Heaven's Guardian: A cronologia da humanidade em forma de disco
Resenha - Chronos - Heaven's Guardian
Por Paulo Henrique de Assis Faria
Postado em 07 de dezembro de 2023
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
O ícone do Metal Goiano HEAVEN'S GUARDIAN acabou de lançar seu mais novo trabalho: o épico "Chronos". Esse é o quarto disco dos caras, que agora contam com o retorno definitivo do renomado vocalista e fundador CARLOS ZEMA. Assinam a produção as lendas ROY Z (Produtor de JUDAS PRIEST, ROB HALFORD, BRUCE DICKINSON, HELLOWEEN, SEPULTURA, ANDRE MATOS e de tantos outros grandes nomes) e Addasi Addasi. Boa parte dos registros foram realizados em Los Angeles e contou com a participação mais que especial da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG) e também do Coro Sinfônico Jovem de Goiás.

Antes de analisar cada uma das faixas, destaco a marcante capa, idealizada pelo grupo e desenvolvida pelo artista Carlos Fides. "Chronos" realiza ciclos de cronologia vivenciados pela humanidade, perpassando pela Antiguidade da Grécia e sua rica Mitologia, além, é claro, da Idade Média. E encerra nas discussões da época Contemporânea e a temática da vez: Inteligência Artificial. Após mais de 25 anos de existência, dois DVDs lançados, bem como os ótimos predecessores "Strava" (2001), "D.O.L.L" (2004) e "Sign" (2016), o novo CD teve ainda as pontuais e indispensáveis entradas do grande baterista FRANCIS CASSOL (SCELERATA e RAGE IN MY EYES) e da competente vocalista lírica russa Natalia Tsarikova. Os Guardiões se enveredaram de vez para o cultuado Metal Sinfônico!
A primeira faixa "Tempus" é na verdade uma ótima introdução com bastante orquestração e inventividade do tecladista e compositor Everton Marin. É digna, inclusive, de uma do RHAPSODY OF FIRE. Ótimo início!
Na sequência temos a rápida – puxada pro Metal Sinfônico – "Sirens of the Past". Fica ainda mais claro aqui a boa influência de NIGHTWISH. Natalia tem um timbre até semelhante com a da grande TARJA TURUNEN, o que deixa tudo ainda melhor. Destaque pras mudanças rítmicas do baterista Francis e a versatilidade do vocalista Carlos (que vai do agudo ao gutural com facilidade).
A número três é a pesada e épica "General of Peace". A combinação das vozes de Carlos Zema e Natalia Tsarikova funcionam muito bem! E remete ao último bom disco "Signs" de sete anos atrás. O grupo conseguiu unir com eficiência peso e melodias fortes. Os arranjos dos instrumentos de sopro, além do coro no pré-refrão dão um toque de qualidade. Também curti a parte final de canto lírico e os solos de guitarra e teclado.
A quarta música é a Power Metal "Valhalla Call". Os riffs característicos de Luiz Maurício e Ericsson Marin surgem destacáveis aqui. Que bom que os caras não renegam suas raízes! A dinâmica bem elaborada da canção, assim como a participação da OSJG me levaram para uma verdadeira batalha Viking!
Logo depois temos a animada Folk "Tristan and Isolde", seguindo a parte Medieval do trabalho. Essa é tão RHAPSODY OF FIRE quanto a que abre. O contraste vocal do tons mais graves de Zema e os extremamente agudos de Tsarikova agradam aos ouvidos. Sim, os violões também caem bem no Heavy Metal. A parte melódica e lírica retrata com sucesso a famosa – e trágica – história de amor do cavaleiro e a princesa no século IX.
A número seis é "Sail Away", com passagens e linhas de teclado interessantes que lembraram STRATOVARIUS. Natalia novamente aparece muitíssimo bem com sua bela voz. Adorei a narração em português de Zema na metade: "Você jamais atravessará o Oceano. Até que tenha coragem de perder o Litoral de vista!". Filosófico!
Posteriormente temos a forte "The Color of Injustice". O teclado puxado pro órgão elétrico tem uma evidência cirúrgica nesta faixa. Bons solos da dupla de guitarristas e também do baixo de Murilo Ramos. Os violinos harmonizaram com os riffs e as precisas variações. O coro fez toda a diferença no refrão.
