Sangre: direto e original, num grande álbum de thrash metal
Resenha - Technological Destination - Sangre
Por Alexandre Campos Capitão
Postado em 03 de junho de 2020
O Sangre foi formado em 2016 por experientes músicos de Campinas/SP. Com uma proposta de beber no thrash dos anos 80, em composições compactas, inspiradas em referências do Death Metal. Estão lançando Technological Destination, seu consistente segundo trabalho. A formação atual é: Ian Arcas (vocal), Piu Loko (guitarra), Rodrigo Penna (baixo) e Estevan Furlan (bateria).
A faixa de abertura é uma vinheta instrumental com o sugestivo nome de Shift 666, repleta de ruídos, gritos, tiros, conectadas pelo som internet discada. Hora de aprender um pouco sobre o passado digital recente. Ah, mas não é só isso. O Sangre já entra com potência, com guitarra, baixo e bateria, com os dois pés no seu peito, mostrando a que veio.
Na sequência, Bite My Bullet é um puta thrashão, com uma letra que você já sai cantando na primeira audição.
Em Little Shit você encontra uma banda madura compondo, apresentando um baita trampo, com variações de andamento, e trechos que passeiam dos primórdios do thrash, emolduradas com sua pegada atual. Sepulturando a explicação, em alguns momentos ela poderia estar em Schizophrenia, em outros ela poderia estar no Quadra.
Criado no ódio, Created In Hate é direta e apresenta uma estrutura bastante original em termos de letra e arranjo, pois existe um trecho que não se repete nenhuma outra vez ao longo da música. É um ás de espadas na manga do Sangre, que eles não hesitam em utilizar.
Rise começa com bateria e dedilhado de baixo. Traz um refrão forte e mostra mais uma vez que você não vai se esquecer desse disco tão cedo.
Você está preparado para uma variação caótica e original? Are You Ready To Die? traz um trecho outside que impressiona, se aproximando do andamento do death metal, num momento de muita inspiração do Sangre.
Listen My Scream começa com uma pegada doom, seguida de uma palhetada consistente, algo constante em todo álbum. E o trabalho de guitarra mostra que a economia de solos ao longo de Technological Destination não é falta de competência, mas sim a escolha de um caminho.
A linha melódica do vocal segue o riff em Be Real, com nuances muito interessantes.
Death Market é a última faixa, e reúne todos os elementos que constroem esse disco, como se sintetizasse todo o trabalho. Guitarra consistente, variações de andamento, criatividade, arranjo trampado.
O Sangre é uma banda extremamente competente. Não desperdiça energia com solos ou focos individuais. Soa como um bloco sólido de concreto, que cai do décimo andar, diretamente na sua cabeça. Trazem nos bolsos as raízes do thrash metal, mas colocam na mesa músicas absolutamente atuais.
Technological Destination foi lançado em formato digital pela Mosh Records e em formato físico pela gravadora e selo independente Extreme Sound, que há 3 anos atua como loja on line, com de mil títulos cadastrados, e lançamentos nacionais e internacionais, oferecendo apoio e suporte à bandas de metal extremo, com um trabalho que crescendo muito.
Vale à pena sangrar ouvindo o Sangre.
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