Hällas: congelado no tempo, quinteto lança seu melhor disco
Resenha - Isle of Wisdom - Hällas
Por Victor de Andrade Lopes
Postado em 25 de abril de 2022
Nota: 9 ![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
![]()
Ao longo dos últimos anos, o mundo ganhou um arsenal de bandas que se propõem a resgatar o "bom e velho rock", citando todas as figurinhas clássicas como influências: Led Zeppelin, AC/DC, Kiss, Deep Purple, enfim, a patota completa.
Não surpreendentemente, a maioria fracassa, pelo motivo simples de que não estamos mais nos anos 1970: os equipamentos de gravação e os instrumentos são outros, o público é outro, e não é mais possível escapar das influências que toda a evolução da música nos trouxe nos últimos 50 anos.
Mas existe um quinteto sueco que anda dando o que falar e que parece ter sido descongelado após cinco décadas esquecido em algum freezer. Sem fazer muito alarde quanto à sua proposta, o Hällas, é, por outro lado, franco ao dizer que faz "rock de aventura" (uma mistura perfeita de hard rock e rock progressivo) com equipamentos vintage.
Isto se reflete mais uma vez em Isle of Wisdom, terceiro trabalho dos caras. Ele é extremamente coeso. Você ainda consegue notar que algumas canções dão aquela "escapadinha" a mais para o lado prog ("Birth/Into Darkness", "Earl's Theme", "The Inner Chamber") ou para o lado hard ("Advent of Dawn") do grupo. Talvez por isso a "épica", dinâmica e pesada "The Wind Carries the Word" seja a síntese perfeita do disco, mas a escolhida para single foi a relativamente discreta "Elusion's Gate", um verdadeiro "Thriller" do rock progressivo.
Apesar destas particularidades, tudo parece extraído de uma mesma sessão (com efeito, a primeira faixa, que já era um combo de introdução e canção convencional, emenda na segunda). A banda se mantém rigidamente dentro de sua proposta musical, mas mesmo esta rigidez ainda deixa seu som estranhamente solto. É o que acontece quando se está à vontade na sua proposta.
E aí convém dizer que há uma mágica na combinação dos sons do Hällas. Os vocais arranhados e um tanto modestos de Tommy Alexandersson, bem como suas linhas pulsantes e marchantes no baixo; os riffs autônomos e os licks clássicos de guitarras da dupla Alexander Moraitis e Marcus Petersson; os providenciais órgãos e sintetizadores espaciais de Nicklas Malmqvist; e as batidas marchantes e abafadas (como costumava ser 50 anos atrás) da bateria de Kasper Eriksson.
Eu poderia dizer que não há nenhuma música descartável aqui (pudera, são só oito), mas é mais do que isso: não há nenhum verso, nenhum solo, nenhuma nota sequer que sobrou aqui. Tudo foi muito bem aproveitado. E isso nos leva ao único provável defeito do álbum: não dava para ter entregue mais um pouco? Nem que fossem umas duas ou três faixas bônus? Fica aí o questionamento, porque potencial havia de sobra.
Merecedor de honrarias de fim de ano, Isle of Wisdom é a obra mais forte do Hällas (por enquanto) e um dos lançamentos obrigatórios do rock de 2022. Alguns talvez achem a tentativa do quinteto de mergulhar no passado um tanto pedante, mas nem meu senso crítico foi capaz de usar isso como um impeditivo para achar este trabalho simplesmente incrível.
Abaixo, o clipe de "Elusion's Gate".
FONTE: Sinfonia de Ideias
https://sinfoniadeideias.wordpress.com/2022/04/23/resenha-isle-of-wisdom-hallas/
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
O melhor baterista dos últimos 10 anos, segundo Lars Ulrich do Metallica
O guitarrista que Jimmy Page admitiu estar fora de seu alcance: "Não consigo tocar"
Andreas Kisser diz que não tem a "mínima vontade" de voltar a tocar com irmãos Cavalera
Evanescence anuncia turnê mundial para 2026
O Melhor Álbum de Hard Rock de Cada Ano da Década de 1980
Fender lança linha de instrumentos em comemoração aos 50 anos do Iron Maiden
Monsters of Rock confirma as 7 atrações da edição de 2026 do festival
A canção dos Rolling Stones que, para George Harrison, era impossível superar
Os cinco maiores bateristas de todos os tempos, segundo Dave Grohl
O único "filme de rock realmente bom" da história, segundo Jack Black
A banda clássica que poderia ter sido maior: "Influenciamos Led Zeppelin e Deep Purple"
Como o novato Chris Dovas fez o Testament soar mais pesado, segundo Chuck Billy
Men At Work anuncia show extra em nova turnê nacional
As três bandas clássicas que Jimmy London, do Matanza Ritual, não gosta

"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
"Ascension" mantém Paradise Lost como a maior e mais relevante banda de gothic/doom metal
Trio punk feminino Agravo estreia muito bem em seu EP "Persona Non Grata"
Scorpions - A humanidade em contagem regressiva
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Clássicos imortais: os 30 anos de Rust In Peace, uma das poucas unanimidades do metal


