música
Por Gustavo Maiato
Postado em 18 de março de 2025
O punk surgiu no final dos anos 1970 como resposta direta ao rock progressivo que dominava corações e mentes dos fãs com sua grandiosidade e técnica. Direto, rápido e simples, o movimento foi encabeçado por diversas bandas icônicas como Sex Pistols e The Clash.
Na década seguinte, o Metallica surgiu com suas guitarras velozes, solos bem trabalhados e músicas longas com letras fortes. Mas como então os punks influenciaram o grupo de James Hetfield e Lars Ulrich?
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Em entrevista ao canal SXSW, o baterista explicou que sempre admirou nos músicos da cena punk a proximidade que eles tinham dos fãs. Ele disse que sempre buscou replicar essa atitude no Metallica. A transcrição é do Ultimate Guitar.
"Quando formamos a banda posteriormente, as bandas que nos inspiraram e que nos fizeram querer ser o Metallica e tocar música também foram as que tinham mais transparência e portas abertas. Muitas das bandas que, como você sabe, afetaram diretamente o som e as atitudes do Metallica nos primeiros dias — bandas como Motörhead, Iron Maiden, muitas bandas da New Wave of British Heavy Metal — que, no fundo, tinham a estética punk, a atitude punk, a abordagem ‘faça você mesmo’ do punk, mas tocadas de forma mais pesada e inseridas em um mundo mais pesado".

O baterista dinamarquês continuou: "Mas todas essas bandas tinham essa porta — vamos chamar de porta da transparência — completamente aberta, completamente aberta. Então, entre. Faça parte do que está acontecendo. E se você gostasse da música, também tinha acesso à banda. E essa foi a atitude que levamos conosco quando começamos. Só queríamos estar no mesmo nível de qualquer pessoa interessada em ouvir a música e fazer parte dessa jornada. Os fãs, as crianças, como os ingleses os chamavam na época, mas era tudo sobre estar em um campo de jogo igual".
Ulrich explicou a diferença entre o punk e as bandas grandiosas de rock dos anos 1970: "Muitas das bandas que, se você voltar um pouco para entender melhor os fios condutores e a história da música, o movimento punk em si foi uma espécie de resposta ou um grande dedo do meio para o quão grandiosas todas as bandas de rock dos anos 70 se tornaram e o quão distantes da realidade elas estavam e o quão removidas de seus públicos elas eram."

Por fim, o músico refletiu sobre como eliminar essa distância era importante: "As bandas eram esses personagens elevados e os fãs estavam aqui embaixo, e o movimento punk era tudo sobre trazer todo mundo para baixo. E vocês conhecem os Ramones e os Sex Pistols e tudo aquilo era sobre: ‘Eu posso fazer isso. Eu posso tocar esses três acordes. Eu posso ser isso.’ E, então, era tudo sobre eliminar essa separação, eliminar esse tipo de barreira artificial. Eu frequentemente vejo isso como uma barricada que separa os fãs das bandas e vice-versa, e sobre eliminar essa sensação de separação. E isso realmente tem sido nossa força motriz nesses mais de 40 anos, apenas tentando permanecer no mesmo nível, eliminar qualquer coisa que separe as bandas dos fãs, e isso ainda é o que nos faz levantar da cama até hoje."

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