Fernando Deluqui explica erro na divulgação da morte de P.A. quando baterista estava em coma
Por Gustavo Maiato
Postado em 04 de outubro de 2025
A história do RPM é repleta de altos e baixos, tanto artísticos quanto pessoais. Nos últimos anos, um dos episódios mais dolorosos envolveu o baterista P.A. (Paulo Antônio Pagni), cuja saúde debilitada e posterior falecimento deixaram marcas profundas em seus ex-companheiros. Em entrevista ao canal Corredor 5, o guitarrista Fernando Deluqui falou abertamente sobre esse período, revelando bastidores de ensaios, internações e até mesmo uma fake news sobre a morte do colega.
Segundo Deluqui, os primeiros sinais de que algo estava errado com o baterista surgiram durante ensaios em São Paulo. Ele conta que P.A. apresentava dificuldades de memória e comportamento diferente do habitual. "A cada ensaio parecia que começávamos do zero. Ele não retinha informação, estava mais quieto, amargo. A gente percebia que tinha algo errado", relatou. A situação se agravou a ponto de o próprio pessoal do estúdio alertar que P.A. chegava cedo, ficava estranho e tropeçava nos equipamentos.

O guitarrista relembrou ainda uma visita à casa do baterista, que vivia em uma chácara. O local, antes luxuoso, estava em completo abandono. "A piscina era um lodo, as árvores cheias de teias de aranha, os cachorros dominando tudo. Ele tinha se abandonado", disse. Em meio à cena, Deluqui presenciou um momento chocante: "O P.A. caiu do segundo andar na minha frente, rolou a escada inteira. Eu peguei ele chorando e ele ainda ria da situação. Foi desesperador".
Os problemas de P.A
Após esse episódio, Deluqui e sua esposa, Virgínia, decidiram levar o amigo ao hospital. Como a situação não permitia que ele voltasse para casa, optaram por interná-lo em uma clínica de reabilitação. No entanto, o músico acabou contraindo pneumonia e foi transferido para o Hospital São Camilo, em Vinhedo, onde permaneceu em coma induzido.
O momento mais delicado veio quando uma notícia precipitada sobre sua morte se espalhou. "Recebi a ligação do hospital pedindo que eu fosse buscar documentos e roupas dele. Fui com a Virgínia na casa, pegamos algumas peças. Chegando lá, na portaria, perguntei pelo meu amigo 'que tinha falecido'. E o atendente disse: 'Não, ele tá vivo'. Cara, foi um choque. Todo mundo já achava que ele tinha morrido, inclusive acho que até já tinha saído coisa na internet. A gente cometeu uma grande cagada: em vez de confirmar com o hospital, soltamos a notícia de que ele tinha morrido. Eu, o advogado, todo mundo… Foi um erro enorme."
A repercussão foi imediata, e o guitarrista acabou sendo apontado como responsável pela fake news. "Começaram a botar a culpa em mim. Até o pessoal da banda ficou puto, achando que eu tinha vazado. Mas não fui só eu, estávamos todos juntos, inclusive o advogado. Foi uma confusão inexplicável", explicou.
Deluqui lembra que precisou enfrentar a imprensa para esclarecer o erro: "O empresário me disse: 'Agora é com você. Vai na porta do hospital e fala o que aconteceu'. Então eu fui e disse: 'Graças a Deus, o P.A. não morreu ainda, mas a notícia foi passada pela cúpula do hospital'. Pedi desculpas. Foi um dos piores dias da minha vida".
A morte de P.A
Infelizmente, P.A. faleceu cerca de 15 a 20 dias depois, sem acordar do coma. O guitarrista recorda que a morte coincidiu com uma apresentação do RPM em Garopaba. "Estávamos em uma festa junina com a banda, numa vibe incrível. Tenho certeza que ele abençoou aquele momento. Fizemos uma homenagem, colocamos ele sorrindo no telão e seguimos tocando", disse emocionado.
Confira a entrevista completa abaixo.
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