A banda que uniu dois Titãs que mudou de nome na última hora para não ser processada
Por Gustavo Maiato
Postado em 21 de setembro de 2025
O rock brasileiro dos anos 1990 viveu uma fase fértil de projetos paralelos e experimentações. Foi nesse cenário que surgiu o Kleiderman, banda punk formada por Branco Mello e Sérgio Britto, dos Titãs, ao lado da baterista Roberta Parisi. A proposta era simples: músicas curtas, barulhentas e debochadas, bem diferentes do que os Titãs faziam na época.
Em entrevista ao podcast Desculpincomodar, Sérgio Britto relembrou os primórdios da banda e revelou que a ideia inicial era batizá-la de Richard Clayderman, em homenagem irônica ao pianista francês conhecido por suas baladas românticas. O problema é que essa ousadia quase terminou em processo.

"A banda chamava Richard Clayderman, né? E o [empresário] Poladian tinha os direitos do Richard Clayderman no Brasil. Quando ele soube, falou: 'Seus filhos da [ __ ], se vocês lançarem esse disco, eu vou tirar das lojas, vou mandar recolher tudo'", contou Britto.
A solução veio de forma improvisada, graças ao artista plástico Fernando Zarif, responsável pela capa do disco "Con el mundo a mis pies", lançado em 1994 pela Banguela Records. "O Zarif teve a ideia. Foi no banheiro, voltou com um band-aid e colou em cima do 'Richard'. Aí disse: 'Agora a banda é só Kleiderman. E resolveu nossa história", lembrou o tecladista.
O resultado é que, na arte do álbum, o nome "Richard" aparece coberto por uma bandagem, transformando o projeto em Kleiderman. O grupo não durou muito tempo, mas deixou um registro cult: o disco único, recheado de faixas rápidas como "O amor é uma coisa feia", "Eu vou ficar dopado" e "Nem mãe, nem puta".
Sérgio Britto reforçou que a intenção nunca foi criar algo grandioso, mas sim se divertir fora da rotina dos Titãs: "A gente já tinha feito muito sucesso, já tinha gravado discos. Voltar para o bueiro foi divertido. A ideia nunca foi levar aquilo adiante, era só curtição mesmo."
Confira a entrevista completa abaixo.
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