Bandit - Entrevista exclusiva com a banda
Postado em 22 de março de 2002
Criada em Florianópolis, 1998, A banda Bandit faz um pop rock com influências de música eletrônica, Funk e uma pitada de metal. Formada por Nelson Viana (vocal), Júnior (DJ) Fábio (baixo), Luciano (guitarra) e David Maciel (bateria), a banda lançou seu primeiro CD "2026" pela Paradoxx Music em Julho desse ano. O trabalho já começa a ser reconhecido e tem tudo para despontar no cenário nacional. Veja a entrevista exclusiva que a banda concedeu à Whiplash!
Por Keler Júnior
Whiplash - Quanto tempo de estrada tem a banda Bandit?
Nelson / A banda começou em 1998, só que a formação atual está junta desde novembro de 99.
Whiplash – Nesses 3 anos, o que a banda vem desenvolvendo no estado de Santa Catarina e fora dele?
Nelson / Nesse tempo nós já tocamos praticamente no estado todo.
Fábio / Em 2000 o Planeta Atlântida (evento com bandas nacionais que acontece no verão em Santa Catarina e Rio Grande do Sul) projetou o nome da banda para o estado, porque no início a gente tocava em festas e tudo mais, e depois do Planeta a repercussão foi grande no Estado todo, foi quando a gente começou a sair de Florianópolis e tocar pelo estado, tocar fora de Santa Catarina é o principal projeto da banda agora.
Whiplash – Quais as influências musicais de cada um?
Nelson / Gosto muito de Jamiroquai, gosto bastante da banda Incubus, uma banda que o pessoal não conhece muito aqui no Brasil. Eu me baseio na minha melodia de voz nessa linha, principalmente nessas duas bandas. Gosto de Lenny Kravitz e curto muito um peso também, tipo Rage Against the Machine.
Júnior / Eu gosto muito do Jamiroquai que é uma boa influência e que me ajudou a entrar no sistema de arranjo da banda. Curto a banda Incubus que é um gosto em comum entre nós. São duas bandas que tem um DJ e fazem uma sonoridade diferente. No Brasil o DJ Cuca, que é produtor e me dá uma grande referência no meu estilo que é o scratch. Tem o DJ americano Cash Money também. Gosto muito de techno, óbvio né, mas techno mesmo de verdade, não o que hoje é posto como techno nas rádios, e curto muito disco music, isso tudo me ajuda a pegar os arranjos e saber me colocar na história.
Fábio / A gente tem uma mistura bem com peso, tipo Red Hot Chilli Pepers, que eu curto bastante, Jamiroquai como o Nelson falou e nacional também tem o Djavan. Essas são as minhas influências que eu consigo colocar na banda um pouquinho disso. Também tem o Jaco Pastorius, que era um grande baixista, John Patituti, são os caras que a gente se espelha um pouco. Escuto também Prodigy e Screaming Headless torsos
David Maciel / Antes de entrar na Bandit, eu tocava em banda de hardcore e crossover, e a última banda antes de entrar na Bandit, eu tocava em uma banda de trashmetal, trash clássico no estilo, na linha de Kreator, Slayer ... nessa base de thrash cru, mas sempre tive o maior respeito como baterista por bateristas de fusion, Jazz, funk, tipo Simon Phillips, Dave Weckell. Quando eu entrei para a Bandit, essa foi a primeira vez que eu toquei um som um pouco mais leve, mas continuo gostando disso pra caralho. Quando eu entrei pra banda eu aprendi um monte de coisa, aprendi a ouvir um monte de som novo. Já gostava de Jamiroquai, Red Hot, mas aprendi a gostar mais ainda, admirar mais os caras, pois os caras são muito bons, e estou aprendendo cara, essa banda para mim é uma escola fudida.
Luciano / Eu já toquei em outras bandas que não tem nada a ver com o som que a gente faz hoje, então hoje eu ouço muito o que a gente toca. Eu me baseio muito em Jamiroquai, Black music, Black rio eu estou escutando muito, era uma banda que eu não conhecia, e é uma banda do caralho, né. É mais por aí Black Music mesmo, funk, bem suingueira mesmo.
