Pharaoh: Entrevista exclusiva com o baterista Chris Black
Postado em 16 de dezembro de 2003
Por Paulo Finatto Jr.
A banda americana Pharaoh chegou ao Brasil em 2003, via Zenor Recordz Brasil, com o disco mundialmente lançado "After the Fire". Seguindo por um lado heavy tradicional/power metal, o Pharaoh tem como grande destaque o vocalista Tim Aymar, que ficou mundialmente conhecido com o seu trabalho ao lado de Chuck Schuldiner no Control Denied. Com uma produção excelente, "After the Fire" tem tudo para cair ao gosto de qualquer fã dos dois estilos citados. Conversamos com o baterista da banda, Chris Black, que nos contou exclusivamente sobre a carreira do Pharaoh, Brasil e sobre o disco em questão.
Whiplash! - Em primeiro lugar, peço que você conte um pouco da história do Pharaoh, isto porque muitos brasileiros irão comprar o "After the Fire" conhecendo pouquíssimo sobre a história do grupo.
Chris Black / Bem, honestamente não existe uma história para ser contada. Isto porque a banda foi formada em 1997, mas nunca esteve realmente em atividade durante este tempo. As gravações do "After the Fire", que é o nosso primeiro CD, começaram em 1999, ainda participamos de alguns tributos entre 1998 e 2000 – isto acaba sendo quase toda a nossa história! O momento mais difícil para nós foi encontrar um vocalista, mas hoje temos consciência que encontramos o cara certo. Provavelmente não existiria o Pharaoh hoje se o Tim Aymar não estivesse no posto.
Whiplash! – O "After the Fire" foi o primeiro CD de vocês. Ele começou a ser gravado em 2000, mas foi lançado só no final de 2002. Quais foram os problemas com a gravadora Icarus Records que atrasaram por tanto tempo o lançamento do disco?
Chris Black / Na verdade, o disco foi lançado só em abril de 2003 e o problema não foi com a Icarus Records. Quando nós começamos a trabalhar no material, nunca conseguíamos gravar todas as partes em uma única seção de estúdio. Por isso, passamos vários dias trancados no estúdio gravando, gravando, gravando... Como eu disse, algumas músicas estavam prontas já desde junho de 1999, mas acabaram sendo mixadas somente três anos depois. E ainda, depois que todas as músicas tinham sido gravadas, o Tim ainda demorou um pouco para gravar as partes deles, já que ele sempre esteve envolvido com outros projetos. Aí quando tudo estava certo, a gravadora argentina Icarus virou vítima dos problemas econômicos que assolaram a Argentina na época, impossibilitando o lançamento. Mas de qualquer forma, nós apreciamos muito o quê a Icarus fez por nós, especialmente por nos ajudar durante as gravações, e pela paciência ao longo do tempo que estivemos em estúdio.
Whiplash! – "After the Fire" foi lançado nos Estados Unidos, Europa, e agora no Brasil. Quais os resultados que o álbum obteve na mídia especializada mundial e principalmente, com os fãs?
Chris Black / Os resultados foram excelentes, a mídia especializada sempre soltou bons comentários sobre o material, especialmente em países como o Estados Unidos, Itália e Alemanha. Eu não sei exatamente o que os ‘headbangers’ pelo mundo acham do disco, dificilmente eu recebo alguma correspondência com opiniões! Somente uma revista de punk rock que não gostou da gente, o que é normal e muito engraçado ao vermos o que eles falaram da gente.
Whiplash! – Eu acho que músicas como "After the Fire", "Forever Free", "Solar Flight" e "Slaves" são as melhores do álbum. Qual é a opinião da banda e dos fãs quanto as melhores músicas do disco?
Chris Black / Eu gosto das músicas que você mencionou, ainda cito "Flash of the Dark" pelo dinamismo que ela impoõe, e também "Never, Not Again" pela pegada da bateria nesta faixa. Dos reviews sobre o álbum que eu li, "Heart of the Enemy" é a música mais "popular".
