Edguy: Tobias Sammet fala sobre o novo álbum
Por Milena Dias de Paula
Fonte: Edguy Official Web
Postado em 04 de setembro de 2011
No dia 26 de agosto o EDGUY lança seu novo álbum "Age Of The Joker", e como em todos os lançamentos, tanto do EDGUY quanto do AVANTASIA, o novo álbum parece estar dividindo os críticos da banda em dois grupos. Amigos do bravo, empolgante e bem produzido Heavy Metal, os quais são difíceis de categorizar, estão celebrando o álbum como um dos mais fortes lançamentos do EDGUY dos últimos dez anos. Claro que, em contrapartida, os sempre reclamões odiadores de EDGUY permanecem insatisfeitos com o novo material do "Age Of The Joker". O fato de que a edição limitada foi número um em vendas nas listas de Heavy Metal da Amazon por semanas e o fato de que o primeiro lote está esgotado prova que a controvérsia de opiniões não causa nenhum dano ao crescente sucesso do EDGUY. Na seguinte entrevista que o Edguy.net fez com Tobias Sammet, ele sugere que cada fã do EDGUY confira o novo álbum por si mesmo, assim eles poderão formar sua própria opinião sobre ele. Além disso, ele diz honestamente o que pensa sobre os seus críticos...
Harmon Caldwell, Edguy.net: Tobias, vamos falar sobre o processo de criação das músicas para o novo álbum "Age Of The Joker". Como você administra isso de saltar do AVANTASIA, um projeto que é mais conceitual do começo ao fim, direto pra criação de novas músicas pro EDGUY?
Tobias: Depois que terminei minha última aventura com o AVANTASIA em um estúdio, ficou óbvio pra mim que foi o melhor que podia ser no mundo da música. Depois de tal empreendimento, você fica esgotado, porque você sente que já falou tudo o que tinha pra falar. Mas depois de um tempo, há sempre um impulso instintivo de produzir novo material. Não porque eu queira competir com o meu passado, mas simplesmente pra ser criativo e passar um tempo agradável criando ótimas melodias no meu pequeno mundo mágico em casa. Eu não penso sobre o passado ou em um alvo pré-definido quando componho e, por mais que os fãs gostariam disso, também não penso neles. Eu só quero passar um tempo agradável criando música, estar com o EDGUY ou o AVANTASIA. O processo criativo é similar para ambos os projetos, só que com o AVANTASIA eu tenho que tomar mais cuidado para ajustar tudo a todo um conceito e aos diferentes cantores envolvidos. Além disso, com o AVANTASIA eu não tenho que me importar com o que quatro outras pessoas dizem, já no EDGUY há debates às vezes.
HC: De certa forma, a arte da capa do novo álbum poderia rememorar à capa do "Mandrake" ou a outros elementos do passado do EDGUY. Como o Joker (coringa) funciona em meio à temática para o novo álbum e de onde veio a ideia para a nova capa?
Tobias: O bobo da corte sempre foi nossa marca registrada, não porque nós queremos ser divertidos, mas porque ele tem a liberdade irrevogável de dizer qualquer coisa que queira sem ser culpado por isso. Nós temos dito tudo o que não se deve dizer, vestido tudo o que não se deve vestir e feito tudo o que não se deve fazer de acordo com o maravilhoso livro de regras do Heavy Metal. Mesmo assim, nós temos arado nosso caminho para mais de 2 milhões de discos vendidos e tocado para milhares de fãs em 40 países ao redor do globo. Não é um mau começo para uma banda que nunca foi levada a sério pela maioria da imprensa, né? Nós sempre fomos verdadeiros com nós mesmos, mesmo que as pessoas da gravadora tenham surtado diante de algumas decisões que tomamos. Se você se levar muito a sério, pode acabar tendo um ataque do coração nessa louca indústria do Metal. É por isso que nós sempre mantivemos uma atitude cômica. Nós temos permissão pra ir onde nenhuma outra banda foi e nossos fãs sabem muito bem o quê e porquê nós estamos fazendo isso."
HC: Faz três anos desde o lançamento do último álbum do EDGUY, "Tinnitus Sanctus". Surpreendemente, o álbum pareceu receber críticas mistas tanto dos fãs quanto dos críticos. Quando estava fazendo o novo álbum ("Age Of The Joker"), o que você considerou das reações passadas? Houve a tentação de deixar essas opiniões afetarem suas composições ou a este ponto da sua carreira você simplesmente faz o que quer fazer?
Tobias: Não! Porque o que as outras pessoas sabem? Só há um alvo quando eu escrevo um novo álbum: eu quero aproveitar o processo do trabalho e criar música que me empolgue! O fato de que certas revistas esmagam qualquer coisa que nós façamos não é grande novidade, nós sabemos o que eles vão escrever antes mesmo de entrarmos no estúdio. Na realidade, nós não nos adequamos ao esquema deles, mas no fim das contas realmente não importa o que algum herói de escrivaninha ou de internet escreve. O "Age Of The Joker" aparentemente tem todas as nossas marcas registradas e é considerado uma volta às raízes por alguns caras da imprensa, o que, teoricamente, poderia ser uma prova de que nós temos nossa própria assinatura sonora; isso nos orgulha, mas nada foi forçado. Eu também amo o "Tinnitus Sanctus", foi um ótimo álbum, meu álbum favorito do EDGUY até agora. É triste que algumas pessoas não entendam e eu respeito isso. Mas isso não é prova de que a qualidade é inferior. O que conta é que o "Age Of The Joker" é um ótimo álbum, você sabe disso, os EDGUYs sabem disso, nosso produtor Sascha Paeth sabe disso e nossos fãs vão descobrir em breve. O resto do mundo pode ir se danar!
