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Amorphis: "Estamos muito ansiosos para tocar por aí!"

Por Ben Ami Scopinho
Postado em 05 de setembro de 2009

Natural da Finlândia e com quase duas décadas de atividades, o Amorphis possui alguns trabalhos importantíssimos para o Heavy Metal contemporâneo. Aproveitando o lançamento em território brasileiro de seu mais recente álbum, o excelente "Skyforger" (Laser Company), e o fato de o conjunto estar vindo ao Brasil pela primeira vez no dia 12 de setembro para tocar no Via Funchal (SP) ao lado do conterrâneo Children Of Bodom, o Whiplash! foi conversar com o guitarrista Tomi Koivusaari, que se mostrou bastante atencioso e na expectativa de conhecer nosso país.

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Tradução e adaptação: All Access

Whiplash!: Olá Tomi. É ótimo saber que, enfim, o Amorphis estará se apresentando no Brasil. O público latino-americano adquiriu a fama de ser barulhento, pergunte ao pessoal do Children Of Bodom! Qual sua expectativa de tocar por aqui?

Tomi: Olá! Nós estamos muito ansiosos para tocar por aí pela primeira vez, sempre quisemos muito passar por aí! Nós conhecemos os caras do COB há tempos, então será bem legal viajar com eles, além de o pacote com as duas bandas ser bem interessante para os fãs. Isso (o público barulhento) nós escutamos dos caras do COB, mas eu não tenho a menor idéia de como vai ser, mas eu acredito que o público vai ser ótimo. Também é muito legal conhecer novas pessoas e países.

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Whiplash!: De forma geral, "Skyforger" mantém o estilo que vem dando certo desde "Eclipse" (06), mas apresenta uma linha melódica bem mais forte se comparado com o que vocês já fizeram no passado. Isso foi consciente, ou as novas composições simplesmente fluíram neste sentido?

Tomi: Estes três álbuns, começando pelo "Eclipse", são bem parecidos em seu estilo, mas acho que houve uma progressão de um álbum para outro. Mais uma vez o processo todo e a finalização do álbum foi bem natural, mas desta vez estava mais claro para nós como queríamos o som do disco. Desta vez gravamos 17 músicas e pudemos escolher as que melhor se encaixavam no álbum. No final tornou-se um dos trabalhos mais melódicos que já fizemos e, em minha opinião, o mais selvagem.

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Whiplash!: Particularmente, considero as harmonias vocais de Joutsen em "Skyforger" como sendo as melhores desde que entrou para o Amorphis, e a sinergia entre as guitarras e teclados está magnífica. Considerando que vocês estão com a formação estabilizada desde 2005, como vem funcionando o processo de composição desde então?

Tomi: Foi a primeira vez em nossa carreira que tivemos a mesma formação em três álbuns consecutivos, então ficou mais fácil para compormos e fazermos os arranjos pensando nas qualidades de cada um dos músicos. Foi mais simples e relaxante, mas o processo de composição foi praticamente o mesmo que usamos desde que começamos, porém desta vez tivemos mais tempo para pensar na estrutura das músicas. Sabemos melhor agora o que fazer antes de entrar em estúdio.

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Whiplash!: Ainda que já tenham experimentado muito em sua carreira, eu diria que, com "Skyforger", vocês realmente definiram sua música. Mas o que vocês acham de "Tuonela", passado quase uma década de seu lançamento? Como estava o Amorphis quando começou a trabalhar nas músicas deste disco? Lembro-me que, quando o escutei pela primeira vez, fiquei admirado com as mudanças adotadas em relação à "Elegy"...

Tomi: Agora eu consigo ouvir os álbuns antigos mais de longe, sem me preocupar muito como eles foram produzidos, etc. Hoje em dia meus favoritos entre os álbuns antigos são o "Elegy" e o "Tuonela". Eu acho que existe muito sentimento em "Tuonela", e as músicas do "Elegy" são muito inspiradoras. Eu não consigo entender claramente a grande mudança que aconteceu entre esses dois álbuns, mas acho que tivemos algum tipo de reação naquela época que, para termos um álbum bem melódico ("Elegy"), precisávamos fazer as coisas de modo diferente.

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Tomi: Não me lembro de termos tido pensamentos ou análises de como deveríamos fazer as coisas de modo diferente, simplesmente aconteceu. Claro que nossa vida pessoal afeta a nossa música o tempo todo. Mas estou muito orgulhoso dos álbuns que fizemos até agora, sem os quais não estaríamos onde estamos, musicalmente falando. De algum modo cada álbum é inspirado pelo anterior e vai inspirar o próximo, que inspirará o seguinte e assim por diante.

Whiplash!: A 'Kalevala' possui um importante papel no desenvolvimento do nacionalismo finlandês, a ponto de ter certa influência na conquista de seu país pela independência em 1917, certo? Já encomendei um livro ‘Kalevala’ com a tradução integral em português, mas, por ora, confesso que não consegui captar até que ponto essa epopéia age na população da Finlândia. A coisa é tão forte assim, ainda nos dias de hoje?

