Quando Kirk Hammett percebeu um "erro de afinação" em um show de Jimi Hendrix
Por Bruce William
Postado em 17 de abril de 2025
Kirk Hammett é membro do Metallica desde 1983, mas sua ligação com a guitarra começou bem antes disso, e tem nome e sobrenome: Jimi Hendrix. Segundo ele, nenhum guitarrista jamais operou em um nível tão alto quanto Hendrix, mesmo com uma carreira que durou apenas cinco anos. "Só porque é difícil colocar outra pessoa nessa posição. E é fácil colocar Jimi nessa posição - porque ele morreu aos 27, e veja tudo o que ele conquistou naquele curto período de tempo, tipo, cinco anos, talvez", disse Hammett.


Para ele, o pouco tempo de carreira é o que torna Hendrix ainda mais impressionante: "Ser capaz de fazer tudo isso em tão pouco tempo... quero dizer, há muitos guitarristas excelentes por aí. Mas todos tiveram uma vida inteira tocando e se aprimorando, explorando e mudando daqui pra ali. Jimi não teve nada disso. Ele surgiu e fez tudo aquilo em apenas cinco anos". Hammett também afirmou: "Eu diria que sim, ele é provavelmente o maior guitarrista da história".

O impacto de Hendrix em sua vida foi imediato. A primeira música que Hammett aprendeu a tocar foi "Purple Haze". Aos 8 ou 9 anos, ouviu a canção por influência do irmão mais velho, que depois levou seus discos embora. Só voltou a escutá-la anos depois, em um show do Led Zeppelin, quando "Purple Haze" tocou nos alto-falantes durante o intervalo.
Aquilo o marcou profundamente. No dia seguinte, correu para comprar discos de Hendrix, encontrou a apresentação em Woodstock e passou a ouvir compulsivamente. "Aquilo me fez querer tocar guitarra", contou. Semanas depois, reuniu amigos para formar sua primeira banda e o ensaio consistiu em repetir "Purple Haze" por 15 minutos, todos plugados no mesmo amplificador.

Décadas depois, já consagrado, Hammett incluiu o álbum "Band of Gypsys" (1970) de Hendrix entre os onze discos que mais influenciaram sua trajetória, em declaração para a Consequence. Mas ao tentar aprender a música "Machine Gun", enfrentou uma dificuldade inusitada. Segundo ele, a afinação da guitarra estava em um tom estranho, o que o fez pensar que havia algo errado com sua execução. "É impressionante porque o show inteiro tem a guitarra do Jimi com a afinação entre Mi bemol e Ré, e eu não sei se isso foi intencional ou não, mas isso me deixava maluco", explicou. "Quando eu era mais jovem, tentava tocar no tom padrão e nada fazia sentido. Tive que afinar igual ao disco com aquele tipo estranho de afinação, e aí sim consegui entender".

Mesmo com esse desafio técnico, a performance de Hendrix o marcou profundamente. Hammett descreveu "Machine Gun" como uma espécie de solo com vocais e atmosfera densa, em que cada nota parece ter sido composta como parte essencial da música. "Você meio que está num lugar musical estranho e sombrio", disse. Para ele, Hendrix sabia exatamente quando atacar com intensidade, quando recuar e como criar um clima - um domínio completo da expressão musical em tempo real.

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