Por que Paul Di'Anno resolveu fazer parte do tratamento na Croácia e não Inglaterra?
Por Gustavo Maiato
Postado em 10 de junho de 2025
Paul Di’Anno, primeiro vocalista do Iron Maiden, escolheu a Croácia como lugar para realizar parte de seu tratamento médico nos últimos anos de vida. A decisão, que surpreendeu muitos fãs, foi influenciada por Stjepan Juras, escritor croata e gestor que vinha auxiliando o cantor. "O empresário dele era croata e ofereceu sua própria casa para o Paul ficar", contou Dino, vocalista da banda Metaklapa, também da Croácia, em entrevista a Gustavo Maiato.
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Segundo ele, a escolha do país se deu tanto pela infraestrutura médica adequada quanto por dificuldades enfrentadas por Di’Anno no Reino Unido. "Lá era tudo muito caro. E, pelo que soubemos, chegou a haver erro médico em uma cirurgia anterior", disse Dino. O ex-vocalista do Maiden passou cerca de dois anos sob os cuidados de Juras, que também escreveu um livro relatando esse período.
Após a morte de Di’Anno, em outubro de 2024, Stjepan Juras publicou um depoimento emocionado nas redes sociais. Ele disse ter recebido a notícia no mesmo dia em que retirava da gráfica o livro sobre a convivência com o cantor. "Paul definitivamente se foi cedo demais. Talvez seus 66 anos combinassem com seu temperamento único, mas ele ainda tinha muito pela frente", escreveu.

No texto, Juras também revelou que pretendia entregar a primeira cópia a Di’Anno pessoalmente durante a turnê que fariam juntos. "Enquanto eu voltava da gráfica com o livro na mão, meu coração não aguentou. Parei no hotel onde passamos tanto tempo nos últimos anos. Os garçons vieram prestar homenagens e contar lembranças com Paul."
Esse vínculo entre Croácia e Iron Maiden reaparece de forma diferente com o grupo vocal Metaklapa, que em fevereiro de 2025 trará ao Brasil uma turnê especial. A banda, formada por seis cantores, interpreta clássicos do Iron Maiden sem o uso de instrumentos, em arranjos a cappella inspirados no estilo tradicional croata conhecido como klapa. As apresentações acontecem em Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e prometem unir tradição e heavy metal num espetáculo à luz de velas.

"Começamos há quase dez anos. Todos éramos cantores de klapa e também fãs de metal. Queríamos unir esses dois mundos", explicou Davor, outro vocalista da banda. A primeira gravação foi de "Fear of the Dark", em 2016. Desde então, além do Maiden, o repertório passou a incluir faixas de Helloween, Motörhead, System of a Down e até Angra. Segundo Davor, o estilo klapa permite adaptações ousadas. "Cada voz canta sua própria linha melódica. É uma estrutura polifônica, com quatro a seis vozes, que se encaixa bem com os arranjos do Iron Maiden", afirmou.
Apesar da familiaridade com o material original, a transposição para vozes exige técnica e esforço. "Bruce Dickinson canta em várias regiões vocais. Para mim, como primeiro tenor, foi difícil adaptar algumas partes para que minhas cordas vocais não explodissem", brincou Davor. Dino também comentou a reação de Steve Harris, baixista do Iron Maiden, ao ouvir o grupo pela primeira vez. "Ele não fazia ideia do que esperar. Depois disse: ‘Parabéns, nunca ouvi nada parecido’."

Confira a entrevista completa abaixo.

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