Roger Waters pode pegar até 14 anos de prisão com base na Lei Antiterrorismo
Por Gustavo Maiato
Postado em 09 de julho de 2025
O músico Roger Waters, ex-integrante do Pink Floyd, voltou a causar controvérsia ao declarar publicamente seu apoio ao grupo Palestine Action, recém-proscrito como organização terrorista pelo governo do Reino Unido. A declaração foi feita por meio de um vídeo publicado em suas redes sociais no último sábado (5), dia em que a proibição entrou em vigor. A informação é da Loudersound.
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"Para que conste, eu apoio o Palestine Action", afirmou Waters, chamando o grupo de "uma grande organização" e dizendo acreditar que eles "definitivamente não são terroristas de forma alguma". O músico segurava um cartaz com os dizeres: "Roger Waters apoia o Palestine Action. O Parlamento foi corrompido por agentes de um poder estrangeiro genocida! Levante-se e seja contado. É agora!"
A declaração representa um risco jurídico real. Com base na Seção 12 da Lei Antiterrorismo de 2000, expressar apoio público a uma organização proscrita pode acarretar pena de até 14 anos de prisão. Segundo a BBC e o The Guardian, 29 manifestantes foram presos em Londres no mesmo dia por segurarem cartazes com mensagens como "Eu apoio o Palestine Action".
No vídeo, Waters nomeia o 5 de julho como "Dia da Independência de 2025" e diz: "Declaro minha independência do governo do Reino Unido". O músico conclui com um apelo: "Este é o momento 'Eu sou Spartacus'. Por favor, levantem-se."
A Campanha Contra o Antissemitismo (CAA) se manifestou: "Qualquer um que expressar apoio ao Palestine Action comete crime. Estamos prontos para mover processos privados contra infratores, caso as autoridades falhem em agir."
Fundado como um grupo de ação direta, o Palestine Action é conhecido por ocupações e ataques a prédios ligados à indústria bélica britânica. O governo alega que a organização apresenta risco à ordem pública. Waters, no entanto, insiste que o movimento é não violento.
A posição do músico não é isolada. Ele é um defensor histórico da causa palestina e já foi acusado de antissemitismo por declarações anteriores. Em 2023, Polly Samson, esposa de David Gilmour, o chamou publicamente de "antissemita até a medula" e "megalomaníaco". Gilmour endossou a fala: "Cada palavra é demonstravelmente verdadeira."
Até o momento, a Polícia Metropolitana de Londres não se pronunciou oficialmente sobre a fala de Waters. Mas o alerta está dado: o embate entre arte, ativismo e legislação antiterrorismo está longe de terminar.
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