Resenha - Open the Gates - Manilla Road
Por Diogo Muniz
Postado em 11 de outubro de 2020
Após lançar três discos, parecia que o Manilla Road finalmente havia encontrado o seu som, fazendo um heavy metal calcado em temáticas épicas e um instrumental pesado e bem trabalhado. Porém, o direcionamento musical da banda não agradou muito o baterista Rick Fisher, e ele logo saiu da banda. Para seu lugar foi recrutado Randy Foxe, cujo estilo mais agressivo caiu como uma luva, e em 1984 é lançado "Open the Gates". Esse seria o primeiro disco com essa nova formação, e o trio (completado por Scott Park no baixo e Mark Shelton na guitarra e vocal) atravessaria um período bem produtivo durante os anos 80.
O disco abre com "Metalström", e Randy Foxe já chega mostrando serviço. Agressiva e pesada, é uma excelente faixa de abertura. Apesar de destacar a bateria de Randy Foxe, vale a pena mencionar também a voz de Mark Shelton que está mais agressiva em relação aos discos anteriores, dando mais peso à música.
Em seguida temos "Open the Gates". A faixa-titulo, apesar de curtinha, dá o recado muito bem, com o mesmo peso e agressividade da música anterior, sem deixar a peteca cair
"Astronomica" é uma das melhores músicas do álbum. Começa lenta e introspectiva, com Mark Shelton cantando um pouco mais limpo. Mas logo em seguida a música ganha peso e ouvimos mais uma vez o rugido do frontman, acompanhando o instrumental muito bem executado. Além de estar cantando muito, Mark Shelton mostra aqui que está com fome de guitarra e não economiza nos solos. Aqui vemos um estilo que seria marca registrada do Manilla Road músicas que começam lentas e introspectivas e culminam num heavy épico e pesado.
"Weavers of the Web" é mais uma música rápida e pesada. A letra é bem interessante, pois aborda ainda com a temática de fantasia uma crítica aos "senhores da guerra". Uma ótima composição de Mark Shelton e cia.
Se é coincidência ou não, eu não sei, mas "The Ninth Wave" é a mais longa música do disco, e é disparado uma das melhores. Trata-se de uma música épica, com pouco mais de nove minutos, que leva o ouvinte para uma viagem aos contos arturianos e fazendo escala em Valhalla. Tem um riff muito marcante, daqueles que pedem que o público cante um ôôôôôôhhh (no melhor estilo Fear of the Dark) em uníssono, e uma interpretação única de Mark Shelton. Toda vez que ouço essa música é impossível não pensar em como essa banda foi tão injustiçada pelo fato de não ter recebido a devida atenção e figurar ao lado de outros gigantes no panteão do heavy metal.
"Heavy Metal to the World" é outro petardo cuja letra obviamente é uma homenagem a esse estilo que tanto amamos. Rápida e pesada, devidamente do jeito que tem que ser.
"The Fires of Mars", é outra música épica em mid-tempo, no melhor estilo Manilla Road de ser. Começa introspectiva e vai crescendo a ponto de causar arrepios de tão fantástica que é.
Logo depois dessa viagem somos conduzidos para "Road of Kings", um heavy metal muito bem executado, daqueles que é impossível ouvir sem bater cabeça. Aqui temos mais uma música que mostra o quanto a banda estava entrosada e com bastante lenha para queimar. Sua energia é tão intensa que se tornou obrigatória nos shows da banda.
"Hour of the Dragon" mantém a energia e nos presenteia com outro petardo. Música muito bem executada e com excelente sintonia entre os músicos.
Se tem uma coisa que o Manilla Road sabe fazer é finalizar seus discos de maneira épica, e "Witches Brew" fecha o disco muito bem. Aqui temos mais uma canção que comece lenta, viajada e introspectiva para então cair num heavy metal muito bem executado. Feita para bater cabeça e viajar no solo de guitarra que encerra a música.
Desde o primeiro álbum, o Manilla Road buscou sempre evoluir e aprimorar o seu som. Apesar de "Crystal Logic" ser o disco que define a carreira da banda, em minha opinião "Open the Gates" chega a ser melhor que seu antecessor. A produção aqui deixou todos os instrumentos nítidos, conferindo um peso a mais e uma experiência auditiva até então inéditos dentro da carreira da banda. Outro detalhe é que foi em "Open the Gates" que Mark Shelton parece ter encontrado o timbre certo para cantar, e sua interpretação atingiu seu ápice. Assim como ocorre em "Crystal Logic", a impressão que passa é que "Open the Gates" é uma espécie de "Best of", pois todas as músicas funcionam muito bem, e a ordem delas dentro do track list foi muito bem escolhida, deixando a experiência de ouvir o disco bem fluida. É como se "Open the Gates" fosse um "Crystal Logic" com anabolizantes.
Tracklist:
Metalström
Open the Gates
Astronomica
Weavers of the Web
The Ninth Wave
Heavy Metal to the World
The Fires of Mars
Road of Kings
Hour of the Dragon
Witches Brew
FONTE: https://www.manillaroad.net/
The Official Manilla Road Website
Outras resenhas de Open the Gates - Manilla Road
Receba novidades do Whiplash.NetWhatsAppTelegramFacebookInstagramTwitterYouTubeGoogle NewsE-MailApps



O clássico do rock nacional cujo refrão é cantado onze vezes em quatro minutos
Dream Theater anuncia turnê que passará por 6 cidades no Brasil em 2026
Helloween fará show em São Paulo em setembro de 2026; confira valores dos ingressos
A banda de rock que deixava Brian May com inveja: "Ficávamos bastante irritados"
O disco que Flea considera o maior de todos os tempos; "Tem tudo o que você pode querer"
O guitarrista que Geddy Lee considera imbatível: "Houve algum som de guitarra melhor?"
A icônica banda que negligenciou o mercado americano; "Éramos muito jovens"
O "Big 4" do rock e do heavy metal em 2025, segundo a Loudwire
Como e por que Dave Mustaine decidiu encerrar o Megadeth, segundo ele mesmo
O álbum que define o heavy metal, segundo Andreas Kisser
A música que Lars Ulrich disse ter "o riff mais clássico de todos os tempos"
Lemmy lembra shows ruins de Jimi Hendrix; "o pior tipo de coisa que você ouviria na vida"
Dave Mustaine acha que continuará fazendo música após o fim do Megadeth
Os shows que podem transformar 2026 em um dos maiores anos da história do rock no Brasil
Baterista quebra silêncio e explica o que houve com Ready To Be Hated, de Luis Mariutti


"Fuck The System", último disco de inéditas do Exploited relançado no Brasil
Giant - A reafirmação grandiosa de um nome histórico do melodic rock
"Live And Electric", do veterano Diamond Head, é um discaço ao vivo
Slaves of Time - Um estoque de ideias insaturáveis.
Com seu segundo disco, The Damnnation vira nome referência do metal feminino nacional
"Rebirth", o maior sucesso da carreira do Angra, que será homenageado em show de reunião
Metallica: "72 Seasons" é tão empolgante quanto uma partida de beach tennis
Pink Floyd: The Wall, análise e curiosidades sobre o filme


