Alice Cooper e o álbum que ninguém conhece, mas os músicos adoram
Por Bruce William
Postado em 04 de março de 2025
A Butterfield Blues Band é conhecida por muitos seguidores de Bob Dylan, principalmente por ter sido a banda que acompanhou Dylan em sua transição histórica para o rock elétrico em 1965, um dos momentos mais controversos da música, conhecido como a "controvérsia elétrica".
Porém, a banda foi parcialmente eclipsada pelo incidente elétrico, quando Dylan, ao se apresentar no Newport Jazz Festival em 1965, fez a transição do folk para o rock elétrico. Esse foi um dos momentos mais icônicos e polarizadores da história da música, em que Dylan foi vaiado e considerado um "traidor" pelos puristas do folk, que viam sua mudança como uma quebra com a autenticidade do gênero.

E para a Butterfield Blues Band restou a percepção geral de que eles eram meros "coadjuvantes" em vez de protagonistas. Em resumo, a Butterfield Blues Band foi a banda que poderia ter se tornado The Band, o grupo que passou a acompanhar Dylan nos anos seguintes, mas, por diversas razões, isso não aconteceu. Mesmo assim, eles deixaram registros que rivalizam com os melhores. Alice Cooper, ao defender o eletrizante segundo trabalho da banda, "East-West", disse: "É um daqueles álbuns que ninguém conhece, mas os músicos conhecem".

Lançado em 1966, o disco trouxe performances impressionantes de Elvin Bishop e Michael Bloomfield, o confiável guitarrista de Bob Dylan. Embora fosse magistral, o álbum lutou para ser notado em meio a uma avalanche de discos extremamente ousados e marcantes, coisas como "Revolver" dos Beatles, "Like a Rolling Stone" do próprio Dylan, a magia dos trabalhos da Motown e todos os outros lançamentos circulando na época.


Mas como um jovem músico em ascensão, Furnier (futuro Alice Cooper) prestou atenção e ouviu sua genialidade incansavelmente. "O que realmente fez a diferença", ele contou à Rolling Stone, em um resgate feito pela Far Out, "acho que depois de ter tocado o álbum umas cinco ou seis vezes - e ainda o tenho no meu Mustang de 1968 - foi quando conversei com Elvin Bishop, e ele contou que a maioria das faixas foi gravada ao vivo no estúdio."
Isso lhes conferiu uma aura única e só aumentou a maestria presente no disco. Não é surpresa que Alice se depare com rostos em branco quando menciona o álbum para fãs casuais de rock 'n' roll, mas quando fala sobre ele com outros músicos, todos se rendem em reverência. Para ele, é o álbum definitivo para músicos.

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