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Nine Inch Nails: "não ligo para vendas", diz Reznor

Por Daniel Faria
Fonte: Metal Hammer
Postado em 21 de dezembro de 2007

A revista britânica Metal Hammer recentemente conduziu uma entrevista com Trent Reznor, do NINE INCH NAILS, que, dentre outras coisas, falou sobre o processo de composição de seus álbuns.

Metal Hammer: Em uma entrevista recente voce disse: "Quando eu fiz o 'With Teeth', não estabeleci nenhuma regra, queria apenas criá-lo". Você mencionou que teve neste novo trabalho a confiança que faltou no 'With Teeth'. Como isso se manifestou?

Trent: "Eu tenho que olhar para onde minha vida estava na época - não que tenha sido há muito tempo atrás - mas saindo de um período de inatividade, e uma grande mudança na vida - isto é, ficar sóbrio - e a humildade que vem com isso: eu estava fodido, e eu fodi um monte de coisas, e... incluindo talvez minha carreira, ou minha habilidade de usar minha arte, meu dom... com o qual fui abençoado. Então era meio que... o medo estava inserido no processo inteiro de composição do 'With Teeth', mas a partir do dia em que comecei esse novo álbum, foi um processo bem fácil, não foi tão doloroso... Eu estava indo a fundo nele... era meio como um forno quente, eu não queria tocá-lo (gesticula) e tinha um pouco da sensação de 'luvas de pelica' nesse álbum, e eu meio que 'apalpei no escuro para ver o que encontrava de excitante para mim musicalmente', mas com este disco foi... uma turnê que transcorreu legal, e eu me senti melhor sobre as coisas, eu percebi os erros que cometi no 'With Teeth'".

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Metal Hammer: Você cometeu erros no "With Teeth"?

Trent: "Sim, eu cometi alguns erros no 'With Teeth'... olho para ele agora e vejo coisas que não farei novamente. Eu me livrei de um manager que estava comigo por muito tempo, e eu tinha um novo grupo de pessoas, e eu tive um novo começo com a gravadora com a qual tenho estado desde sempre, e eu deixei muita gente ficar na sala quando eu estava (gravando)... quando não estava ainda concluído, e eu nunca tinha feito aquilo. Nunca. Assim como eu nunca teria tocado para as tantas pessoas quanto toquei assim que terminei (o álbum), e perguntei a opinião deles. Agora eu acho que tem coisas boas que podem ter vindo daquilo - e coisas boas vieram daquilo, mas também algumas coisas ruins. O ruim foi que eu não estava em uma posição de sentir confiança o suficiente para dizer - afirmativamente mas eu deveria ter dito - 'sim, mas eu discordo, obrigado por sua opinião', 'Eu achei, porém, que é isso que vou fazer'".

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"E eu não queria dizer oficialmente que me senti comprometido naquele álbum, porque no final tudo o que fiz naquele disco foi minha obra e minha escolha, mas desta vez eu não deixei ninguém entrar na sala. E isso tem perigos também: às vezes voce pode estar com a cabeça bem enfiada no rabo e não ver nada antes que seja tarde demais. Mas eu me senti muito bem no decorrer do processo de concepção inteiro deste álbum. Eu não me preocupei se teria singles ou se tocaria no rádio; eu não ligo para a MTV... não mesmo. Eu não ligo para quantos álbuns eu vendo - quero dizer, espero que as pessoas gostem e comprem o disco, mas não estou fazendo um produto que se encaixa em um molde que uma gravadora gostaria de fazer, já tem pessoas o suficiente fazendo isso. Eu não tenho vontade de fazer isso [risos] então eu enfrentei a coisa toda com uma atitude de 'foda-se, eu vou fazer o que eu acho legal'. E algumas coisas foram legais... toda vez que eu sentava (para compor) ficava preocupado que tivesse alguém me dizendo 'isso tem que ter uma melodia forte, tem que ter uma ponte e...' foda-se tudo isso. Tem um botão que faz um barulho que soa legal pra mim. Não tem nada de errado com isso".

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Metal Hammer: Voce consegue fazer o mesmo álbum passando por três estágios mentais diferentes?