Whiplash! – Tim Aymar (Control Denied) é uma peça importante dentro do Pharaoh. Qual é a relação de importância dele na banda, na sua opinião?
Chris Black / Digo de novo, não existiria o Pharaoh sem ele. O vocal é a parte mais importante em qualquer das nossas músicas porque segue uma história que está sendo narrada e precisa ser ouvida e compreendida. Felizmente para o nosso estilo encontramos alguém que consegue passar a história que nós propomos em nossas letras, ainda mais do que isso, imprimindo as emoções que nós queremos transmitir.
Whiplash! – O estilo do Pharaoh é algo entre o heavy metal e o power metal americano. Mesmo assim, o estilo da banda é muito difícil de ser definido porque cada um dos integrantes possui influências bem diferentes entre si. Como você determina o estilo do Pharaoh e quais são as principais influências da banda?
Chris Black / Eu não acho que nossas influências são muito diferentes. Nós adoramos qualquer tipo de heavy metal, seja ele mais clássico ou mais moderno. As influências de Matt Johnsen estão perto de grupos como Iron Maiden, Helloween, Blind Guardian, Coroner, Manowar e Gamma Ray. Eu particularmente sou fã de bandas mais power, como Omen, Cirith Ungol ou Manilla Road. Ainda há influências de nomes como Thin Lizzy, Sadus, Bathory, Britny Fox, etc.
Whiplash! – Quais são os planos para o futuro? Vocês irão realizar uma turnê pelo Estados Unidos ou já irão começar a preparar um novo álbum?
Chris Black / Nós estamos preparando o nosso novo álbum. Não seria muito legal para nós fazermos shows, isto porque no momento não há nenhuma oferta legal para tocarmos com outras bandas ou em um festival. Outra coisa que impede uma turnê é que possuímos pouco mais de 40 minutos de material de próprio, o que não daria para fazer um grande show. Já temo bastante coisa composta para este novo álbum, que deverá ser gravado ao lado de um produtor que possa realmente nos ajudar, provavelmente entraremos em estúdio ente o final de dezembro e janeiro do ano que vem. O título provisório para este disco é "The Longest Night", mas nada confirmado ainda.
Whiplash! – O que você sabe sobre a cena brasileira de heavy metal? Quais as bandas brasileiras que você aprecia?
Chris Black / Existe uma banda brasileira chamada Hellish War, certo? Então, eu ouvi o CD deles na casa de um amigo meu e me impressionei com as linhas de guitarra que a banda fez no material. Achei a banda muito parecida com o Pharaoh! Algumas bandas mais "sujas" eu conheço, mas não sou muito fã, como Holocausto, MX e Sextrhash. Já nomes como Sarcófago e Sepultura me agradam bastante. O nosso guitarrista Matt já escreveu algumas vezes para a Roadie Crew!
Whiplash! – Como a banda teve a oportunidade de lançar o seu CD pela gravadora Zenor Recordz aqui no Brasil? E este segundo disco, será lançado pela Zenor por aqui também?
Chris Black / Este lançamento aconteceu graças o acordo entre a Cruz Del Sur e a Zenor: o CD do Narcoze (banda brasileira) foi lançado pela Cruz Del Sur, enquanto que o nosso acabou saindo pela Zenor Recordz. Como uma parceria, uma troca de licenças para o lançamento de ambos. Eu ainda não sei o que acontecerá com o nosso novo disco, ms prometo um bom material.
Whiplash! – Obrigado pela entrevista. Para finalizar, peço que você deixe uma mensagem para os fãs brasileiros que compraram o "After the Fire" e leram esta matéria aqui no Whiplash!
Chris Black / A quem comprou o disco, o meu sincero muitíssimo obrigado! Quem não comprou, de qualquer forma, muito obrigado por ler esta matéria. Quem quiser conhecer mais sobre a banda, basta acessar o nosso site oficial: www.solarflight.net. Um agradecimento especial ao pessoal do Whiplash! pelo interesse e suporte. ‘Kill with Power!’
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