O álbum clássico do Deep Purple dos anos 1960 que Ritchie Blackmore acha insosso
Por Gustavo Maiato
Postado em 23 de outubro de 2025
Nem sempre o caminho para o sucesso segue a direção artística que os músicos desejam. No caso do Deep Purple, o guitarrista Ritchie Blackmore deixou claro que nunca ficou totalmente satisfeito com o álbum que abriu as portas do estrelato para a banda. Em entrevista resgatada pelo site Far Out Magazine, o músico afirmou que considerava o trabalho "meio bobo" e distante do som pesado que queria alcançar.
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Nos primeiros anos de carreira, o Deep Purple enfrentou dificuldades para se firmar. As três primeiras formações e discos do grupo não conseguiram chamar a atenção do grande público, e mudanças significativas acabaram acontecendo. O vocalista Rod Evans foi dispensado após demonstrar interesse em seguir um caminho mais pop nos Estados Unidos, enquanto o baixista Nick Simper deixou o grupo para fundar o efêmero Warhorse. As saídas abriram espaço para Ian Gillan e Roger Glover, peças fundamentais na transformação sonora da banda.
Mesmo com a chegada dos novos integrantes, o Purple ainda apostava em uma vertente mais sinfônica e progressiva, como ficou evidente no disco "Concerto for Group and Orchestra" (1969), gravado com a Orquestra Filarmônica Real de Londres. O álbum rendeu boa repercussão e ajudou o grupo a conquistar visibilidade, mas o resultado não agradou a Blackmore. "Eu fiquei cansado de tocar com orquestras", contou o guitarrista à Guitar World em 1991. "In Rock foi minha forma de me rebelar contra o elemento clássico dentro da banda. Ian Gillan, Roger Glover e eu queríamos ser uma banda de hard rock – queríamos tocar rock and roll e apenas isso."
Deep Purple e o "Concerto for Group and Orchestra"
O músico foi ainda mais direto ao avaliar o projeto sinfônico. "Senti que toda essa coisa de orquestra era um pouco insossa. Você está no Royal Albert Hall, a plateia fica de braços cruzados, e há um violinista tapando os ouvidos cada vez que você faz um solo. Isso não inspira ninguém", afirmou, deixando clara sua insatisfação com o formato.
O contraste entre "Concerto for Group and Orchestra" e o trabalho seguinte, "Deep Purple in Rock" (1970), ilustra bem a mudança de rumo. O novo álbum abandonou de vez os elementos clássicos e abraçou o peso e a agressividade que ajudaram a definir o hard rock e o heavy metal da década seguinte. Paradoxalmente, foi o sucesso do projeto sinfônico que deu à banda a visibilidade necessária para seguir na trilha que Blackmore tanto almejava.
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