Trent: "Eu espero que não (sorrisos). Eu acho que esses discos ['The Fragile', 'With Teeth'] refletem... quando eu os ouço eu os vejo diferentemente do que você os veria porque eu estava lá, eu penso neles de quando eu os fiz, de como os fiz e os sentimentos que eu tinha. E não poderia haver dois lugares mais diferentes do que 'The Fragile' e 'Year Zero'. Agora, se eu acho que uma música do 'Year Zero' poderia acabar aparecendo no 'The Fragile'? Talvez. Mas não na forma como foram colocados juntos, não na mente. Assim, eu só tento fazer um álbum tão fiel a quem eu era naquela época. Eu poderia tentar soar como o THE CLASH, e talvez eu até consiga te enganar, mas não seria real. Eu gosto muito do THE CLASH, mas isso não é o que eu sou."

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Metal Hammer: E o que o isolamento faz por você?

Trent: "Eu tenho uma casa em Los Angeles que fica bem em cima de um morro, então dali eu vejo a cidade toda. É um lugar bem urbano: parece que você está sentado em cima de uma cidade gigante. Eu tinha acabado a tour e estava arrumando a casa quando um cano de água estourou e fodeu com tudo, então para tentar fazer disso uma coisa positiva eu aluguei um outro lugar por uns meses, enquando eles consertavam a casa. Isso meio que serviu como...

Metal Hammer: Uma boa desculpa...

Trent: "Sim, quando pessoas pensam sobre Malibu, e eu pensei também - eu achei que era só praia e 'Baywatch' e merdas assim - e eu imagino que lá seja assim - mas tem todos esses canyons e tudo mais. Quando eu passei por lá pela primeira vez eu não conseguia nem achar a porra do lugar. É uma hora fora de Los Angeles numa estrada sem fim, veado no quintal, aranhas gigantes, coisas meio assustadoras; parecia que você era a única pessoa nas redondezas".

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Metal Hammer: Como isso afetou a escrita e o estado mental?

Trent: "Para mim não significa que vou fazer um disco Country só porque estou no campo... mas sim, isso me deu um pouco de paz e me tirou das distrações do... você sabe, você está em casa e o telefone toca, e pessoas sabem onde você está e no final você não consegue fazer nada. Foi um lugar legal de se visitar, era sereno, eu levei meus cachorros, e desapareci na floresta por um tempo. O estado sublime é quando não tem telefone, quando acordo e posso imediatamente começar a trabalhar em algo, se eu precisar sair da casa eu posso fazer longas caminhadas na floresta, provavelmente acabarei vivendo na floresta no estilo do Unabomber..." [Nota do editor: Dr. Theodore John Kaczynski, matemático norte-americano, escritor e ativista político que abandonou a sua carreira e afastou-se da vida social moderna para viver como um eremita numa cabana isolada, situada num espaço selvagem - mais detalhes no Wikipedia].

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Metal Hammer: Como se sente em relação às críticas ao "With Teeth"?

Trent: "Acho que foram justas. Quando o ouço eu não ouço como se fosse um disco do FALL OUT BOY ou alguma merda assim, eu não acho que foi o meu experimento artístico mais ousado de maneira alguma, mas eu não entrei nessa tentando fazer isso. A idéia de tentar escrever músicas concisas foi um desafio, especialmente depois do 'The Fragile', tendo me inserido em algo como 'The Fragile' eu queria fazer algo baseado em músicas. No momento não é o meu álbum favorito entre os que fiz. Mas não o detesto, eu não acho que esse álbum é assim. Eu não sei... ao mesmo tempo achei que era a coisa certa de se fazer".

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A matéria completa (em inglês) está no link abaixo.

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Sobre Daniel Faria

Nascido em 1977, cresceu em um lar onde rock progressivo dominava as ondas do ar. Aos 12 anos, com a compra de "Paranoid" (Black Sabbath) tudo mudou e o metal gradualmente passou a ser o som predominante em casa. Estudou Computer Science / Applied Science pela Concordia University (Montreal, Québec, Canada) e hoje vive em um vilarejo rural em Simcoe County, centro-sul de Ontario, Canada.
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