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5 motivos que podem ter levado o Angra a escolher Alírio Netto como novo vocalista
Por Gustavo Maiato
Postado em 24 de novembro de 2025
A saída de Fabio Lione após mais de uma década abriu uma das maiores perguntas recentes do metal brasileiro: quem teria o perfil ideal para assumir o microfone de uma banda tão técnica, emocional e historicamente marcada por grandes intérpretes? A resposta veio rapidamente com o anúncio de Alírio Netto, nome que circulava há anos entre os fãs mais atentos e que, agora, assume oficialmente o posto deixado pelo italiano. A escolha, embora surpreendente para alguns, parece bastante lógica quando se observam as camadas que envolvem o chamado "angraverso".
O que pode ter motivado a saída abrupta de Fabio Lione do Angra?
Desde que começou a atuar ao lado de bandas como Khallice, Age of Artemis e Shaman, Alírio se consolidou como um dos vocalistas mais completos do país. Além de técnica e alcance, ele domina elementos de performance que vão do universo lírico ao teatro musical, algo que dialoga bem com o DNA grandioso do Angra. Ao contrário da trajetória de Lione - italiano e sempre baseado na Europa -, a chegada de um vocalista brasileiro facilita processos internos, ensaios, logística e comunicação, algo essencial para uma banda que opera simultaneamente no mercado nacional e internacional.
Angra "deixa escapar" que Alírio Netto faz parte de sua formação atual
Angra e Alírio Netto
Outro ponto relevante é a versatilidade instrumental de Alírio. Ele já tocou piano ao vivo em apresentações com o Shaman e domina nuances que vão além do canto, o que pode abrir novas possibilidades estéticas para o Angra tanto no palco quanto em futuros trabalhos de estúdio. Em uma banda conhecida por arranjos densos, harmonias complexas e variações rítmicas, ter um vocalista com formação ampla em música é um trunfo valioso.
A relação dele com o angraverso também pesa – e muito. Alírio já atuou ao lado dos principais nomes ligados ao ecossistema Angra/Shaman, construiu amizades, participou de homenagens a Andre Matos e integrou projetos paralelos com integrantes das duas bandas. Em termos simbólicos, é alguém que entende profundamente a história, os conflitos e a cultura desse universo. Em termos práticos, é alguém que transita naturalmente entre essas personalidades – algo que nem sempre aconteceu com vocalistas anteriores.
O vocalista também chega com uma bagagem internacional robusta graças ao Queen Extravaganza, tributo oficial do Queen criado por Brian May e Roger Taylor. A experiência de realizar turnês pelos EUA, Europa e América do Sul, se apresentar em teatros e arenas e lidar com repertório vocalmente exigente reforça a imagem de um músico preparado para desafios de grande porte. O Angra, historicamente, sempre valorizou artistas com alcance internacional - e Alírio se encaixa nesse padrão.
Por fim, há um fator cada vez mais determinante no showbiz: reputação. Alírio é visto como um nome neutro em polêmicas, profissional, discreto e respeitado por colegas. Mesmo em momentos de turbulência - como o encerramento recente da formação do Shaman -, ele não se tornou alvo de controvérsias nem alimentou disputas públicas. Para uma banda que viveu conflitos internos emblemáticos ao longo de 30 anos, ter alguém com perfil pacificador pode ser um diferencial estratégico para a longevidade da nova fase.
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