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Revengin: o pesadíssimo Heavy Metal Sinfônico do RJ

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 14 de julho de 2012

Natural do Rio de Janeiro e ativa desde 2008, o REVENGIN acabou de estrear com "Cymatics", um disco de Heavy Metal Sinfônico que realmente prioriza o fator distorção, além de oferecer um cuidadoso trabalho de vozes. O Whiplash.Net conversou com a vocalista Bruna Rocha, que falou um pouco sobre a história da banda, sua paixão pela música e muito mais. Confiram aí!

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Whiplash.Net: Olá pessoal. Vocês possuem pouco tempo de estrada e estão debutando com "Cymatics". Que tal começarmos com uma visão geral da história do Revengin?

Bruna: Então, o Revengin surgiu no final de 2008, quando a outra banda da qual fazíamos parte se dividiu por incompatibilidade de idéias mesmo, nada sério. E, para não cairmos naquela sensação de que ‘...a banda acabou, e agora?...’ resolvermos ir em frente com que tínhamos. Muita gente achou que não iríamos muito longe, justamente pela dificuldade que é ter banda, ainda mais com uma ‘meia banda’. Essa foi a maior razão para o surgimento do nome REVENGIN (rs), um tapa com luva de pelica.

Bruna: Em 2009 lançamos um EP chamado "Synergy Through The Ashes", com três músicas totalmente diferentes das que fazíamos anteriormente. Porém, por ironia do destino, ainda não tinha a nossa ‘cara’... Mas foi o pontapé inicial. Nesse tempo, entre 2009 e 2010, tocamos muito no Rio, Sampa e Minas, e confesso que fiquei surpresa com a aceitação.

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Bruna: Em 2011 começamos a gravar o "Cymatics". Foi um ano mais parado em relação aos anteriores, porque queríamos colocar todo nosso foco, nossa energia na criação de um álbum que realmente traduzisse a banda.

Whiplash.Net: É bastante claro "Cymatics", mesmo sendo sinfônico e épico, realmente prioriza a distorção. O que influenciou o Revengin em ir nessa direção? Muitas bandas que tem como vocalista principal uma garota geralmente optam por algo mais leve...

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Bruna: Normal (rs). Então, a primeira coisa que tínhamos em mente quanto a esse álbum é que queríamos um trabalho verdadeiro. Nós levamos em consideração a ‘escola’ de cada um, pois todos do Revengin possuem diferentes influências no metal. Tentamos juntar isso tudo sem que houvesse uma mistureba de informações, entende?! É meio complexo isso, porque o som que fazemos hoje é uma junção do que somos, com o que escutamos por aí, e da maneira que escutamos.

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Whiplash.Net: O Revengin possui três integrantes que cantam, e o resultado é matador. Como funciona isso tudo em meio ao processo de composição?

Bruna: Pois é... O Hugo cantando foi uma novidade até para ele (rs). Essa coisa de guturais do Hugo e do Thiago veio por conseqüência da outra banda, pois estávamos acostumados a ter os guturais e achamos que eles ainda casariam em algumas partes das canções.

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Bruna: O processo de composição foi um parto (brincadeira), mas foi complicado porque, à partir do momento que queríamos fazer um álbum coeso e verdadeiro, como colocar tudo o que estávamos sentido sem ficar exagerado??? Como poderíamos dizer o que queríamos sem ficar demais? Então, tivemos que podar algumas coisas. E podar um sentimento é complicado!

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Whiplash.Net: E em estúdio? Como foi a experiência de gravação deste primeiro álbum?

Bruna: Foi nossa primeira gravação, via de fato, em estúdio. Eu e o Hugo íamos todos os dias e às vezes ficávamos o dia todo das 9:00h às 22:00h, quando não mais. Muitas coisas do álbum surgiram nesse período em que passávamos lá. E esses nossos momentos criativos em estúdio, acredito que tenha sido o maior problema. Porque não conseguíamos parar de ver possibilidades e o pior, nunca estava bom (rs). Quando parávamos para escutar alguma coisa que fazíamos, mais idéias surgiam, principalmente com as orquestrações e ambiências! Nossa, foi tenso!

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Whiplash.Net: A forma como o Revengin investiu na Cimática conseguiu reforçar a imagem meio mística que sempre pareceu transmitir. Qual foi o ponto de partida que os inspirou para a escolha desse tema, afinal?

Bruna: Cara, coisas do Hugo (rs). O nome do álbum veio por último e no último minuto, quando estava tudo pronto e gravado. Numa de nossas sessões de áudio do CD (que foram muitas, acredite!), começamos a filosofar sobre tudo o que passamos e tudo o que queríamos a partir de então. Que gostaríamos que as pessoas se identificassem com o nosso som e que o mesmo fizesse sentido em suas vidas, assim como fazia para a gente. Um belo dia, vem o Huguito e mostra um vídeo sobre Cimática (provavelmente em uma de suas pesquisas no google, rs), que é o som dando forma à matéria. Então, percebemos que isso se encaixava perfeitamente com a nossa realidade. Era como a materialização do sonho que é ter banda e chegar a gravar um álbum e tudo mais que isso implica.

