Pantera: em 1986, a aversão ao mainstream ainda no underground
Por Nacho Belgrande
Fonte: Playa Del Nacho
Postado em 30 de janeiro de 2013
Em 1986, a revista METAL FORCES entrevistou o então ascendente ao trono PANTERA, que ainda era uma banda do underground texano lançando discos independentes. A banda, que já chamava bastante atenção no circuito, impressionou o jornalista estadunidense Dave Reynolds, que os entrevistou para o #16 da revista, logo após lançarem "I Am The Night". O que segue abaixo são trechos traduzidos da entrevista:
[...] "I Am The Night" é um disco que fez as cabeças balançarem aqui na Metal Forces de um modo que não rolava desde, vamos dizer, ’Kill’Em All’ do METALLICA. O que há de tão especial no PANTERA? Muita coisa, eu digo, mas você tem mesmo que ouvir o disco deles antes de ler mais." [...]
[...] O que eu não entendo é porque vocês ainda não assinaram com uma gravadora grande ainda.
Vinnie: "Também não conseguimos entender! Mas finalmente fizemos uns contatos com grandes gravadoras. A Gold Mountain está interessada em nós, e também a Jet, a Geffen e a Atlantic, então ainda estamos esperando. Quem sabe, quando chegar o verão, teremos um contrato."
Darrell: "Não rolava nada até que o LOUDNESS e o KEEL tocaram aqui alguns meses atrás. Eu dei uma fita para Marc Ferrari do Keel com o nosso som, e ele tem sido de grande ajuda, porque ele curtiu e ele deve ter levado pra alguém na Gold Mountain ouvir."
Então quem sabe vocês gravem o próximo disco por um selo grande?
Vinnie: "Bem, se não tivermos assinado um contrato até o verão, então lançaremos outro disco pela Metal Magic. Vamos deixar rolar, e estamos compondo material novo no momento."
Se vocês tiverem sorte o suficiente para assinar um contato, eu espero que eles não aboiolem vocês, como a Geffen fez com o Black N’ Blue!
Vinnie: "Se de fato formos contratados, só vai ser pra tocar heavy metal. Sem essa de se aboiolar. Quando o primeiro disco do Black N’ Blue saiu, era legal, mas o último foi muito ruim. Não tem essa de sucessos Top 10 com a gente!" [...]
[...] Vocês acham que podem ficar no Texas, ao invés de se mudarem para Los Angeles?
Vinnie: "Não queremos mudar pra LA a menos que tenhamos. Entretanto, criamos o maior mercado que podemos no Texas tocando em Houston, Dallas, Austin, etc. nos últimos três anos. Nós poderíamos encarar uma mudança só pra ver como nossa música funciona em Los Angeles ou Nova Iorque. Não nos importaríamos de nos mudar pra NYC."
Darrell: "Somos muito felizes por sermos do Texas e somos uma banda radical de metal! Nunca fomos influenciados pelo que está acontecendo em LA ou começamos a tocar Mötley Crüe e Ratt. A gente bota pra fuder mesmo e sempre fazemos com que o público venha pra frente do palco e se divirta." [...]
[...] Vocês parecem ter uma pegada bem heavy, e ainda assim possuem a melodia que mesmo o Crüe e o Ratt não conseguem bater.
Vinnie: "A gente é pesado! Nossa música é o que nos torna pesado, mas nosso vocalista [Terrence Lee] é o que nos torna melódicos. Gostamos mesmo é de thrash, mas há tantas bandas com esse tipo de som. Então queremos fazer algo mais tipo VAN HALEN/JUDAS PRIEST, que é o que nos arrebatou anos atrás, mas o metal só ficou mais pesado. Nós não escutamos death metal, mas não vamos nos afrescalhar. O Metallica é nossa banda favorita atualmente, e tem outras bandas muito boas nesse estilo." [...]
[...] Vocês parecem estar desenvolvendo um visual bem chamativo, eu notei isso também.
Vinnie: "Eu acho que é porque começamos ouvindo Van Halen, mas nós não queremos uma imagem extravagante e não queremos que ninguém nos diga que devemos usar isso ou aquilo. Talvez quando assinemos um contrato possamos trabalhar num visual ou algo do tipo, mas é a música que realmente importa. Não queremos parecer com nenhuma outra banda e com certeza não somos glam."
Transcrição da entrevista- em inglês - na íntegra:
http://playadelnacho.wordpress.com/2013/01/30/classic-pantera-interview-from-86-we-aint-wimping-out/
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