O clássico do Creedence que Fogerty nunca curtiu ouvir; "Sempre me encolhi"
Por Bruce William
Postado em 10 de julho de 2025
Nem todo clássico nasce da forma ideal. Em 1969, o Creedence Clearwater Revival viveu um dos anos mais produtivos de sua carreira, com três álbuns lançados e vários singles estourando nas paradas. Mas a correria para manter esse ritmo deixou marcas, inclusive em uma das músicas mais importantes da banda.
Creedence C. Revival - + Novidades
"Fortunate Son", canção crítica ao alistamento forçado durante a Guerra do Vietnã, saiu no disco "Willy and the Poor Boys", o terceiro do CCR naquele ano. Ela chegou ao terceiro lugar da parada da Billboard, virou símbolo de protestos e está entre os maiores sucessos da carreira de John Fogerty. Mas o próprio vocalista ainda torce o nariz quando a ouve.
Fogerty revelou ao Los Angeles Times (via Ultimate Classic Rock) que gravou a faixa depois de já ter passado mais de uma hora cantando "Down on the Corner", também presente no mesmo disco. Ele estava exausto, a voz desgastada. "Eu tinha acabado de cantar aos berros por uma hora e meia, e ainda precisava terminar 'Fortunate Son'", disse. O resultado? "Algumas notas saíram meio desafinadas - não acertei o tom como queria. Sempre meio que me encolhi quando ouvia essa gravação."
Na época, alguns cantores propositalmente forçavam a voz para conseguir uma rouquidão mais crua. Fogerty até citou John Lennon como exemplo: "Ele ficava gritando no estúdio até a voz ficar rouca o suficiente, e aí começava a gravar". No entanto, mesmo com essa justificativa estética, Fogerty nunca ficou confortável com a própria performance. "Talvez o fato de estar um pouco desafinado tenha deixado a música mais... pop. Não sei."
Mesmo assim, "Fortunate Son" sobreviveu ao tempo e às inseguranças de seu autor. Ganhou status de hino anti guerra, marcou presença em incontáveis trilhas sonoras e continua sendo parte do repertório de Fogerty até hoje. Mais recentemente, ele decidiu regravar a faixa para a coletânea "Legacy: The Creedence Clearwater Revival Years", que reúne 20 reinterpretações de suas composições mais conhecidas.
O projeto chega dois anos depois de sua vitória judicial na longa batalha pelos direitos autorais de suas próprias músicas. E pode ser, finalmente, a chance de Fogerty cantar "Fortunate Son" do jeito que sempre quis, mesmo que o mundo já tenha abraçado a versão original há décadas.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



A música de amor - carregada de ódio - que se tornou um clássico dos anos 2000
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Brian May escolhe os três maiores solos de guitarra de todos os tempos
As quatro músicas do Metallica que James Hetfield considera suas favoritas
A banda esquecida que Eric Clapton considera os pioneiros do heavy metal
Camiseta oficial de Ozzy Osbourne zoa Roger Waters por fala que irritou a todos
Tony Iommi escolhe o maior guitarrista de todos os tempos; "meu ídolo"
Nazareth: um elogio à pertinácia
A maior música do rock progressivo de todos os tempos, segundo Steve Lukather
O álbum do AC/DC que é o favorito de Angus Young, guitarrista da banda
O jovem guitarrista preferido de Stevie Ray Vaughan nos anos oitenta
O solo de guitarra que deixa Dave Grohl e Joe Satriani em choque; "você chora e fica alegre"
13 shows internacionais de rock e metal no Brasil em dezembro de 2025
Tony Martin diz que foi pego de surpresa ao ser dispensado do Black Sabbath para a volta de Dio

A banda que arruinou o show do Creedence em Woodstock, de acordo com John Fogerty
O dia em que o jogador Creedence Clearwater Couto conheceu o Creedence Clearwater Revisited
O curioso título original de "Fortunate Son" do Creedence Clearwater Revival
30 clássicos do Rock que foram ouvidos mais de 1 bilhão de vezes no Spotify
A dura opinião de Keith Richards sobre o Creedence Clearwater Revival e o Grateful Dead


