Rex Brown recorda passado farofeiro do Pantera
Por João Renato Alves
Postado em 14 de abril de 2025
Considerada uma das bandas que moldou a cara do metal nos anos 1990, o Pantera tem um passado do qual não se orgulha muito. O grupo tentou embarcar na onda do hard rock oitentista, popularmente conhecida como glam/hair metal – ou rock farofa, em terras brasileiras.
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Com Terry Glaze nos vocais, o grupo lançou "Metal Magic" (1983), "Projects in the Jungle" (1984) e "I Am the Night" (1985). Já tendo Phil Anselmo na função, algumas mudanças apareceriam em "Power Metal" (1988). A virada definitiva aconteceria em "Vulgar Display of Power" (1990).
Em entrevista ao canal Scott's Bass Lessons, Rex Brown fez uma rara reflexão sobre o período. Disse o baixista, de acordo com transcrição do Blabbermouth:
"Os irmãos (Dimebag Darrell e Vinnie Paul) tocavam mais coisas do tipo Loverboy em 1981, 82, com um pouco de Van Halen e Def Leppard. Mas o toque pop ainda estava lá. Éramos uma banda popular. Estávamos apenas tentando compor boas músicas nesse estilo, e isso é difícil de fazer, cara. Então, por volta de 84, quando 'Ride The Lightning' do Metallica foi lançado, foi quando tudo mudou, com aqueles riffs pesados. Como éramos jovens, mantivemos aquela progressão natural. Éramos uma banda coesa, tocávamos muito bem juntos. Tínhamos um vocalista diferente nos três primeiros discos e então encontramos um cara maluco em Nova Orleans chamado Philip Anselmo. Ele não era tão maluco assim, só estou dizendo. Ele era diferente porque... não era do mesmo bairro. Todos nessa banda, basicamente, morávamos a menos de oito quilômetros de distância uns dos outros no Texas."
O músico ainda citou um fator diferencial: o fato de tocar um estilo ainda mais diferente do que o consagraria. "O mais legal de tudo isso é que toquei em uma banda de jazz do sétimo ao décimo segundo ano de escola. Conseguia ler partituras à primeira vista muito, muito bem. Vinnie e eu nos conhecíamos desde o ensino fundamental. Tínhamos uma das melhores bandas de laboratório para o ensino médio no norte do Texas. E eles tinham professores muito bons. Foi lá que Vinnie e eu tocamos juntos pela primeira vez. E o pai dele, por acaso, era engenheiro de som no único estúdio por quilômetros no Texas. Acho que pode ter havido outro. Isso é meio louco para o final dos anos 70. Mas tudo mudou naquela época. E ele era um engenheiro de som muito bom, mas era mais country. Não estava pronto para o rock dos filhos. Acho que foi daí que surgiu um pouco de angústia e rebelião naqueles primeiros anos, porque brigávamos para tentar conseguir nosso som. Ele não estava acostumado a gravar aquele tipo de música."
E ao contrário do que muitos podem imaginar pelas imagens promovidas pelos irmãos Abbott, Rex garante que ele foi o rebelde original da banda. "Eles foram os primeiros garotos com um sistema de som na cidade. Quando entrei na banda, me disseram: 'Você não pode fumar e não pode beber.' Então, apareci no primeiro ensaio com um pack de seis cervejas Löwenbräu e um cigarro na boca... Foi divertido. Tínhamos 17, 18 anos e queríamos fazer um nome por nós mesmos. Para isso acontecer, é preciso ensaiar muito e aprender as músicas de outras pessoas. Minha irmã era 17 anos mais velha que eu e tinha todo esse material incrível, dos Stones e dos Beatles em diante. Então eu simplesmente vasculhava esses discos e aprendia a tocar. Fui guitarrista antes de começar a tocar baixo. Queriam que eu tocasse guitarra na banda do laboratório... Também queria tocar bateria por causa dos rudimentos e todo esse tipo de coisa... Só fiz aulas de música do sétimo ao décimo segundo ano. Era tudo música."
Rex Brown e Phil Anselmo seguem na ativa com o tributo oficial ao Pantera. Zakk Wylde (Ozzy Osbourne, Black Label Society) ocupa a guitarra e Charlie Benante (Anthrax) a bateria. Em julho, o grupo embarca em uma turnê pela América do Norte em parceria com o Amon Amarth.
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