Por que o Iron Maiden demitiu Paul Di'Anno, segundo o guitarrista Adrian Smith
Por Gustavo Maiato
Postado em 13 de maio de 2025
O guitarrista Adrian Smith, do Iron Maiden, relembrou a decisão da banda de demitir o vocalista original Paul Di’Anno, destacando as dificuldades que o cantor enfrentava para acompanhar o ritmo intenso das turnês.
Embora Bruce Dickinson seja a voz mais lembrada quando se fala nos vocais do Maiden, é impossível ignorar a importância de Di’Anno nos primeiros anos da banda. Sua voz crua deu força a clássicos como "Wrathchild", "Running Free" e "Charlotte the Harlot", além de sua atitude rebelde ter ajudado a moldar a identidade do grupo.
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"Paul tinha uma ótima voz, mas era muito temperamental", comentou Smith em entrevista recente à MusicRadar, fazendo um contraponto sutil à opinião do próprio Bruce Dickinson, que já criticou os vocais de seu antecessor. Segundo Smith, o comportamento instável de Di’Anno, aliado aos excessos da vida roqueira, acabou se tornando um problema insustentável.
"Se você é cantor, está em um terreno instável. Você depende totalmente do seu corpo. Não dá pra colocar mais distorção no amplificador ou usar efeitos. Não dá pra compensar. É você lá fora, completamente exposto. Eu entendo isso."

Ainda segundo Smith, o cronograma apertado de shows tornou a situação inviável: "A agenda começou a pesar, e ficou difícil para o Paul. Era uma banda de rock tocando cinco noites seguidas. Não é fácil."
Smith também comentou a evolução vocal de Di’Anno e sua tentativa de adotar técnicas mais refinadas: "O Maiden tinha feito turnê com o Judas Priest, e o Paul absorveu um pouco do Rob [Halford] — um pouco do vibrato, de segurar as notas. Ele estava se dedicando a isso, expandindo o alcance vocal, além de já ter bastante personalidade na voz."
Contudo, ao fim da turnê do segundo disco, Killers (1981), ficou claro que Di’Anno não estava mais conseguindo acompanhar. Foi quando o baixista e líder Steve Harris tomou a frente: "Foi o Steve quem disse ao Rod [Smallwood, empresário]: ‘Não dá mais.’ Steve é muito decisivo, sempre soube exatamente o que queria para o futuro da banda. Então foi isso. Não foi muito legal, mas seguimos em frente."

Ao comparar Paul Di’Anno com Bruce Dickinson, Smith foi direto: "O Paul não era tão profissional quanto o Bruce. E o Bruce conseguia cantar tão alto, tão forte e por tanto tempo quanto você quisesse — como uma máquina."
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