A banda que decepcionou James Hetfield na juventude; "Aprendi como não tratar nossos fãs"
Por Bruce William
Postado em 16 de setembro de 2025
Antes de se tornar o rosto do Metallica, James Hetfield era apenas mais um adolescente obcecado por rock. Sua devoção maior estava voltada para o Aerosmith, grupo que considerava seus "parceiros invisíveis" em meio às descobertas da juventude. Fascinado pelas músicas, James tentava entender cada verso cantado por Steven Tyler - e como não havia internet para resolver o problema, decidiu escrever uma carta diretamente para os ídolos.
O futuro frontman não se contentou em endereçar apenas a Steven. Incluiu também Joey Perry, Tom Hamilton e outros integrantes, pedindo algo simples: as letras das canções. "Cara, não consigo entender porra nenhuma do que ele está cantando. Você pode me enviar as letras?", contou em entrevista à Rolling Stone. Para Hetfield, era como se estivesse falando com amigos próximos, tamanha era a identificação que sentia.


Mas a resposta que chegou pelo correio foi um balde de água fria. Nada de letras, tampouco um recado pessoal. O que veio foi apenas um formulário para encomenda de camisetas da turnê Draw the Line. "Uau, valeu mesmo!", ironizou, lembrando a frustração de se sentir apenas mais um consumidor, e não um fã valorizado. Aquilo marcou de vez a forma como enxergava a relação entre artista e público.

Com o passar dos anos, já vivendo o outro lado da moeda, Hetfield entendeu que as estrelas que idolatrava também enfrentavam dificuldades e limitações no contato com os fãs. Ainda assim, aquela experiência negativa se tornou uma lição para sua própria carreira. "Aprendi muito sobre como eu não gostaria de tratar nossos fãs", reconheceu.
Esse episódio ajuda a entender por que o Metallica sempre deu tanta importância à conexão com seu público. Desde os anos 80, a banda se destacou por manter proximidade com a base de fãs, fosse em meet & greets, em lançamentos especiais ou mesmo nos shows, que muitas vezes parecem verdadeiros encontros de família. A lembrança amarga com o Aerosmith, de certa forma, serviu como guia do que não repetir.

No fim, a história mostra que até mesmo pequenas frustrações da juventude podem moldar decisões importantes no futuro. Para Hetfield, aquela carta ignorada funcionou como um alerta sobre o valor da reciprocidade entre artista e fã - uma lição que ajudou a transformar o Metallica não apenas em um gigante do metal, mas também em uma banda que construiu uma das comunidades mais fiéis do rock.

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps