O artista que para Tony Iommi é "a personificação do rock and roll", e ninguém vai discordar
Por Bruce William
Postado em 27 de junho de 2025
Tony Iommi sempre levou um estilo de vida discreto. Não posava de estrela nem fazia discurso sobre o que é ou não é rock. Mas quando perguntado sobre quem melhor representa esse espírito, ele não pensou duas vezes e apontou para alguém que viveu o gênero com intensidade total, e que também era seu velho conhecido de estrada.
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Durante os anos 1970, o Black Sabbath mergulhou fundo no caos. Álbuns como "Master of Reality" e "Vol. 4" não escondiam suas influências químicas. Mas o peso desse estilo de vida começou a cobrar seu preço, e as tensões com Ozzy Osbourne só aumentavam. Iommi, mesmo afundado em drogas, percebeu que a banda havia perdido o foco.
Mas ele sabia que havia um tipo de roqueiro ainda mais radical e que, de forma paradoxal, era totalmente coerente com o que pregava e vivia. Alguém que não fingia ser equilibrado nem tentava manter as aparências. Era Lemmy Kilmister, do Motörhead. "Ele era a personificação do rock and roll. Levava a vida como se não houvesse amanhã", disse Iommi, em fala publicada na Rock And Roll Garage.

Lemmy sempre foi claro e franco sobre o que pensava. Entrou no mundo da música para se divertir, conhecer mulheres e tocar o mais alto possível. Quando começou a ganhar dinheiro, não comprou mansões nem carros de luxo. Continuou morando num pequeno apartamento a poucos quarteirões do Rainbow Bar and Grill, onde era figurinha carimbada.
Mas o fascínio que Iommi tinha por Lemmy ia além dos excessos. Era pela devoção à música. O baixista nunca parou de compor, gravar e tentar se superar. Colaborou com Ozzy, idolatrava Little Richard e nunca escondia sua paixão pelos Beatles, influência que o acompanhou até o fim da vida.
Apesar da fama de beberrão e viciado, Lemmy nunca foi só um personagem. O que o definia era a integridade com o que acreditava: viver de música, sem frescura e sem se vender. Foi isso que Iommi viu nele: não se tratava de um sobrevivente, mas sim alguém que nunca perdeu o encantamento pelo rock'n'roll. Talvez por isso, para Tony Iommi, Lemmy não seja apenas um ícone do rock. Ele era o rock, em carne, osso, álcool e distorção.

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