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Superstitious: o Hard Rock às novas gerações

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 20 de junho de 2012

Ainda que as bandas brasileiras de Hard Rock / AOR nunca tenham realmente emplacado, continuam sendo lançados ótimos discos pelo underground. Esse é o caso do paulista SUPERSTITIOUS, que acabou de liberar seu primeiro álbum auto-intitulado, resgatando e atualizando o conceito do gênero em ótimas composições, com peso e melodias nas medidas corretas. O Whiplash.Net conversou com o pessoal, que deu um geral em sua história. Confiram aí!

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Whiplash.Net: Olá pessoal! O Superstitious possui pouco tempo de estrada, mas estreou com um disco muito bacana. Que tal começarmos com um pouco de sua história para o público conhecê-los melhor?

Luis Wasques: A banda foi fundada em 2007, inicialmente com a idéia de prestar um tributo à banda Europe, mas a química foi tão boa que as composições próprias começaram a surgir. Eu e o Rodrigo estamos desde o começo e houve várias mudanças de formação até fechar o line-up atual, que gravou o debut. Temos tocado bastante, tanto em São Paulo como em outros estados, e a recepção do público sempre foi muito legal.

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Lael Campos: Quando conheci o Luís e o Rodrigo, fundadores da banda, no meu primeiro ensaio com a Superstitious em 2007, não imaginei que criaríamos laços tão fortes de parcerias, e o mesmo com a entrada do Flávio e do Daniel. Ao ouvir as primeiras músicas próprias da banda me identifiquei logo no primeiro momento, era algo muito familiar, próximo às músicas que eu já ouvia e, ao mesmo tempo, era algo novo e com uma proposta singular. Posso dizer que tenho uma segunda família e que sou privilegiado de tocar ao lado desses caras fantásticos.

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Whiplash.Net: "Living My Dreams", "Standing By Your Side" e "Sweet Angel" são exemplos de como o Superstitious está sintonizado em sua proposta. O resultado é orgânico e funciona muito bem! Quais as metas que tinham em mente quando começaram a compor o álbum?

Wasques: Quanto às composições, sempre tivemos em mente que todas as músicas do álbum deveriam ser marcantes. Queríamos que todas tivessem potencial de single, pois nunca fomos a favor de ‘encheção de lingüiça’ e ‘fillers’. A pior coisa quando você ouve um CD é quando você tem que pular uma música porque ela não é tão boa quanto a ‘música de trabalho’. No nosso caso, isso não existe. É como se todas as músicas fossem músicas de trabalho.

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Whiplash.Net: É cada vez mais freqüente um disco independente ser produzido pelos próprios integrantes da banda. É claro que ser um músico ajuda no trabalho, mas quais as maiores dificuldades para se atingir a devida qualidade em "Superstitious"?

Wasques: A maior dificuldade é em relação aos recursos técnicos. Não tivemos a estrutura de um estúdio mega profissional como usado pelas grandes bandas. Tudo foi feito na raça mesmo, como todos os integrantes participando ativamente na produção do trabalho, pesquisando as melhores formas de captação, mixagem e até masterização. Na falta de recursos técnicos, o trabalho em equipe é primordial para chegarmos a um bom resultado.

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Whiplash.Net: Seu disco é repleto de referências ligadas à superstição, e o baixista Daniel soube como trabalhar esses temas no projeto gráfico. Afinal, em que ponto da trajetória da banda vocês decidiram que iriam explorar isso tudo?

Rodrigo Cordeiro: Bem, o nome Superstitious já é bem forte com relação a um tema, e um símbolo de superstição como o Gato Preto acabou se tornando nosso principal meio de divulgação desde o início! Diríamos que o ‘Zé Pretinho’, como foi carinhosamente chamado pelos fãs, é nosso garoto propaganda! Na capa do nosso disco fizemos um joguinho de esconde, com alguns elementos disfarçados, um gato preto quebrando um espelho, um ratinho passando por baixo da escada... Além de o CD conter 13 músicas (um número pra lá de supersticioso), foi lançado a versão digital em um dia 13 às 13:13h.

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Daniel Mattos: Quando entrei na banda, a mascote já era um gato preto, mas eu acredito que essa foi uma decisão fácil (risos), pois quando se pensa em ‘superstição’, é uma das primeiras coisas que se vem à mente. A arte da capa e do encarte foi concebida com muita naturalidade, sem muito esforço, bastou organizar as ideias e o conceito já estava pronto, mais ou menos como fazemos com as músicas. Assim, como várias capas de discos, ela possui elementos que não são notados na primeira ou segunda vista, mas estão todos ligados ao nome da banda.

