Dave Mustaine: "ainda tenho muito para fazer"
Por Paulo Nesso
Fonte: Megadeth World
Postado em 16 de setembro de 2007
O autor e jornalista Joel McIver, da revista Record Collector, recentemente entrevistou Dave Mustaine (MEGADETH), que está promovendo o novo box set "Warchest".
McIver: O quão importante foi a turnê "Clash Of The Titans" (1990) para a carreira do Megadeth?
Mustaine: "Muito. Eu me lembro daquela turnê com muito carinho, embora houvesse algumas diferenças de opiniões entre as bandas e alguns conflitos de personalidade, mas aos meus olhos foi um tremendo sucesso. Tenho amizade com Chuck Billy (TESTAMENT), o vejo a toda hora, mas com o pessoal do SLAYER realmente não, porém somos cordiais. E também vejo Scott Ian (ANTHRAX) sempre. Infelizmente, com o que aconteceu com o ALICE IN CHAINS [a morte de Layne Staley] não vejo todos, mas eu encontrei Jerry Cantrell recentemente. Acabei de ver Mike Muir do SUICIDAL TENDENCES também, e ele parece intimidante como sempre!"
McIver: Teremos uma Gigantour inglesa?
Mustaine: "Seria um prazer algo assim. Eu sonho ao falar de uma Gigantour internacionalizada. Sinto um parentesco para com o Reino Unido e quero fazer tudo que fazemos com nossos fãs lá. Então se vamos fazer algo desse tipo temos que ter certeza de ocupar o nosso tempo e pegar as bandas certas nos lugares certos com um preço justo. Às vezes você tem que perder dinheiro para tomar consciência sobre os preços dos ingressos que os fãs estão pagando, então eu tenho que correr esse risco também se quiser manter o espírito da Gigantour vivo. As pessoas gostam da idéia da Gigantour – soa bem, uma divertida turnê de Metal.
McIver: Você se acha um bom guitarrista?
Mustaine: "Sim, eu acho que sou bom. Eu gosto de tocar como estou tocando agora: gosto de descer a guitarra quando estou terminando a música, e então olhando pra alguém.... 'vamos ver você fazer isso!' No entanto existem centenas e milhares de guitarristas que são melhores do que eu. É legal perceber essas minhas limitações como guitarrista".
McIver: Você está com 46 anos. Isso faz de você um cara velho?
Mustaine: "É, acho que estou velho. Não pareço velho, e não toco como se estivesse, estou em boa forma agora – mas existem manhãs quando eu acordo, em que me sinto como se alguém tivesse enxugado o óleo de minhas dobradiças, ha ha! E vou rangendo de um lado para o outro até que os movimentos fluam de dentro de mim. Acho que isso é um risco ocupacional: esse trabalho é tão desgastante para seu esqueleto e seu sistema respiratório que a maioria das pessoas estariam mortas. Eu fico bem, porém trabalho fora, vou a academia e faço testes cardíacos e então, claro, existe a obrigação de duas horas de 'calistenias' de Metal toda noite!" [Nota do editor: a palavra de origem grega significa algo como "cheio de força" ou "cheio de vigor"].
McIver: Por quanto tempo acha que ainda poderá manter sua carreira musical?
Mustaine: "Oh, eu saberei a hora de parar. Eu achei que fosse hora de parar antes, quando machuquei meu braço. Honestamente achei que tivesse perdido o fogo, mas então pensei: 'acho que vou fazer isso um pouco mais, porque existe algo incompleto dentro de mim'.
McIver: O seu melhor trabalho está atrás ou à frente de você?
Mustaine: "Acho que está à minha frente. Eu não sei se o próximo álbum vai ser bom, ou se haverá um, ou se será com a Roadrunner, ou o que vai acontecer. Haverá outra emanação de minha música, mas qualquer que seja ela, ou será outro álbum do Megadeth ou serei eu saindo em carreira solo... Porque todos os meus compromissos estão completos com o Megadeth. Eu amo tocar com os irmãos Drovers [o guitarrista Glen Drover e o baterista Shawn Drover] e com James Lomenzo [baixo], e eu poderia ver isso continuar por um longo tempo, porque esses caras são muito funcionais. Embora exista uma aura juvenil que permanece, também há um tremendo respeito de um com o outro e com nossas famílias, que tornam a turnê muito 'limpa' e respeitosa para todos".
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