A única vez que alguém tentou ser líder dos Titãs, segundo biografia
Por Gustavo Maiato
Postado em 20 de outubro de 2025
A trajetória dos Titãs sempre foi marcada por democracia interna. Desde os primeiros ensaios, nos anos 1980, o grupo paulistano construiu sua identidade coletiva sem hierarquias explícitas - cada integrante contribuía à sua maneira, e as decisões eram tomadas em votação. No entanto, como revela o livro "A vida até parece uma festa", de Hérica Marmo e Luiz André Alzer, houve um momento em que essa harmonia quase desmoronou: a única tentativa de liderança autoritária dentro da banda.
O episódio aconteceu ainda nos primórdios do grupo, quando o vocalista Ciro Pessoa, um dos fundadores, começou a tentar definir os rumos artísticos dos Titãs. Entusiasmado com a estética new wave e inspirado pelo sucesso da Blitz, Ciro queria transformar o som da banda em uma espécie de versão paulistana do fenômeno carioca. Ao mesmo tempo, liderava uma campanha dura contra o baterista André Jung, criticando seu estilo de tocar e dizendo que ele "não se rompia com o rock'n'roll".

De acordo com o livro, o clima dentro da banda ficou insustentável. Ciro passou a interromper ensaios para reclamar do colega e, em alguns momentos, lia o jornal durante as sessões, isolando-se dos demais. A tensão atingiu o auge quando ele lançou um ultimato: "Não dá para continuar assim. Ou sai o André ou saio eu." A resposta veio de forma imediata e unânime: "Então sai você!"
Titãs e Ciro Pessoa
E assim terminou a curta tentativa de Ciro de se colocar como líder do grupo. Pouco tempo depois, ele deixou os Titãs e fundou o Cabine C, banda de som gótico que se destacaria no circuito alternativo de São Paulo. Marmo e Alzer resumem o episódio de forma categórica:
"Foi a primeira e última vez que alguém tentou ser líder dos Titãs. O único movimento de insurreição tinha sido um fiasco e veementemente rechaçado pelos oito que ficaram."
A saída de Ciro marcou também a primeira expulsão por votação na história dos Titãs - algo que voltaria a acontecer anos depois, quando André Jung também deixaria o grupo. Segundo Júlio Ettore, em entrevista ao site Manual do Homem Moderno, a decisão foi democrática, mas dolorosa: "O Ciro foi o primeiro a sair porque tinha um problema com o baterista. Ele não gostava do jeito que o André tocava. Uma hora ele disse: 'Ou sai o baterista ou eu'. Aí foi uma votação e ele saiu."
Curiosamente, o mesmo destino aguardava André Jung pouco tempo depois. Em 1984, após um show de réveillon no Rio de Janeiro, a banda comunicou que ele estava fora, já com Charles Gavin ensaiando para assumir as baquetas. Nando Reis foi o único a votar contra a saída, mas acabou vencido pela maioria.
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