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Whiplash.Net: Hoje em dia é muito difícil uma banda ter um selo dando suporte, e o Revengin assinou com a MS Metal Records para o lançamento de "Cymatics". Como é trabalhar com uma gravadora nestes tempos onde a compra de discos deixou de ser um hábito para a maior parte do público?

Bruna: Se me permite, eu gostaria de responder de outra maneira. O suporte que veio da MS foi o de distribuição parcial para alguns lugares. Não houve mérito algum quanto à composição e produção do "Cymatics". Foi totalmente independente e o trabalho foi todo nosso e as despesas também (rs). O que ocorreu foi apenas um acordo de distribuição e assessoria de imprensa. Com isso, ainda não sabemos como é trabalhar para uma gravadora mesmo (rs). O que posso dizer é que estamos abertos para negociações!

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Whiplash.Net: Vi o teaser do "Cymatics", e ficou muito legal. Não há planos para gravar um vídeo para a divulgação do disco?

Bruna: Sem dúvida, isso está em nossa prioridade nesse momento. Queremos fazer algo que não fique tosco demais, entende? Por ser independente, ainda contamos com algumas dificuldades no sentido de como fazer determinadas coisas. Acredito que a música que vamos trabalhar seja a "Minerva". Mas ainda estamos estudando.

Whiplash.Net: O EP "Synergy Through The Ashes" (09) possibilitou que o Revengin tocasse não só pelo Rio, mas também por Minas Gerais e São Paulo. Mas e agora, com o lançamento de "Cymatics", estão conseguindo alguma abertura?

Bruna: Tocamos muito com o "Synergy...", até porque o "Cymatics" ainda é recente, o lançamos em março. Devemos fazer algumas considerações quanto a isso: em 2009, com o "Synergy Through The Ashes", o que estava contando para nós era a quantidade de shows, chegamos a bancar muitas dessas viagens para Minas e São Paulo, pois tínhamos que mostrar nossas belas faces.

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Bruna: Hoje a realidade é outra. Amadurecemos muito desde então e, com isso, as responsabilidades mudaram e o comprometimento também. Em 2009 tocávamos até na garagem de alguém em Manaus, se chamassem, por exemplo. Para os ‘produtores’ isso é ótimo, porque de graça até injeção na testa, não diz o ditado?! Hoje não tem como se fazer dessa forma. Independente do lançamento do álbum ou não, tocar de uma maneira geral ficou mais difícil.

Bruna: Primeiro, ser banda autoral e independente é complicado; parece absurdo, mas banda cover tem mais abertura independente da qualidade, inclusive dos músicos. Segundo, não há comprometimento por parte da maioria dos produtores em fazer um evento honesto (não estou generalizando), onde o equipamento oferecido às bandas é quase sempre de péssima qualidade. Terceiro, mesmo assim, ainda existem bandas que caem no conto do vigário e acabam pagando para tocar. Eu poderia ficar aqui dando motivos e mais motivos, mas acho que estes já são o suficiente para bom entendedor.

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Whiplash.Net: Symphonic Heavy Metal made in Rio de Janeiro, em meio a uma cultura que tende a desvalorizar o que é feito no Brasil. Neste panorama, quais suas perspectivas em relação a uma banda do porte do Revengin?

Bruna: Bom, essa infelizmente é a realidade de todos nós e que acaba dificultando ainda mais o trabalho das bandas que realmente são boas e ninguém se importa até saírem, serem reconhecidas lá fora e voltarem. Mas, afinal de contas, somos brasileiros e não desistimos nunca, não é!? (rs). Nós do Revengin, não estamos preocupados com quantidade ou o que o Brasil valoriza ou desvaloriza, até porque se fosse assim, já teríamos parado há muito tempo. Achamos que, se conseguirmos tocar alguém com nosso som, o trabalho já é recompensador. Lógico que milhares é melhor que um (rsrsrs), não temos grandes pretensões, ainda (rs). É um passo após o outro.

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Whiplash.Net: Pessoal, o Whiplash.Net agradece pela entrevista desejando boa sorte a todos. Fiquem à vontade para os comentários finais, ok?

Bruna: Gostaria de agradecer a oportunidade. Para nós que estamos começando o caminho, esse tipo de apoio e interesse é muito importante, uma vez que tudo nos leva a parar e a desistir nesse meio. Muito obrigada mesmo!

Contato:
http://www.myspace.com/bandarevengin

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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