Horned God - Entrevista exclusiva com a banda
Por Salvatore DAngelo
Postado em 06 de novembro de 2003
O Horned God teve seu início em Julho de 1998, por 5 adolescentes fãs de metal extremo. Nesta época, a banda era chamada Sacrifice, nome que foi modificado em Setembro de 2000 pois uma gravadora canadense, que detinha os direitos de uma banda de thrash metal dos anos 80 com o mesmo nome, havia notificado a banda brasileira do fato.
Ainda sob o nome Sacrifice, a banda lança seu primeiro trabalho de estúdio em 1999, intitulado "Revenge of Pain", que foi distribuído no underground nacional de forma independente, e teve boa aceitação de público e mídia. Após o lançamento deste trabalho, e em meio a shows na capital paulista, a banda fixa sua formação com Erico (vocals), Daniel (guitars), Hudy (guitars), Dario (bass) e Bruno (drums).
Com esta formação, a banda começa a fortalecer seu trabalho, buscando uma identidade musical e lírica, baseada no estudo do Satanismo e de Thelema. Começa a fazer shows por diversas cidades brasileiras e a preparar o material para seu primeiro álbum. Com a saída de Dario, o Horned God, em quarteto, grava o então "Absit", debut full lenght álbum da banda, lançado no final de 2001 pela Tumba Records.
Com a entrada de Ângelo, novo baixista, o quinteto segue fazendo shows para divulgar esse trabalho, dividindo palcos com nomes como Monstrosity, Cannibal Corpse, Krisiun, Funeratus, dentre outros. Em junho de 2002, nova mudança na formação da banda: sai Daniel para a entrada de Fabiano Penna (ex-Rebaelliun). Com esta nova line-up, a banda segue fazendo shows no Brasil e compondo o material para o novo álbum.
Confira a seguir entrevista efetuada com Bruno e Erico com grandes novidades a respeito da atual situação do HG.
Que balanço vocês fazem quanto ao período " Absit " com relação a turnês, vendas e alcance do mercado internacional?
Bruno: Esse período foi bem correspondido; ficamos satisfeitos com a repercussão do CD, tanto no mercado nacional como também no exterior; várias portas se abriram, com o "Absit" e surgiram muitas possibilidades para a banda - shows entrevistas, etc - creio que tudo isso será importante para os próximos passos do Horned God.
Com algumas mudanças na formação - inicialmente baixistas e depois guitarrista - o que ocorreu em relação à temática adotada inicialmente pela banda? Me parece que houve alteração na formação da banda recentemente, certo? Quanto à produção também sofreu alterações, não?
Bruno: Cara, em primeiro lugar gostaria de informar que ocorreram mudanças no line-up da banda com a saída de Fabiano Penna, Hudy e Ângelo e a entrada de Júlio (bass), Harold (guitar) e Ari (guitar); já estamos ensaiando e pensando em divulgar o novo CD; já em relação à temática nós vamos adaptando-a ao que nós realmente acreditamos e seguimos em nossa filosofia de vida. Com o passar do tempo passamos a perceber e fazer as coisas de um modo diferente e a temática da banda reflete essas experiências, mas claro que também existe o lance da musicalidade que é muito importante, essa por si mudou muito desde o inicio da banda. Com relação a produção deste novo trabalho, efetuada por Fabiano Penna e Alex (guitar Massacra), posso dizer que desta vez conseguimos trabalhar de uma forma muito mais profissional, sem pressa e totalmente concentrados para o trabalho de estúdio. Ficamos 30 dias no Paraná produzindo este trampo. E o resultado disso foi um material de muito boa qualidade e que logo mais estará a disposição do público.
O novo full lenght CD está a caminho. O nome previsto desde 2001, mesmo antes de ser lançado o "Absit", será mesmo "Ero Mors, Tua o Mors"? O que podemos esperar de novo? A previsão de lançamento é para quando?
Bruno: Não o nome não será mais esse - essa era uma hipótese apenas. O CD irá chamar-se " Chaos Bringer of all Revelations "; o som está bem diferente do que estão acostumados a ouvir do Horned God, a musicalidade está mais trabalhada, mais veloz e pesado do que o "Absit" - é só esperar para conferir !!! A At War Records (nossa nova gravadora) o lançará no Brasil em Outubro e a Listenable fará o lançamento mais ou menos neste período também na Europa, Rússia e EUA.
Nota-se imensa preocupação com arte de capa e selo no " Absit ". Esta parte gráfica para o novo CD será/foi desenvolvida também por Beto Martins?
Bruno: Não, desta vez quem desenvolveu toda a arte gráfica do CD foi o Fernando Sasaki, amigo nosso que já trampou em capas do Krisiun, e podemos adiantar que todo esse trabalho de arte está muito bom e nos agradou bastante.
Em relação a estúdio e selo o que muda?
Erico: É, realmente resolvemos lançar este novo CD pela At War Records, ajudamos a estruturar este selo para trazer mais novidades para o mercado, além de não ficarmos mais a mercê de terceiros para podermos desenvolver um trampo de melhor qualidade, termos mais independência e com maior suporte. As gravações ocorreram no Pró Estúdio em Londrina.
A At War pretende "batalhar" em vários aspectos e não somente lançando CD's e/ou representando selos e distribuindo, certo?
