Por que Tony Iommi ficou "muito chateado" com "Seventh Star", segundo Glenn Hughes
Por Gustavo Maiato
Postado em 14 de setembro de 2025
Glenn Hughes carrega um currículo invejável no rock: foi líder do Trapeze, ajudou a transformar o Deep Purple nas lendárias formações Mk. III e IV e consolidou-se como "The Voice of Rock" em sua longa carreira solo. Mas um capítulo menos lembrado de sua trajetória é a parceria com Tony Iommi, guitarrista do Black Sabbath, que rendeu discos cultuados por fãs, mas muitas vezes esquecidos pelo grande público.
O primeiro fruto dessa união foi "Seventh Star" (1986). O álbum nasceu em um momento conturbado: Ian Gillan havia deixado o Sabbath após o "Born Again", e tanto Geezer Butler quanto Bill Ward também estavam fora. Restou a Iommi, como único membro original, dar continuidade ao legado. Sua ideia inicial era simples: gravar um álbum solo com Hughes nos vocais.
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Glenn Hughes e Black Sabbath
Em entrevista ao Metal Mayhem ROC, transcrita pelo Ultimate Guitar, o cantor relembrou a frustração quando a gravadora mudou os planos de última hora: "Tony e eu escrevemos o álbum juntos, primeiro em Los Angeles e depois em Atlanta. Sempre pensamos que seria um disco solo dele. Todas as músicas foram concebidas para isso. E aí, na última canção, o empresário Don Arden, pai da Sharon Osbourne, disse que a Warner queria lançar como Black Sabbath. Tony ficou muito chateado."

Hughes deixou claro que nunca se considerou um sucessor natural de Ozzy Osbourne ou Ronnie James Dio. "Eu amo o Ronnie e o Ozzy, eram grandes amigos. Mas eu não sou um vocalista do Black Sabbath, vocês sabem disso. Eu não sou. Achei que estava fazendo um álbum solo do Tony. Ainda assim, estou muito feliz com o resultado."
A dupla ainda retomaria a parceria na década seguinte, gravando The 1996 "DEP Sessions" (lançado apenas em 2004) e o potente "Fused" (2005). Este último, para Hughes, deveria ter recebido mais atenção. "Acho que é um dos maiores discos daquela década, mas não foi promovido porque Tony recebeu uma ligação da Sharon durante a turnê de imprensa. Era sobre o primeiro Ozzfest, e ele precisou priorizar isso. Foi o motivo pelo qual ‘Fused’ nunca teve a atenção que merecia."

Mesmo sem o devido reconhecimento comercial, a colaboração entre Glenn Hughes e Tony Iommi permanece como um capítulo especial da história do Sabbath — uma união de forças que mostrou uma faceta diferente da banda e deixou registros que até hoje intrigam fãs e colecionadores.
Conheça mais sobre "Seventh Star"
Lançado em janeiro de 1986, "Seventh Star" nasceu para ser o primeiro álbum solo de Tony Iommi, mas acabou chegando às lojas como Black Sabbath Featuring Tony Iommi, decisão tomada pela gravadora contra a vontade do guitarrista. O disco marcou uma guinada sonora dentro da história da banda, já que trouxe Glenn Hughes nos vocais, imprimindo uma abordagem mais melódica e com influências de soul, bem distante da tradição dos cantores anteriores do Sabbath.

Musicalmente, o álbum mescla hard rock, blues e até baladas, criando uma atmosfera incomum dentro da discografia do grupo. Canções como "Danger Zone", "Heart Like a Wheel" e "In for the Kill" mostraram a versatilidade da parceria entre Hughes e Iommi, enquanto "No Stranger to Love" foi escolhida como single e ganhou um videoclipe que se tornou o registro mais conhecido do trabalho.

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