Whiplash – Como vocês definem o som da Bandit?
Fábio / Esse negócio de definir um estilo não tem como, pois é muita mistura. A gente tem uma grande queda para o funk, para a disco. Acho que a melhor definição seria um pop rock, com influências de funk e música eletrônica, somado a tudo isso uma pitada de metal. Temos uma grande influência dos anos 70, então para a gente o negócio é fazer a galera dançar e ter uma musicalidade diferente...
Nélson / É dar uma pitadinha de cada coisa, seria um pouco de Jamiroquai com Red Hot.
David / E também é legal que estamos colocando bastante peso, e fazendo algumas distorções no som, tá ficando uma musicalidade bem com a cara da banda. O legal que no meio desse funk, desse disco, sempre entra uma carga bem pesada.
Whiplash – Como é esse negócio de ter um DJ na banda?
Júnior / É uma nova tendência essa história de um DJ tocando com bandas de rock, pop, uma coisa meio disco, que é o nosso tipo de som. No caso, toda a programação de teclado é o Nelson quem faz, nós estamos buscando uma nova concepção de nós mesmos buscarmos os timbres, trazer mais identidade da própria banda, sempre nos espelhando nos teclados dos anos 70, mas com coisas atuais. A banda tem a preocupação de usar backing vocal e outras coisas do tipo, sequenciadas também, nós fazemos isso ao vivo, os samplers são disparados ao vivo, quer dizer é uma coisa mecânica orgânica. Você tá propenso a errar, mesmo com o eletrônico, essa que é a graça da história. Aquela coisa de você pegar o computador e jogar no palco, tá certo, você dá um ganho, você pode fazer uma coisa mais próxima do estúdio, mas o legal é você executar a história mesmo ao vivo, a máquina não tá fazendo sozinha, o legal é fazer isso durante as músicas. Fazer o sampler virar um instrumento, e improvisar.
Whiplash - Quem é o responsável pelas letras e as melodias da banda?
Nelson / Tem algumas letras minhas e a maioria das letras são parcerias com o Jouber, que é o ex vocalista, e as melodias são minhas, sou eu quem faço, mas cada um cria sua parte, o David cria a batera, cada um faz a sua parte do jeito que acha melhor.
Fábio / Mas sempre em cima de uma melodia que o Nelson ajeita, aí a gente se junta e mete o som em cima.
Whiplash – No som da banda dá pra perceber que o baixo tem uma grande levada, sobressai bastante, como funciona isso?
Fábio / É exatamente pelo som que a gente faz, como ele é meio eletrônico, alguns timbres de baixo, soam melhor na música eletrônica, então por isso eu coloco alguns efeitos que a meu ver estão dando uma vida maior assim na linha de baixo e é só em algumas vezes assim né, não pode ficar muito repetitivo, mas dá uma ajuda assim muito boa. A gente tem vários tipos de timbres ali, então dá para variar bastante.
Nelson / É que na maioria das bandas, a voz e a guitarra sobressai aos outros instrumentos, aqui não, aqui é tudo na cara, e o baixo dá esse toque a mais no som.
Whiplash – Fale um pouco desse primeiro CD e os principais projetos da banda.
Júnior / Nós passamos dois meses em São Paulo gravando o CD. Ele foi gravado assim meio em tempo recorde para poder fechar o cronograma de lançamento da gravadora. Ele foi lançado no dia 12 de Julho, foi bastante corrido. As músicas foram produzidas totalmente pela gente, não teve nenhum produtor externo, não teve diretor artístico do CD. Então a gente pegou fez a nossa produção e metemos a cara. O CD tem 13 músicas e agora a parte de divulgação do CD a gente tá fazendo primeiro aqui em Florianópolis, e o restante de Santa Catarina. A primeira música de trabalho que é Qual o seu nome ela já está tocando bastante no estado, algumas cidades do Paraná também já está rolando. A música está tendo uma aceitação boa e já vamos para a segunda música de trabalho que é Fique bem. Tem a história da Brasileiro futebol clube que entrou na malhação. E a história desse CD é se tornar um grande produto no sul do país para a gente tentar o resto do Brasil.
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