Na oitava canção me deparo com uma belíssima balada, a "Home of Time". A russa Natalia brilha uma vez mais, com boa sustentação vocálica de Carlos Zema. No instrumental me chamaram atenção as bonitas linhas de piano e os arranjos de – pasmem! – bandolim. A combinação de Metal & Balada é certamente infalível!
A número nove é a alegre e pesada "Wall of Shame". Refrão bem feito – estilo chiclete – e com boas variações e arranjos. O solo de teclado de Everton é muito bom!
A décima é a introspectiva "The Fall of The Empire". Belo início – e finalização – com piano e Carlos cantando em tons graves/médios e limpos. Depois a canção acelera e os dois vocalistas ganham ainda mais realce. A presença do coro também cai como uma luva nessa. Essa tem os melhores solos de guitarras de todo o disco!
A penúltima é simplesmente a melhor de todo o trabalho: "Artificial Times" define o zeitgeist com sua temática atual. Inicia com os impactantes gritos de: "Revolution! Revolution!". Aqui tanto Carlos Zema, quanto Natalia Tsarikova vão muito bem. O instrumental é virtuoso com os pedais duplos de Cassol na batera, passando por ótimos arranjos de teclado de Everton, até os solos de guitarra de Ericsson, Luiz e o baixo de Murilo. Baita acerto!
Pra fechar em grande estilo temos "Drowning Land". Rápida, bem executada, agressiva e melódica; tudo ao mesmo tempo. Refrão forte, com vocal screaming que contrasta de maneira interessante com o lírico e alto de Natalia. A finalização tem arranjos épicos da OSJG e um bonito coro adulto e infantil em uníssono. Bela finalização!
Depois de mais de quatro anos de planejamento e execução, entendemos o porquê do tempo dispensado. Valeu e muito a espera! "Chronos" é um ótimo disco, daquela que é disparada a melhor banda de Metal do Estado de Goiás. A volta de Carlos Zema, bem como as entradas providenciais de Francis Cassol e Natalia Tsarikova deram o salto de qualidade esperado para o grupo! Vida longa ao grande HEAVEN’S GUARDIAN!
Membros:
Vocais: Carlos Zema e Natalia Tsarikova
Guitarras: Ericsson Marin e Luiz Maurício
Teclados: Everton Marin
Baixo: Murilo Ramos
Bateria: Francis Cassol
Heaven’s Guardian – Chronos (2023 – Sleaszy Rider Records – Brasil-Grécia)
01. Tempus
02. Sirens of the Past
03. General of Peace
04. Valhalla Call
05. Tristan and Isolde
06. Sail Away
07. The Color of Injustice
08. Home of Time
09. Wall of Shame
10. The Fall of The Empire
11. Artificial Times
12. Drowing Land
Ouça o disco completo abaixo.
Veja o clipe do single "Wall of Shame".
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Steve Morse diz que alguns membros do Deep Purple ficaram felizes com sua saída
O melhor compositor de letras de todos os tempos, segundo Axl Rose do Guns N' Roses
Bruce Dickinson revela os três vocalistas que criaram o estilo heavy metal de cantar
A melhor música do Pink Floyd para Rob Halford, que lamenta muitos não compreenderem a letra
Blackberry Smoke confirma quatro shows no Brasil em 2026
A lendária banda de rock que Robert Plant considera muito "chata, óbvia e triste"
O álbum que, para Geddy Lee, marcou o fim de uma era no Rush; "era esquisito demais"
Será que ele curtiu? O dia que Adrian Smith tocou na guitarra de Kirk Hammett
A banda que Slash considera o auge do heavy metal; "obrigatória em qualquer coleção"
Jane's Addiction anuncia que membros fizeram as pazes e comunica fim das atividades
Steve Harris admite que sempre foi "acumulador" de coisas do Maiden, e isso salvou novo livro
Regis Tadeu coloca Deep Purple no grupo de boybands ao lado do Angra
Após assassinato do diretor, Spinal Tap suspende último filme
10 bandas que encerraram suas atividades em 2025
Moonspell celebrará 30 anos de "Wolfheart" com show especial no Brasil

Edguy - O Retorno de "Rocket Ride" e a "The Singles" questionam - fim da linha ou fim da pausa?
Com muito peso e groove, Malevolence estreia no Brasil com seu novo disco
"Opus Mortis", do Outlaw, é um dos melhores discos de black metal lançados este ano
Antrvm: reivindicando sua posição de destaque no cenário nacional
"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional


