O que pode ter motivado a saída abrupta de Fabio Lione do Angra?
Por Gustavo Maiato
Postado em 23 de novembro de 2025
A notícia caiu como um raio no meio da tarde: após 13 anos, o Angra anunciou que Fabio Lione está deixando oficialmente o posto de vocalista da banda. O comunicado pegou fãs e imprensa completamente desprevenidos - principalmente porque a banda vive um momento de enorme visibilidade, com turnê mundial recente, forte repercussão de "Cycles of Pain" e o histórico show da formação "Rebirth" marcado para o Bangers Open Air 2026. A pergunta inevitável passou a circular imediatamente: por que a saída foi tão repentina?
Embora o anúncio tenha sido elegante, diversos fatores ajudam a explicar o movimento - e mostram que a decisão, longe de isolada, é fruto de um acúmulo de circunstâncias pessoais, profissionais, logísticas e mercadológicas. A seguir, destrinchamos os pontos mais relevantes que podem ter levado ao fim dessa fase do Angra.

1. O avanço da carreira solo
Fabio Lione claramente entrou em um novo momento artístico. O cantor italiano passou a se apresentar no Brasil com turnês próprias, cada uma mais ambiciosa que a anterior. Em 2025, realizou 15 shows pelo país tocando o "Symphony of Enchanted Lands" com orquestra e coral.
Em 2026, ele repetirá a fórmula, agora executando o clássico "Dawn of Victory" na íntegra, novamente com orquestra, coral e nove datas confirmadas. Isso significa agenda cheia, ensaios intensos, produção paralela e uma presença constante no Brasil - algo que por si só já tornaria complicada sua conciliação com o Angra, especialmente diante do hiato anunciado pela banda. Lione percebeu que há espaço para ele como headliner, algo raro para vocalistas de metal melódico. Isso, por si só, já representa uma mudança de rota.
2. O choque de expectativas com "Cycles of Pain"
Em entrevista ao Ibagenscast, Lione admitiu que o Angra esperava números maiores para "Cycles of Pain". Embora o álbum tenha recebido elogios massivos - "ótimas reviews na Europa, Alemanha, Japão, Brasil", destacou - o impacto comercial foi limitado pelo cenário atual do mercado físico.
Ele explicou: "A banda esperava uma venda um pouco melhor… Uma banda que vendia 300 mil cópias físicas hoje vende 15 mil, 30 mil." Mesmo com turnê sólida, é evidente que parte do grupo desejava mais do desempenho comercial. Isso pode ter criado desalinhamento de expectativas sobre os próximos passos, velocidades e prioridade de trabalho.
3. A logística de manter um vocalista europeu em uma banda ativa no Brasil
Fabio Lione sempre deu demonstrações de profissionalismo - cruzar o Atlântico para ensaios, gravações e turnês virou parte de sua rotina durante mais de uma década. Mas a realidade é dura: manter um vocalista residente na Itália em uma banda baseada no Brasil envolve fuso, passagens caras, tempo de deslocamento, burocracia de vistos, desgaste físico e pressão de agenda.
Quando a banda entra em hiato, como o Angra anunciou que fará, torna-se ainda menos lógico - financeiramente e profissionalmente - para Lione ficar "parado" aguardando decisões internas, especialmente quando ele tem a chance de fazer turnês próprias ou priorizar projetos europeus.
4. A reativação do Rhapsody/Turilli-Lione e projetos paralelos na Europa
Outra peça importante do quebra-cabeça: a retomada das atividades do Rhapsody of Fire, com shows especiais já previstos, além da possibilidade concreta de um álbum novo - algo muito discutido entre os fãs. Isso recoloca Lione no centro de seu ambiente natural: a cena europeia, onde ele tem status consolidado. Somado à sua carreira solo, isso indica uma reaproximação forte com o mercado que o projetou ao mundo.
5. O hiato do Angra - e o incômodo do "ritmo mais lento"
Nas falas recentes, os integrantes do Angra foram transparentes: o hiato serve para desacelerar, reorganizar e refletir. Para um cantor extremamente ativo, que adora turnê e tem múltiplos convites internacionais, a perspectiva de pausa pode ter sido o ponto decisivo.
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