O riff influente que Slash admite não saber tocar direito; "é simplesmente... f@#$"
Por Bruce William
Postado em 25 de setembro de 2025
Slash cresceu no meio do furacão musical dos anos oitenta, mas seu jeito de tocar sempre foi um elo direto com a década anterior. Seus heróis eram nomes como Jimmy Page, Jeff Beck e Keith Richards, guitarristas que consolidaram o rock clássico com base no blues. O arsenal do Guns N' Roses ganhou peso extra justamente porque ele levou adiante essa herança, mesmo em uma época de mudanças rápidas no rock.
Entre essas influências, o Aerosmith ocupa lugar especial. O disco "Rocks", lançado em 1976, foi tão decisivo que levou o jovem Saul Hudson a pegar a guitarra pela primeira vez. A sonoridade crua e distorcida de Joe Perry marcou profundamente sua formação e serviu como modelo para riffs como os de "Welcome to the Jungle" e "Sweet Child o' Mine".


No entanto, Slash admite que há um riff de Perry que até hoje o intriga: "Back in the Saddle". A faixa abre justamente o "Rocks" e se tornou uma das composições mais pesadas do Aerosmith. "A introdução já é matadora, mas o riff central é simplesmente... foda", disse em 2017, durante participação no programa My Favourite Riff, comandado por Nikki Sixx.

O detalhe curioso é que Joe Perry não usou sua tradicional Gibson Les Paul na gravação. O riff principal foi feito com uma Fender Bass VI, um instrumento híbrido que soa mais encorpado do que uma guitarra comum. Essa escolha deu ainda mais peso à música e ajudou a torná-la única no catálogo do Aerosmith, algo que foi reconhecido pelo próprio Perry.
E Slash confessou que nunca teve certeza de estar tocando corretamente esse riff. "Não sei nem se toco direito, porque ele gravou em um baixo de seis cordas, então não sei exatamente onde ele está tocando", explicou. Mesmo assim, ele não economizou elogios: "É um riff muito único, realmente original. Me lembra os Rolling Stones por ser muito bluesy". Para ele, essa combinação é o que torna "Back in the Saddle" tão especial.

Ao tentar reproduzir o que acredita ser a linha de Perry, Slash mostra como absorveu essa estética para o seu próprio estilo. O que Joe Perry fez nos anos 1970, Slash transformou em sua linguagem na década seguinte, usando a força dos captadores de sua Gibson Les Paul para criar novos clássicos. Essa ponte entre gerações explica por que tanto Aerosmith quanto Guns N' Roses soam diferentes, mas partem de uma mesma raiz: riffs carregados de blues, tocados com pegada bruta e uma atitude que prioriza a intensidade acima da perfeição técnica. E é justamente essa conexão que garante a permanência dos dois guitarristas como referências absolutas no universo do rock.

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