HC: Uma diferença imediata entre os dois álbums é o estilo da primeira música escolhida. Enquanto "Ministry Of Saints" fazia uma linha mais pesada, enérgica e escura, o novo single e vídeo, "Robin Hood", parece voltar à atitude mais despreocupada do EDGUY dos álbuns passados. Qual foi a motivação para escolher "Robin Hood" como o primeiro single do "Age Of The Joker"?
Tobias: Nós tínhamos essa ótima música, uma música séria com alguns momentos cômicos e letras hilárias e apesar de ser uma faixa longa, a gravadora achou que seria ótimo ter um vídeo clipe. Então, quem sou eu pra ir contra tal oportunidade? Correr pela floresta interpretando Robin Hood com os amigos e ter alguém pra pagar por isso. Então nós reduzimos a música para cinco minutos para uma versão single, que ficou meio que uma droga, porque agora a estrutura da música ficou uma porcaria, mas era a única forma de torná-la um single razoável e fazer o vídeo.
HC: Então vamos falar sobre "Robin Hood" por um instante. Qual foi a sua motivação pra escrever uma música sobre essa figura em particular?
Tobias: Átila o Huno, Odin, os filhos de Odin, Cinderela, Humpty Dumpty… Eu dificilmente consigo pensar em um aventureiro mais ou menos relevante historicamente que não tenha sido o assunto principal de alguma música cantada pelos homens do Heavy Metal em roupas de couro peludas, exceto pelo Robin Hood. Talvez a história do Robin Hood seja muito complexa, haha! Eu só achei que era tão incrível, ela abrange tudo que o Rock e o Metal são. É mais SPINAL TAP do que o SPINAL TAP já foi. Agora todas as crianças conhecem o conto do Robin Hood, todo mundo viu o filme do Erron Flynn. É um assunto encantador e eu ainda acho que exista muita romantização sobre ele. Por quê? No fim do dia, Robin Hood quer que as pessoas sejam iguais, enquanto ele quer se manter na liderança, ele rouba dos burgueses e dá para os vagabundos. E ele se esconde nos arbustos para atacar trabalhadores bem vestidos na pista rápida da estrada principal, exatamente como aquelas pessoas em fóruns online, que nos atacam, escondendo suas identidades atrás de apelidos. Para mim, Robin Hood não parece um porta-voz dos valores morais, eu o vejo mais como uma medieval versão da floresta de Erich Honecker!
HC: As primeiras críticas da imprensa já estavam chamando o "Age Of The Joker" um dos melhores álbums do EDGUY. A que você atribuiria isso e você acha que é simplesmente pelo nível mais elevado da composição presente nessa nova gravação?
Tobias: Você sempre dá o seu melhor e, como eu disse, eu especialmente amo o "Rocket Ride" e o "Tinnitus Sanctus". Muitas pessoas dizem que nós voltamos às raízes com o Age Of The Joker" e eu coço minha cabeça e digo: "Quê?!" Eu acho que a composição no nosso novo álbum é magnífica, as performances são ótimas, nós temos as melhores guitarras que já tivemos. Eu acho que a maioria das melodias são marcantes, mas nós não mudamos nada de propósito, talvez exceto pelo som. Nós quisemos ter um som dinâmico e clássico, mas, musicalmente, nós apenas deixamos rolar. Nossa gravadora apenas me enviou algumas citações da imprensa dizendo que esse é o melhor álbum desde o "Mandrake". Bem, se eles dizem isso, nós temos que acreditar, é a imprensa. Eu apenas chamo ele de o melhor álbum desde a invenção da eletricidade e nada mais que isso!
HC: Há algumas músicas que se destacam pra você como sendo as melhores do álbum?
Tobias: Eu amo "Pandora’s Box", mas se você me perguntasse amanhã eu poderia mencionar uma música diferente. É um álbum bem equilibrado e eu acho que todas as músicas tem momentos muito fortes. Mas, nesse momento, eu realmente amo "Pandora’s Box". De primeira pode parecer ser uma música mais suave, mas tem muitos momentos poderosos e é tão honesta, frágil, furiosa, cômica, entusiasmada, grande e épica. É EDGUY e AEROSMITH e todos os diferentes tipos de coisas combinadas em uma.
HC: E quanto à turnê europeia do "Age Of The Joker" que acontecerá em breve? Parece que as últimas turnês do EDGUT têm simplesmente sido cada vez maiores. Você tem alguma coisa especial planejada pra essa vez?
Tobias: Claro, nós temos um plano realmente louco, mas eu não posso te contar sobre isso ainda, pois nesse ponto os nossos engenheiros ainda estão trabalhando para descobrir se será tecnicamente possível ou não. Mas a turnê será grande, nós anunciamos apenas as primeiras datas, mais datas virão no ano que vem, nós visitaremos o mundo todo. Agora vá e compre o álbum, vale a pena.
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