Robert Cray - Muito Além do Blues
Por Edsão
Postado em 06 de abril de 2025
É isso aí, "Whiplashers"! Hoje vou falar sobre um de meus artistas favoritos, e um dos maiores guitarristas de todos os tempos: o incomparável Robert Cray!
Presto reverência especial ao Cray, pois guardo a memória afetiva de ser apresentado ao imenso talento dele, por volta de 1986, quando ainda era adolescente e estava começando a tocar em bandas.
Outro fato marcante para mim, é que, naquela época, o tio de um grande amigo - um sujeito muito boa praça -, chamado Toninho, chegou em um de nossos ensaios, entregou-me este álbum, o fabuloso, "Strong Persuader", e recomendou efusivamente que eu prestasse atenção aos solos de guitarra.

Infelizmente, este cara - muito bacana, por sinal -, que me fez conhecer a obra de Robert Cray, morreria precocemente poucos meses após me apresentar à bolacha.
Toninho: Aqui vai meu eterno agradecimento e Rest In Peace, Man!
Cara, a primeira audição desta obra-prima teve um impacto imediato sobre mim, pois além de uma faixa ser melhor que a outra, no quesito composição e arranjos, o Robert Cray arrasava nos vocais e, como se não bastasse, ainda tinha um fraseado limpo, absolutamente singular e fluentíssimo na guitarra (uma das coisas mais difíceis de se alcançar neste instrumento e, principalmente, no surrado gênero Blues).
Quase furei o vinil de tanto tocá-lo e, como o LP lançado aqui no Brasil veio sem o encarte, ainda dediquei horas "tirando" e escrevendo todas as letras das músicas de ouvido (uma proeza juvenil em tempos em que nem imaginávamos as futuras facilidades da Internet), é mole?
Uma década depois, tive o privilégio de conferir, ao vivo, no Brasil, a uma das performances mais arrebatadoras do Cray, em março de 1996, no palco do antigo Palace, aqui em São Paulo.
Foi impressionante como ele cantava alto, afinado, com uma muita interpretação, e debulhava na guita, com muito groove e sem parar de tocar um minuto. Um puta arregaço!
Bem, quase 40 anos depois, cá estou para falar deste que é um de meus maiores ídolos na música. Vamos lá!
O Cray nasceu em agosto de 1953 na cidade de Columbus, no estado americano da Geórgia, e, em 2025, completará (apesar de não aparentar), 72 anos de idade.
Ainda criança, mudou-se com a família para Washington, e na infância, além da cena Rock local, costumava ouvir jazz e a música de Memphis-Tennessee, com artistas do soul sulista, funk, e gospel, da icônica gravadora "Stax".
O Robert começou a estudar guitarra cedo e rendeu-se ao Blues quando tinha apenas 16 anos, após assistir a uma apresentação incendiária do bluesman texano, Albert Collins.
Como salientei, não bastasse ao Clay ser um craque na 6 cordas blueseira, o cara também revelou-se um cantor extraordinário e compositor que transcenderia o estilo ao transitar magistralmente por vários gêneros musicais, como o R&B, Soul, Jazz, Funk, Rock, Gospel, e Pop.
Com sua "Robert Cray Band" lançou mais de 20 álbuns aclamados por público e crítica (15 deles figuraram nas paradas da Billboard e 11 tiveram indicações ao Grammy), além de vender milhões de discos em todo o mundo desde a estreia fonográfica em 1980.Foi laureado com 5 Prêmios Grammy, introduzido no Blues Hall Of Fame, e ganhou o American Music Awards Lifetime Achievement for Performance.
Dividiu o palco com nomes consagrados, como seu ídolo, Albert Collins, além de Muddy Waters, Steve Ray Vaughan, John Lee Hooker, Os Rolling Stones, Johnny Copeland, B.B. King, Tina Turner, Willie Dixon, e Eric Clapton, entre outros.
Foi ele, aliás, um dos artistas que dividiram o palco no derradeiro show do gênio da guitarra, Stevie Ray, na fatídica noite de sua trágica morte em um acidente de helicóptero, em 1990.
Com todo sucesso e reconhecimento, Cray abriu caminho para muitos dos velhos blueseiros, que passaram anos marginalizados pelos meios de comunicação, e renovou o interesse por novos talentos, como John Mayer, por exemplo.
Voltando ao clássico - que recomendo fortemente a todos - ! "Strong Persuader" foi disco de platina, considerado um dos maiores álbuns dos anos 80, e ficou seis meses no Top 10 das paradas americana, tornando-se tão popular que suas músicas várias vezes integraram trilhas de televisão e, aqui no país, a canção "Nothing but a Woman" chegou a ser trilha sonora de uma enorme campanha publicitária de automóveis.
Atualmente esta lenda viva está nas estradas americanas com a turnê The Robert Cray Band – Out Driving Around 2025.
Em tempos de trevas tupiniquins, bem que este "monstro" podia dar uma passada pela terra brasilis para aliviar nossos ouvidos combalidos, o que acham?
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