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Ellefson: "Dave só é um cara difícil quando está focado"

Por Daniel Molina
Fonte: Rust In Page
Postado em 24 de fevereiro de 2010

Jay Nanda do San Antonio Metal Music Examiner falou recentemente com o baixista do Megadeth, David Ellefson. Confira trechos da entrevista:

San Antonio Metal Music Examiner: Voltar a ensaiar com o Dave novamente é como sentar em uma bicicleta ou está sendo um novo processo de aprendizagem para vocês dois?

Ellefson: "Não, tem corrido tudo bem. Tipo, 'Puxa, isso soa demais', especialmente com o material do 'Rust In Peace'. Tem algumas músicas ali que nunca toquei ao vivo e tenho quase certeza que o Dave também não. Ninguém vai tentar improvisar nada, a não ser que estivessemos gravando. É um disco musicalmente desafiador. Nó escrevemos, gravamos e regravamos durante um ano e meio. Com alguns álbuns, é melhor se estivesse no estúdio gravando tudo, esse é um deles".

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San Antonio Metal Music Examiner: "Peace Sells... But Who's Buying?" colocou o MEGADETH no mapa, mas muitas pessoas dizem que o 'Rust In Peace' é mais cru, mais pesado e polido, e que colocou a banda em um novo patamar. Como você se sente tocando ele na integra 20 anos depois?

Ellefson: "Sim, eu concordo com isso. O 'Rust In Peace' foi uma combinação de coisas. Uma nova formação, novo empresário, comprometimento maior da Capitol Records. Sabe, tudo é ciclico, seja tendencias da moda ou esses shows do Big Four. Esse é um ano bacana pra isso. Ano que vem talvez outra coisa seja popular. Meio que caiu no nosso colo sem ter um planejamento, bem a cara do Megadeth".

San Antonio Metal Music Examiner: Eu iria te perguntar sobre o Big Four depois, mas já que tocou no assunto - vocês são todos americanos, tocando pela primeira vez juntos em outros países, será que vai rolar nos Estados Unidos?

Ellefson: "É engraçado, acho que todos adorariam se passasse pelos Estados Unidos. Mas o espirito das pessoas nos festivais na Europa é bem diferente do que nos Estados Unidos. Aqui você faz um pacotão para as tours e sai na estrada, enquanto na Europa são meio que únicos, e são adaptados à cultura do país. Em alguns países, essa é a única chance que eles têm de ver muitas dessas bandas".

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San Antonio Metal Music Examiner: Vou te fazer a mesma pergunta que fiz ao Chris Broderick em novembro passado. Numa escala de 1 a 10, sendo 1 uma pessoa "fácil", o quão dificil é o Mustaine como pessoa para se trabalhar junto?

Ellefson: "(Risos) Bem você sabe, Dave, em um determinado dia pode ser um 2, e nos outros dias ele pode ser um 8 ou 9, Uma coisa, eu conheço o Dave - e esse é o porque de eu ter conseguido trabalhar com ele durante anos - quando ele é um cara difícil é porque ele está muito focado na ideia que ele tem em mente. então eu consigo sentar e dizer 'Sabe, as ideias dele são muito boas'. Muita pessoas saem das suas zonas de conforto, e é por isso que acham o Dave uma pessoa difícil de se trabalhar. É fácil levar tudo pro lado pessoal, mas talvez você precise de alguns dias para digerir as coisas. E quando isso acontece, e você analise o passado, você percebe que ele sabia o que estava fazendo".

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San Antonio Metal Music Examiner: Você possui algum arrependimento, ou algo que gostaria de mudar acerca da evolução do Megadeth?

Ellefson: "Quer saber... Não. Quero dizer, claro, se você olhar o Megadeth com os olhos de alguém de 45 anos e ver como eu me comportei quando tinha 18, 19, 20, então sim. Mas isso faz parte do amadurecimento. As coisas que passei com Dave nos deram mais força e nos deixaram melhores, talvez, mais do que nos deixariam se tivéssemos continuados juntos. Trouxe muitas coisas boas e nos permitiu seguir em frente".

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Sobre Daniel Molina

Nascido em 79, professor de inglês e tradutor. Conheci o metal e suas várias vertentes através de um amigo do meu irmão no final dos 80, onde em 89 acabei me deparando com Megadeth dentre os vinis que estava ouvindo e foi amor à primeira ouvida, uma paixão que dura 20 anos. Apaixonado por thrash metal, especialmente Bay Area e East Coast mas também aficcionado por NWOBHM, Hard e Death. Com o passar do tempo percebi que o rótulo é o que menos importa e sim o tipo de música que nos agrada, mas apesar de tudo, thrash sempre acima de tudo. Já trabalhei com vários sites, cobrindo shows e fazendo entrevistas mas sempre tocando a Rust In Page por amor ao Megadeth, e hoje além de dedicação total ao meu trabalho salvo bastante do meu tempo para manter a página rolando firme e forte e mantendo os Droogies brazucas informados.
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