"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
Por Bruce William
Postado em 25 de outubro de 2025
Nos anos 1990, o mapa do rock parecia rachado: de um lado, o metal de arena, duro e monumental; do outro, o grunge, que canalizava a mesma raiva por meio de uma desilusão mais crua. James Hetfield, vocalista e guitarrista do Metallica, não ignorou a maré: ouviu com atenção, comparou com o que fazia na própria banda e, a partir daí, puxou lições que mexeriam na dinâmica de voz e de composição. Foi menos trocar de bandeira e mais entender como aquelas canções respiravam.
Para ele, a força do grunge estava nas vozes. Pensa em Nirvana, Soundgarden, Alice in Chains, Pearl Jam: "você precisa ter um cantor realmente bom", costuma resumir quando fala do período. No panteão pessoal de Hetfield, ao lado de Freddie Mercury, Robert Plant e Ozzy Osbourne, entrou Chris Cornell - não só como admiração, mas como referência prática.

"O que aprendemos com o Soundgarden foi um outro modo de compor: você toca um riff pela música inteira, e o cantor vai por cima de tudo", disse em conversa com a Q Prime/MX2 (via Far Out). Para funcionar, emendou, "você realmente tem que ter um cantor muito bom como o Chris". É a engenharia do contraste: base repetida, voz mutante, dinâmica que sobe e desce sem trocar o trilho.
Esse método apareceu no Metallica da virada pós-Black Album. "'King Nothing' faz sentido nisso", explicou Hetfield. "Foi uma das primeiras logo depois do 'Black Album'. Era um aceno a 'Sandman'." O resultado é audível: refrão que respira, melodia que torce, espaço para o vocal moldar a canção sem perder peso.
Também havia afinidade de tema. Hetfield fala da própria "escuridão" como motor criativo e reconhecia esse vetor em Cornell: transformar ruído interno em música comunicável. Não é sobre copiar um timbre; é sobre aprender um princípio e devolvê-lo no próprio idioma.
No fim, ficou a ferramenta que ele descreveu sem rodeios: riff como trilho, voz como motor. O grunge mostrou um caminho possível; Hetfield levou a lógica para o metal e, com ela, um jeito de cantar que cresce de dentro da música, não só por cima dela.
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Trivium agradece Greyson Nekrutman e anuncia novo baterista
"Um cantor muito bom"; o vocalista grunge que James Hetfield queria emular
A canção do ZZ Top que, para Mark Knopfler, resume "o que importa" na música
Site americano elege melhores guitarristas do metal progressivo de todos os tempos
O melhor disco do Kiss, de acordo com a Classic Rock
O álbum do Pink Floyd que David Gilmour acabou detestando por causa do Roger Waters
As 10 melhores músicas do Iron Maiden, de acordo com o Loudwire
Após fim do Black Sabbath, Tony Iommi volta aos palcos e ganha homenagem de Brian May
Os 75 melhores discos da história do metal, segundo o Heavy Consequence
A artista que Ritchie Blackmore chamou de "os Beatles desta geração"
O único frontman que Charlie Watts achava melhor que Mick Jagger
Marcie Free, uma das maiores vozes do AOR, morre aos 71 anos
A banda pioneira do punk que Joey Ramone adorava; "uma das minhas bandas favoritas"
Robert Plant revela o último álbum do Led Zeppelin que ele achava ter sido bom
A banda em que Iron Maiden se inspirou para figurino na época do "Piece of Mind"

Será que não damos atenção demais aos críticos musicais?
As 15 bandas mais influentes do metal de todos os tempos, segundo o Metalverse
O que Metallica aprendeu sobre compor com Soundgarden, segundo James Hetfield
Ouça a versão do Testament para "Seek & Destroy", do Metallica
As 20 melhores músicas do Metallica, segundo a Metal Hammer
Lars Ulrich revela a música do Deep Purple que o marcou para sempre na infância
A relação do "Black Album" do Metallica e do grunge com o declínio do thrash metal
A música "das antigas" que Metal Hammer considera uma das piores do Metallica
De 1970 até 2024, o melhor álbum de Metal de cada ano, segundo o Loudwire
Cinco músicas inspiradas pelo universo de H.P. Lovecraft