Tomi: A palavra nacionalismo soa errada em meus ouvidos... Na realidade é muito mais sobre como nós vemos a cultura finlandesa há muito tempo, antes de o cristianismo chegar à Europa, quando ainda éramos pagãos, e tínhamos nossas próprias crenças de como as coisas eram. O livro é sobre pessoas normais mostrando seus pensamentos, crenças, medos, emoções, esperanças e por aí vai. O livro aborda muitos temas filosóficos e atemporais, que não envelheceram, mesmo hoje em dia. Na realidade eu o descreveria como um simples livro sobre a mente humana. Ele ainda tem uma forte influência sobre os finlandeses, uma vez que o lemos na escola, e você pode vê-lo em muitas expressões artísticas. Ele foi muito importante porque o povo finlandês queria ter sua própria identidade após o tempo em que o país pertencia à Rússia. O livro nos lembra que tivemos nossa própria cultura por centenas de anos, são apenas nossas raízes, mas nacionalismo soa muito forte para mim, nós somos pessoas de mente muito aberta interessadas no multiculturalismo na música, literatura e nas artes em geral.

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Whiplash!: Como você analisaria a trajetória do Amorphis desde "The Karelian Isthmus" (92)? Houve alguma ocasião em que vocês perceberam que estavam realmente crescendo e influenciando bandas de outros países?

Tomi: Quando começamos em 1990, estávamos muito interessados na troca internacional de fitas, ouvíamos muitas 'demos' de bandas como Entombed, Paradise Lost, Sepultura, Carcass, Morbid Angel, etc. Foi assim que nossa demo chegou à Relapse Records e conseguimos nosso primeiro contrato. Então, desde o começo somos voltados para o mercado fora da Finlândia, uma vez que aqui não existia uma cena forte. Após "Karelian", nós começamos a ouvir muita música folk de diferentes culturas, o que nos levou a usar o "Kalevala". Em "Tales..." Nós soamos mais originais pela primeira vez, e percebemos que este álbum influenciou muitos outros. Então logo percebemos que, antes de tudo, estávamos fazendo música para nós mesmo, e é assim que continuamos a nos renovar e a ficar inspirados.

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Tomi: Assim, nós achamos que não pertencemos a nenhuma categoria, mas sim à nossa própria. Levou um tempo para percebemos que tínhamos nosso lugar na cena metálica e não éramos mais o patinho feio, mas "Tales From The Thousand Lakes" foi definitivamente nosso ponto de virada, uma vez que vendeu 200.000 cópias, e nós tínhamos apenas 20 anos de idade. Após isso estávamos muito mais autoconfiantes musicalmente para fazer o que realmente queríamos.

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Whiplash!: A América do Sul é considerada por muitos como o maior 'consumidor' de música ilegal do planeta. Infelizmente, apesar de existir a noção de que o download é um roubo, isso se tornou uma prática comum. Qual sua opinião sobre os downloads, afinal?

Tomi: Este é um assunto complicado, pois existem muitos pontos de vista, uns bons, outros ruins. De algum modo é uma boa promoção e nós não teríamos públicos tão significativos em alguns países se não fosse por isso. Isto é muito bom para grupos pequenos. Por outro lado é ruim, pois não somos pagos pelo nosso trabalho, e a longo prazo pode destruir algumas bandas, uma vez que perdem a possibilidade de investir 100% em seu trabalho. Eu não ligo para a grana que as gravadoras alegam perder. Para mim não existe uma resposta certa e definitiva para o assunto.

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Whiplash!: Considerando que esta será a primeira vez que tocarão no Brasil, como será montado seu repertório? Serão executadas canções de todas as fases de sua discografia?

Tomi: Nós tocaremos músicas de todos os nossos álbuns, desde o primeiro até o ultimo.

Whiplash!: Para finalizar, gostaria de saber se vocês ainda manteem algum contato com Pasi Koskinen (nota do editor: vocalista anterior da banda). O que ele tem feito nos últimos tempos?

Tomi: Ainda somos bons amigos, mas não fazemos quase nada juntos atualmente. Ele continua com sua banda o Ajattara, que acabou de lançar um álbum acústico. Ele gosta muito do nosso som atual, mas está contente com sua vida longe do Amorphis. Nós tomamos 'algumas' cervejas juntos.

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Whiplash!: Ok, Tomi, muito obrigado pela entrevista. O Whiplash! deseja muito sucesso ao Amorphis em sua passagem pelo Brasil, e peço a você que deixe uma mensagem aos fãs brasileiros, ok?

Tomi: Obrigado a vocês pela entrevista, estamos realmente ansiosos para tocar no Brasil. Seria legal ver algum jogo de futebol, o Brasil é meu país favorito no que diz respeito a este esporte. Finalmente vejo vocês em breve!

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Sobre Ben Ami Scopinho

Ben Ami é paulistano, porém reside em Florianópolis (SC) desde o início dos anos 1990, onde passou a trabalhar como técnico gráfico e ilustrador. Desde a década anterior, adolescente ainda, já vinha acompanhando o desenvolvimento do Heavy Metal e Hard Rock, e sua paixão pelos discos permitiu que passasse a colaborar com o Whiplash! a partir de 2004 com resenhas, entrevistas e na coluna "Hard Rock - Aqueles que ficaram para trás".
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