Bruno: Correto, o objetivo da At War Records realmente é dar todo o suporte para as bandas que farão parte do selo. Dar suporte não é apenas mandar a banda gravar (geralmente com grana da própria banda) e depois pegar o material, prensar e distribuir. Não é isso! A idéia é muito mais profissional, ou seja, é arcar com toda a produção / despesa desse trampo, desde a gravação em estúdio, material gráfico de capa, prensagem, distribuição e divulgação. Este é o verdadeiro trampo de um selo / gravadora, além de produzir eventos ao qual a banda poderá divulgar este trampo. Dentro desta realidade é lógico que selos / gravadoras do exterior já sabem o método e a dinâmica da At War e com isso poderá até ocorrer algumas parcerias com estes selos / gravadoras no sentido de distribuir material inédito aqui no Brasil e vice-versa.
Turnê de divulgação do novo trampo quando ocorrerá? Já há planos para o exterior?
Bruno: Com certeza esse não é apenas um pensamento da banda como sim um objetivo; estamos com bons contatos a nível nacional e também no exterior. Tudo depende do lançamento do Chaos ... para podermos começar a fazer shows! Como eu disse, a At War fez um excelente contrato com a Listenable (França) e este selo irá lançar a nível mundial o Chaos... e conseqüentemente iremos aguardar os resultados e estudar o que poderá pintar a nível de shows lá fora.
Em relação ao equipamento utilizado o que pode-se dizer (qual é)?
Erico: Em nosso estúdio o Bruno usa bateria Pearl Master Custom 3 tons / 2 bumbos, pratos Zildjian e Sabian, pedais Iron Cobra HP900; o Ari usa conjunto de caixa e cabeça Meteoro MHA900; o Harold usa um cabeçote e uma caixa Marshall JCM900; o Julio usa cubo Meteoro Super Bass e eu uso um cubo Dean Markley K150 com uma mesa de 8 canais e microfones Leson
A 1a. formação do HG em 1998 contava com 2 guitarristas diferentes (permaneceram por pouquíssimo tempo na banda), além de Érico (vocal / bass) e Bruno (drums). Quem foram estes guitarristas? Vocês mantêm algum contato? Estão em outra(s) banda(s)?
Erico: Nesta época a banda ainda chamava-se Sacrifice. Eram 2 amigos - o Victor e o Demônio (esse era o nome do indivíduo!?); com eles tocamos por menos de 6 meses, mas hoje eu não tenho certeza se o Demônio saiu da cena, sei que o Victor sim.
Quais bandas nacionais vocês cultuam ? São suas influências, claro! Qual é a melhor banda nacional de todos os tempos na opinião de vocês?
Bruno: Gosto de muitas bandas nacionais, não me compete dizer qual é melhor e sim dizer algumas que eu curto muito, Krisiun "é claro", Ophiolatry, Ancestral Malediction, Funeratus, Nephast, Subtera, Abhorrence, Torture Squad, Pathologic Noise, dentre muitas outras. Todas com muita qualidade e seriedade em seus trabalhos!!!
Erico: Realmente o Krisiun é, sem dúvida, por tudo o que fez e ainda fará, o grande nome. Rebaelliun também pode ser incluso aí. E sei que outros nomes estão aí dando um trampo muito grande em busca da solidificação do que os gringos falam lá fora: "O BRASIL É O CELEIRO DO EXTREMO METAL". Tivemos o Sepultura também que abriu as portas e os olhos do mundo inteiro para cá. Sarcófago e Vulcano também são grandes. E é isso que nos deixa otimistas em relação aos grandes nomes daqui e não será novidade se numa edição desses grandes festivais que rolam no exterior ter no cast de bandas nomes como Nephast, Krisiun, Ophiolatry, tocando no mesmo dia. Desta forma e com este objetivo, trabalhamos incessantemente e com toda seriedade para que um dia nosso trabalho também faça parte deste universo citado.
A mudança do nome Sacrifice em 2000 para HG implicou em mudança na temática explorada?
Bruno: A mudança ocorreu pelo fato de já existir uma banda no Canadá com o mesmo nome e para evitar problemas futuros resolvemos mudar para HG; hoje entendemos que foi muito bom para nós ter optado pelo nome atual, que tem mais haver com a temática e soa melhor para o estilo da banda. Paralelo a isso, creio que a temática também faz parte da evolução natural. É um processo e continuamos a explorar as filosofias que fazem parte do universo humano.
A saída da Tumba Records ocorreu simplesmente pela criação da At War Rec. ou por outro motivo?
Bruno: O contrato com a Tumba era só para o "Absit".
Como está o cenário atual para bandas de Metal Extremo como o HG?
Erico: No Brasil, apesar do Krisiun ter aberto muitas portas, a cena continua restrita e ainda é muito difícil fazer Metal Extremo aqui no nosso país; falta um compromisso e profissionalismo maior por parte de produtores, falta uma real estrutura para as bandas - excelentes por sinal - falta um maior apoio da mídia underground e reconheço que os Zines e Web Zines é que fazem a cena acontecer, apesar de toda dificuldade que eles também enfrentam. Mas essa é nossa verdadeira guerra e podem acreditar que estaremos sempre lutando para que dias melhores venham a acontecer para o metal. Acredito nesse objetivo. E sei que o exterior continua sendo o eldorado das bandas brasileiras; lá tem espaço para bandas sérias, com qualidade e que trabalham para conquistar seu espaço e com certeza, este espaço em breve contará com mais bandas daqui do Brasil. Para finalizar agradeço a você Salvatore, que sempre acreditou no HG e aproveito para agradecer ao público: esses são os reais guerreiros que sempre apoiaram o Metal Nacional. Valeu pelo espaço cedido; valeu por apoiar a cena; VIDA LONGA AO METAL !!!
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