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Yngwie Malmsteen: Meu livro é uma carta de amor para a América

Por Janine Nogueira
Fonte: Blabbermouth
Postado em 06 de junho de 2014

John Parks, da Legendary Rock Interviews, recentemente conduziu uma entrevista com o legendário guitarrista sueco Yngwie Malmsteen. Alguns trechos da conversa a seguir:

Legendary Rock Interviews: queria começar perguntando a você sobre sua autobiografia, "Relentless", lançada ano passado. Escrever um livro pode ser bastante revelador e também pode responder muitas questões que fãs ou jornalistas perguntam a você repetidamente por anos. Você descobriu que esse é realmente o caso em se tratando de documentar a história de sua vida?

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Yngwie: sim, mas eu acho que é ainda mais profundo do que isso. Foi uma longa experiência. Eu comecei a escrever o livro, mais ou menos, em 2006. Eu o escrevi, parei um pouco e, então, voltei a ele e coisa do gênero. Então...se você ler o livro, ou se acompanha minha carreira, ou sabe algo sobre mim, sabe que eu passei por muitas fases diferentes, por assim dizer. A coisa é, quando eu olho para trás, para o que eu fiz, algumas coisas me deixam tipo, "wow, isso não pode ser eu. Não pode ser algo que eu tenha feito. Tem que ser outra pessoa." Uma parte do livro, para mim, é quase como assistir a um filme, quase como "Wolf of Wall Street" ("O Lobo de Wall Street"), com esse estilo de vida totalmente louco e ultrajante. Um comportamento totalmente bizarro que não condiz com o meu hoje em dia [risos] Eu apenas vivo um estilo de vida limpo, normal, o qual muita gente chamaria de o de uma pessoa [risos] chata, porque eu não faço nada de mais hoje em dia. Apenas toco guitarra.

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Legendary Rock Interviews: você é um homem de família.

Yngwie: Sim e, sabe, eu me sinto melhor do que nunca e em melhor forma do que nunca. Eu me sinto muito estável, muito focado e extraordinário. É muito bom, mas quando olho para as coisas que eu já fiz ou costumava fazer eu realmente fico "wow, eu realmente não posso acreditar nisso." Realmente parece inacreditável, como se estivesse assistindo a um filme, ou lendo uma história sobre alguém completamente diferente, então essa foi uma parte da reflexão de escrever o livro, sabe. A outra coisa é, eu fiquei surpreso que a minha memória é muito, muito boa. Eu lembro de tudo e alguns detalhes que são difíceis de acreditar porque algumas das coisas eu fiz durante os anos, mas é verdade que eu lembro de tudo. Tudo no livro é verdadeiro, também, o que é importante. Tanta coisa foi escrita sobre mim em revistas, na internet ou até em livros não autorizados e, a maior parte delas é completamente bobagem, então levar a verdadeira história à tona foi outra razão pela qual eu me senti fortemente motivado para lançar o livro. Eu também queria contar a história mais do ângulo da experiência pessoal de me tornar o que eu sou, tipo isso, ou ser o que eu sou se isso fizer mais sentido para você.

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Legendary Rock Interviews: tem algumas coisas no livro sobre você que eu nunca saberia, ou saberia mas não entenderia, incluindo os seus primeiros anos como criança na Suécia. Você acha que muitos americanos cometem alguns equívocos sobre a sua terra natal ou sobre você quando criança?

Yngwie: Sim. Vindo de um lugar tão obscuro, para começar, e tendo crescido em um ambiente muito diferente disso na América. Muitos americanos, eu acho, não poderiam entender a sociedade na qual eu cresci. É uma filosofia completamente diferente da americana. O sistema educacional basicamente dita a você o que você pode ser. Nos Estados Unidos eles olhariam para você e diriam "ok, pequeno Johnny, você pode ser um médico, ou um músico, ou o presidente", mas na Suécia, eles iriam olhar para você e dizer "você é nada, você nunca será alguma coisa, você é um pedaço de merda. Agora cale a boca e fique na porra do seu lugar." É assim que eles faziam as coisas, mas isso não funcionou para mim. Eu sou um tipo de pessoa muito bombástica e determinada, eu sou inexorável, basicamente, e por mais que eles me empurrassem, eu os empurrava de volta mais forte. Então, obviamente, eu precisava sair dali. A coisa toda, que eu discuto bastante no livro, é que o que eu procurava fazer era basicamente impossível de ser feito na Suécia, motivo pelo qual eu tenho tanto amor pela América. Meu livro é basicamente uma carta de amor para a América. Eu amo esse país mais do que qualquer coisa na porra do mundo; você nem pode imaginar o quanto eu amo a América.

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Legendary Rock Interviews: muito desse amor é baseado na liberdade musical e de carreira da qual você goza?

Yngwie: sim, mas é muito mais profundo que isso. Tudo o que eu penso que uma sociedade deveria oferecer a alguém, que nada mais é que a habilidade de ser capaz de fazer o que você quiser fazer, é oferecido pela América. Você não tem nada de graça. Eu não estou pedindo por nada de graça, e ninguém deveria ter nada de graça, mas o que eles devem ter é a oportunidade de fazer qualquer porra que eles quiserem fazer, e ninguém deveria ser capaz de te parar. Se você obtiver sucesso, maravilhoso, se não, é difícil, irmão, mas na Suécia, você não tinha sequer a habilidade ou a oportunidade para tentar, e a essa mentalidade eu sou contrário. Estou convencido de que tem poucos americanos, se não nenhum, que poderiam ao menos começar a acreditar ou entender o que viver em um país socialista faz com uma pessoa. Mata a pessoa, mata a alma, mata tudo, mata, só pra começar, todo o propósito de se estar vivo. É a pior coisa que você pode fazer a uma pessoa. Em uma situação como essa é como na Rússia, contanto que se esteja em um sistema societário será sobre isso. Uma mentalidade é embutida nas pessoas, como uma lavagem cerebral, e é ruim, cara. Nesse país, tudo, toda essa liberdade, é, às vezes, menosprezada e nem sequer discutida. É tipo, "Oh, você quer fazer isso? OK, faça isso!!" É como é na América, e eu amo isso."

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Sobre Janine Nogueira

Horns up! \m/ Meu nome é Janine (isso, tipo aquela atriz pornô da capa do Enema of the State, do Blink 182) e estou no finalzinho do curso de Jornalismo. Moro em Fortaleza-CE, sou apaixonada por música, Dante's Inferno, Lovecraft, sorvete de menta, pelo Geezer Butler e a lista continua. Come at me, bro!
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