Os quatro álbuns mais terríveis lançados pelos integrantes dos Beatles nos anos 70
Por Bruce William
Postado em 18 de outubro de 2025
A lista abaixo foi feita pela Ultimate Classic Rock - clique aqui para conferir a matéria original com mais detalhes e comentários em inglês - e foca nos piores discos solo lançados nos anos 1970 por cada ex-Beatle. Um aviso antes: aqueles experimentos de John com Yoko ("Unfinished Music No. 1: Two Virgins", "Life with the Lions", "Wedding Album") ficaram de fora por dois motivos. Primeiro, são hors-concours dentro da proposta. Segundo, todos saíram antes de 1970. (Maldosos dirão que nem álbum são, mas não vamos entrar nesse mérito...)

O cenário geral ajuda a entender as escolhas. George Harrison abriu a década com "My Sweet Lord" no topo e ainda voltaria ao nº 1 com "Give Me Love (Give Me Peace on Earth)". Ringo Starr emplacou hits como "It Don't Come Easy", "Photograph" e "You're Sixteen", às vezes chegando ao nº 1 antes de Lennon e empatando com McCartney em façanhas nas paradas. Já McCartney só engrenou de vez com o Wings no meio da década, e Lennon acertou a mão nos discos finais dos anos 70.


Paul McCartney - "Wild Life" (1971): A estreia do Wings queria soar despretensiosa, quase bucólica, mas ficou num meio-termo que não entrega nem vigor nem composição à altura do nome. É o tipo de disco que o tempo não resgatou. Menção desonrosa: "Wings at the Speed of Sound" (1976), polido e cheio de participações internas, mas irregular e com faixas em que o próprio Paul nem canta.
John Lennon - "Some Time in New York City" (1972): Política na veia, gravação rápida e letras "do jornal para o estúdio". O resultado envelheceu mal: datado no tema e apressado na forma, acabou virando aquele álbum que muita gente pula na discografia solo dele. Menção desonrosa: "Mind Games" (1973). Tem pontos altos (a faixa-título, por exemplo), mas o conjunto oscila e deixa a sensação de transição.
George Harrison - "Extra Texture (Read All About It)" (1975): Depois de turbulências pessoais e profissionais, Harrison mergulhou num disco contemplativo que, desta vez, não encontra saída musical. A abertura com "You" (sobra de sessões anteriores) e a auto-citação de "This Guitar (Can't Keep from Crying)" já apontam o clima de estagnação. Menção desonrosa: "Dark Horse" (1974), início do período mais fraco da década para George, com voz gasta e material aquém do padrão que ele havia mostrado até então.
Ringo Starr - "Ringo the 4th" (1977): Sem a turma de ex-colegas por perto e mirando o clima de pista com Arif Mardin na produção, Ringo foi parar num disco excessivamente produzido, em pleno choque com o punk e sem o carisma usual das melhores fases dele. Menção desonrosa: "Bad Boy" (1978), menos brilhante que o necessário e com performances que soam desligadas, refletindo um momento complicado pessoalmente.
No recorte da UCR, a década solo dos ex-Beatles acabou assim: o pior de Lennon e McCartney ficou mais no começo, enquanto o pior de Harrison e Ringo veio depois. Entre altos e baixos, a conclusão é simples: quando acertaram, entregaram clássicos; quando erraram, foi do tipo que o fã evita revisitar.

Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps