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Pink Floyd: as diferentes versões de "Money"

Por João Henrique Alves
Fonte: Wikipedia
Postado em 29 de dezembro de 2014

"Money" é uma das mais bem sucedidas canções do Pink Floyd, originalmente lançada no célebre "Dark Side Of The Moon" (1973). Assim como as outras canções do disco cujos temas giram em torno das aflições do homem moderno, onde cada canção tem um tema identificável, Money citava a avareza e o domínio do dinheiro sobre o homem, com sua letra recheada de ironia. Ironia maior, aliás, foi o fato de que a banda após Dark Side... alcançou o sucesso comercial que sempre perseguiu e ganhou muito, mas muito dinheiro.

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Composta em letra e música por Roger Waters, a música se tornou uma espécie de Hino Estranho do rock clássico, como bem lembrou David Fricke, editor da revista Rolling Stone: "é um dos mais improváveis hits de todos os tempos, com tempo e assinatura muito incomum". Seu famoso riff de baixo é sua principal marca registrada (e também de seu criador), tanto reconhecida tardiamente por David Gilmour como "um grande riff"; o som da caixa registradora e das moedas (loop laboriosamente criado por Waters no seu estúdio caseiro) foi usado exaustivamente em todo o tipo de mídia, desde anúncios publicitários a até reportagens de tv; os solos de guitarra foram eleitos 62º melhor da história pela Guitar World e 69º pela Rolling Stone; a versão demo executada por Waters em um violão desafinado, foi descrita por seu criador como "um hino de lamento", com vocal de um gosto um tanto duvidoso, "pussy and very english", conforme citou o baixista.

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Uma vez em estúdio, a banda transformou a canção em um Rhythm and Blues enérgico, com duas linhas de guitarra base, sendo uma aquele "trêmolo" e três fantástico Solos, o último executado com uma guitarra Bill Lewis para alcançar notas altas as quais a Stratocaster não chegava; o órgão Wurlitzer tocado por Rick Wright é extremamente discreto, porém certeiro na dose para o acompanhamento; a batera segura do mestre Nick Mason flui o ritmo contagiante e alegre da canção, e a cereja do bolo resta no inesquecível solo de saxofone de Dick Parry. Do meio pro fim, a música abandona o blues e vira um rock n´roll clássico no segmente 4/4, sem efeitos de eco ou reverb, até retornar ao blues-band novamente com energia, para terminar com as célebres frases no final, com as vozes de pessoas comuns discutindo se tinham a razão ou não a respeito de uma briga.

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Mas o que muita gente não sabe é que existe outra versão da música, refeita totalmente e lançada posteriormente pela banda.

Em 1981, por questões contratuais com a gravadora, a banda tinha que lançar uma coletânea de sucessos. O álbum garbosamente chamado de A Collection of Great Dance Songs, traz versões alternativas de Shine On You Crazy Diamond (encurtada) e Another Brick in the Wall, Part II (com a introdução de guitarra do Single, porém com o final da canção similar a versão do álbum), One Of These Days do Meddle, Sheep do Animals e Wish You Were Here do álbum homônimo.

A sexta canção escolhida foi Money.

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Na época do lançamento de Dark Side..., o Floyd não se conformava com as baixas vendas de seus álbuns no mercado Norte Americano, que aquela altura já era o maior do mundo, e culpavam a gravadora por esse problema. Em uma época onde ainda não havia a tal "globalização", a EMI decidiu que a Capitol Records, subsidiária da EMI nos Estados Unidos, deveria cuidar do assunto de maneira assertiva e escalou seu maior perito na área, o Sr. Baskar Menon, para resolver a questão.

Começou um grande trabalho de marketing para melhorar as vendas do álbum e parte dessa estratégia era colocar a banda nas rádios FM, e para isso precisava de um "cartão de visitas" e nada melhor do que com o lançamento de um Single, e a escolha mais do que natural era "Money". O raciocínio lógico era que, como o single tinha uma tiragem limitada, logo que a música se transformasse em hit as pessoas comprariam também o álbum, além daquela parcela de consumidores que se interessaria em conhecer melhor a banda e, então, também comprariam o álbum. De uma maneira ou de outra, deu muito, mas muito certo, como todos nós sabemos: Dark Side ficou 741 semanas na Bilboard e vendeu de 45 a 50 milhões de cópias worldwide.

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Aqui vale uns parênteses: apesar de ser "single", a banda nunca reconheceu a canção como tal: era apenas uma estratégica de lançamento num mercado alternativo, um "pulo do gato", pois o conceito do álbum era do conjunto das canções formando o todo. Além do que havia o costume de se reconhecer como "single" o que era lançado no mercado doméstico, e muitas dessas canções singles nunca eram lançadas em álbuns (a última a ser lançada em UK tinha sido "Point Me at the Sky/Careful with That Axe, Eugene" em 1968). Muitas vezes singles eram lançados em mercados alternativos (França, Japão, USA) sem que houvesse participação ativa da banda na escolha das canções ou desses mercados.