Whiplash.Net: Se comparados com outros estilos, um disco de Hard Rock / AOR lançado por uma banda brasileira encontra muitas barreiras para emplacar por aqui. A que atribuem esse fato?

Flavio Gasperini: Muitas das grandes bandas do estilo aqui no Brasil, na verdade, são projetos de músicos de estúdio. Então, elas acabam não fazendo shows e a divulgação tende a cair. Também, muitas bandas se focam em fazer um som totalmente ‘retrô’ sem adicionar elementos recentes para atualizar o som, tanto musicalmente quanto em termos de produção, então realmente isso contribui para que não exista um interesse por parte do público.

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Whiplash.Net: Muitos se lembram dos anos de ouro, quando o Hard Rock atingia a tantas nações. O que deu tão errado para que grande parte do público simplesmente lhe virasse as costas no início da década de 1990?

Wasques: O erro foi o Grunge e seu líder loiro suicida! (hehehe). Brincadeira... Até gosto de algumas coisas grunge dessa época. Na minha opinião, o que aconteceu na verdade foi uma saturação do estilo. Nos anos 80, a exposição do Hard Rock era maciça e teve seu auge. Aí, veio outra tribo e atraiu o interesse de público e indústria e esse ciclo vai sempre existir, com qualquer estilo... A nossa aposta é apresentar o Hard Rock às novas gerações, adaptando à sonoridade atual.

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Whiplash.Net: Chega a ser incrível a dificuldade que as bandas estão tendo para conseguir mostrar sua música hoje em dia. Até onde é viável tocar em um país cujo público rock´n´roller critica duramente o pagode e sertanejo, mas na hora de prestigiar um grupo autoral de rock pesado, muitos simplesmente preferem ficar em casa comendo pipoca?

Wasques: O público quer ver o que conhece. Ninguém vai a um show para conhecer a música na hora, ali, com os caras tocando. Na minha visão, o show de uma banda é, para o público, a celebração daquele disco que ele ficou ouvindo por horas a fio em casa. As bandas hoje têm dificuldade de emplacar simplesmente porque a galera mudou a forma de consumir música.

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Wasques: Com a internet, é muita música e muita banda para o cara conhecer, ele não consegue focar em nada. Ninguém mais (maioria do público) ouve um lançamento mais do que duas vezes. Daí, como ele vai conhecer as músicas e se sentir tentado a ir ao show? A dificuldade é essa, e nossa estratégia é divulgar nossa música ao máximo para que a galera conheça e sinta vontade de ir ao show.

Whiplash.Net: Aproveitando o apelo do número 13, o Superstitious pretende lançar o segundo trabalho em 2013. O que o público pode esperar das novas canções?

Wasques: Costumamos dizer que o ano que vem é o ano do Superstitious. As composições estão no forno, e posso dizer que vai ter muito do primeiro álbum, mas com uma abordagem ainda mais moderna e pesada. Os fãs vão se surpreender positivamente!

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Rodrigo: Hehehe, 2013 é o ano do Gato Preto! Estamos preparando um trabalho com muito carinho e dedicação. Contando com a participação do Daniel e do Flavio desde o inicio das composições, esse trabalho acaba por ter um ‘gosto mais intenso’ da formula Superstitious, a galera com certeza irá se surpreender!

Whiplash.Net: O vocalista Luis Wasques também tem em seu currículo os álbuns-solo "Highest Mounts" (06) e "Behind The Sun" (08), e considero este último muito bom. Nada mais previsto neste campo, Luis?

Wasques: Foi muito divertido e desafiador fazer esses álbuns, e o bom da ‘carreira solo’ é que ela nunca termina, a não ser que eu morra (haha). Sem dúvidas, seria interessante dar prosseguimento ao trabalho com um terceiro álbum, e claro, pretendo fazer isso. Mas, no momento, todas as atenções estão focadas no Superstitious,

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Whiplash.Net: Pessoal, o Whiplash.Net agradece pela entrevista e deseja boa sorte a todos. O espaço é do Superstitious, se quiserem acrescentar algo, a hora é agora...

Wasques: Primeiramente, quero agradecer ao Whiplash.Net e ao Ben pela oportunidade de mostrar um pouco da nossa história e trabalho. Ao público, fiquem atentos às novidade do Superstitious, tenho certeza que vocês vão gostar do que vem por aí. Obrigado aos fãs pela força, nos vemos em breve!

Rodrigo: Agradeço também ao ótimo trabalho do Whiplash.Net e ao Ben, é esse o tipo de apoio que as bandas brasileiras precisam! Ao público, em breve novidades, um clip que esta para sair e novas datas de shows! O Gato Preto verá vocês em breve! Stay Tuned!

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Contato:
http://www.superstitious.com.br
http://www.myspace.com/superstitiouspace

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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