Adrian Smith revela por que realmente saiu do Iron Maiden e por que quis voltar
Por Gustavo Maiato
Postado em 19 de abril de 2025
Em entrevista à revista Classic Rock (via Ultimate Guitar), o guitarrista Adrian Smith abriu o coração sobre sua conturbada saída do Iron Maiden em 1990. Considerado um dos membros mais discretos da banda, a decisão de deixar o grupo causou surpresa entre os fãs — e até hoje gera especulações. Agora, mais de três décadas depois, ele conta com franqueza o que o levou a dar adeus à Donzela de Ferro no auge da fama.


Segundo Smith, o ritmo dos anos 1980 foi exaustivo. "Aquela década foi muito intensa. Pra todo mundo. Você precisa ser mentalmente forte pra subir no palco todas as noites. E eu tive meus problemas. Muitas vezes eu me fechava, me isolava. Mas às vezes, simplesmente surtava."
Por que Adrian Smith deixou o Iron Maiden?
O músico revela que, no meio da pressão da fama e das turnês sem fim, mergulhou em álcool e cocaína. "A gente continuava forçando a barra. É o que você tem que fazer. Mas cada um estava tentando se manter inteiro, do seu jeito."

No início dos anos 1990, já envolvido em conflitos internos e em crise pessoal, Adrian sentiu que não conseguiria mais continuar. "Eu comecei a me sentir sufocado dentro da banda. Não sabia o que queria fazer da vida." Foi então que os colegas o chamaram para uma conversa. "Eles disseram: ‘Você está dentro? Porque tem que estar 100% dentro. Vamos sair em turnê por mais nove meses.’"
Foi nesse momento que Smith percebeu que não conseguiria mais acompanhar. "Não foi como se eu tivesse dito: ‘Pronto, estou saindo.’ Houve muita angústia envolvida. E, como eu disse antes, as coisas não são sempre preto no branco." Por um tempo, ele achou que havia feito a escolha certa. Comprou uma casa, casou-se, teve filhos. "Eu estava meio aliviado. Porque eu não estava feliz. Todo mundo sabia disso."

O retorno de Adrian Smith ao Iron Maiden
O momento mais doloroso, no entanto, viria em 1992. O Iron Maiden se apresentava como atração principal no Monsters of Rock, em Donington Park, quando Steve Harris convidou Smith para fazer uma participação especial no encerramento do show. A ideia era apenas um gesto de reconciliação. "Foi minha esposa que disse pra eu aceitar. Pra mostrar que não havia mágoas."
Mas ao chegar lá, a emoção tomou conta. "Eu estava nervoso e comecei a tomar uísque. Estava bem alterado quando a banda subiu no palco. Fiquei na lateral, vendo eles tocarem as músicas que eu costumava tocar... e comecei a chorar. Caí no choro mesmo."
Foi ali que o arrependimento bateu de verdade. "Até aquele momento, eu não tinha sentido muita saudade. Mas naquele instante, tudo me atingiu. Havia muito da minha vida naquela banda, e eu estava tão perto de onde costumava estar."

Sem guitarra própria, pegou uma emprestada de Dave Murray. "O Janick me puxou pelo pescoço e me jogou na passarela antes mesmo de eu tocar uma nota. E quando ‘Running Free’ começou, pensei: ‘Caramba, tá rápido demais!’ Mas consegui terminar. Foi difícil, mas no fim foi um momento bonito."
A reconexão com o grupo se manteve firme, e em 1998 veio o convite oficial: ele e Bruce Dickinson foram chamados para retornar definitivamente ao Iron Maiden. Ambos aceitaram — e o grupo entrou em uma nova fase, com três guitarristas e mais maturidade coletiva.

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