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Mas havia um problema: Dark Side foi o último álbum do Floyd pela EMI com lançamento internacional exclusivo da gravadora, que usava o selo EMI/Harvest na Europa e a Capitol Records (sua subsidiária) para lançamento nos EUA. A banda havia fechado um contrato milionário com CBS/Columbia Records para publicações e distribuição das músicas fora do mercado europeu. Então, apesar dos lançamentos posteriores ainda serem publicados pelo selo EMI/Harvest na Europa, incluindo a utilização dos seus estúdios de gravação e estafe, toda a parte da venda/distribuição, divisão de lucros, marketing e exploração musical fora da Europa foi transferida para a CBS/Columbia. A gravadora britânica sempre viu a debandada do Floyd como uma grande traição.

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Então a Capitol Records (EMI-USA) tinha os direitos de publicação da música (como single) em terras yankees e qualquer uso da faixa fora do seu contexto original (álbum) necessitava uma re-licenciamento. Quando do pedido do relançamento em 1981 por parte da CBS/Columbia do álbum no mercado americano, a Capitol simplesmente se recusou a licenciar o seu single (Money) para o relançamento no mercado Internacional sem um novo acordo financeiro. Então na prática, o Floyd não podia lançar o mesmo álbum na terra do tio Sam se pagar por ele. A vingança, em prato frio, estava finalmente servida.

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A situação não foi bem recebida pela banda, e deixou David Gilmour inconformado. Assim, foi decidido algo inédito na discografia do Floyd: regravar a música sem os másteres originais. Gilmour se prontificou a refazer todos os instrumentos (exceto saxofone, o qual chamou novamente o amigo Dick Parry), mixando tudo de novo especialmente para o disco, ou seja, um trabalho de produção inédito. Isso resolveria o problema de licenciamento sem imbróglios judiciais ou brigas entre os estúdios.

O fato de Gilmour ter logrado a fazer o trabalho sozinho nunca me ficou perfeitamente esclarecido, e eu tendo em especular que talvez ele quisesse trabalhar na faixa para colocar seu próprio molho na coisa toda; ou talvez seus colegas de banda estivessem ocupados com outras coisas e não estivessem disponíveis; ou simplesmente ninguém se importava. Talvez todas as alternativas anteriores...

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Para a tarefa de co-produzir a música, foi escalado o recém-contratado produtor James Guthrie, que havia trabalhado no álbum The Wall, e que posteriormente co-produziria o próximo álbum da banda The Final Cut, e figurarua em todos os futuros lançamentos do Pink Floyd ou de seus membros em carreira solo, ora como co-produtor, ora como engenheiro de som, ora supervisionando remasterizações. O estúdio escolhido foi o New Roydonia Studios, o qual, confesso, de nada posso dizer.

Assim, a música ficou bem diferente da versão original: com a duração de 6:22 aumentada para 6:45, existem diferenças em toda a faixa: vocais e guitarras rítmicas tem um novo andamento levemente similar ao original, o que é natural já que a música foi tocada exaustivamente durante os anos que sucederam o lançamento do álbum (é uma das únicas músicas a fazer parte do rol de todas as turnês da banda desde seu lançamento, exceto no The Wall). Nos caso dos vocais, eles usaram a mesma idéia original do engenheiro de som Alan Parsons, deixando a voz mais aguda, ou como Allan Parsons gostava de dizer, e com mais "vida".

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Mas vejo alguns problemas (em uma avaliação subjetiva) que passo a destacar: a famosa linha de baixo ficou com menos "pegada", já que o estilo de Roger Waters de usar a palheta "machucando" as cordas dão ao som do baixo aquela profundidade bem grave, efeito que ficou mais sóbrio no trabalho de Gilmour; No caso do famoso "órgão" Wurlitzer de Rick Wright, que servia como uma espécie de resposta ao "tremolo guitar", ficou bastante encoberta na mixagem final, talvez pela dificuldade de colocar o mesmo tempo musical que a original; Dick Parry aparentemente teve liberdade para fazer seu solo de sax no que resultou num trabalho bem diferente do original (ainda que satisfatório); assim como o solo de guitarra: a guitarra "tremolo" teve sua pontuação diferente durante toda a execução da música. Mas o problema maior mesmo é a bateria, que ficou muito simplória, quase que um trabalho "amador". Por fim o uso exagerado de reverbação ( o gosto pelo som mais "molhado", cheio de eco, sempre foi um vício do guitarrista) tirou um pouco daquela efeito de sons sem efeito no meio da música, que sem dúvida era um charme extra da música.

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Não é de se admirar que uma música tão diferenciada tivesse no fim uma história tão tumultuada?

João Henrique Alves, Dezembro de 2014.

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