A banda de rock nacional que tem o mesmo defeito do Toto, segundo Regis Tadeu
Por Gustavo Maiato
Postado em 29 de setembro de 2025
Na história da música, algumas bandas conquistaram enorme sucesso popular ao mesmo tempo em que dividiram opiniões entre críticos e ouvintes mais exigentes. É o caso do Toto, grupo norte-americano formado por músicos altamente qualificados, mas que muitas vezes foi acusado de lançar discos com canções diluídas, feitas para agradar o mercado. No Brasil, algo semelhante acontece com o Roupa Nova, que, apesar de reunir instrumentistas de altíssimo nível, costuma ser criticado por apostar em composições que priorizam apelo comercial em detrimento da ousadia artística.
Essa comparação foi justamente levantada pelo crítico musical Regis Tadeu durante uma live em seu canal no YouTube. Ao responder a pergunta de um espectador, Vinícius Dias, sobre a frase "Todo país tem o Toto que merece", Regis explicou que a máxima surgiu exatamente para se referir ao caso do Roupa Nova.


Toto e Roupa Nova
Segundo ele, o grupo brasileiro é formado por músicos "extraordinários", mas que há bastante tempo lançam discos "fraquíssimos", recheados de "canções muito fracas" e baseados em "clichês comerciais absurdos". Para Regis, esse contraste entre talento técnico e material abaixo da média aproxima o Roupa Nova do Toto, que vive situação parecida na cena internacional.

"O Toto também é uma banda formada por excelentes instrumentistas, mas que fazem um som bastante diluído, comercialmente afável, justamente para poder ter mais vendas e mais grana envolvida", afirmou.
Em outra ocasião, o jornalista Daniel Júnior retomou essa comparação em análise mais profunda. Para ele, a banda brasileira, assim como o Toto, sempre teve músicos de altíssimo nível e um repertório recheado de sucessos, mas passou a enfrentar resistência da crítica justamente por não abrir mão da veia pop que marcou sua trajetória desde os anos 1980.

Daniel destacou que, a partir dos anos 2000, com a crise da indústria fonográfica e a ascensão da pirataria, o Roupa Nova encontrou sobrevida nos formatos ao vivo e acústico. O sucesso dos DVDs "Acústico" (2004) e "Acústico 2" (2006) recolocou o grupo em evidência, e o "Roupa Nova 30 anos" consolidou de vez essa retomada. "Graças à valorização das produções de shows em DVDs, a banda reencontrou seu espaço midiático e voltou a estar na TV e no rádio como há muito não se via", escreveu o jornalista. Para ele, mesmo que a crítica continue relutante em reconhecer o grupo, o Roupa Nova mantém a relevância por sua qualidade vocal, arranjos sofisticados e pela fidelidade de um público que atravessa gerações.

Confira a entrevista completa abaixo.

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